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Forte Apache

Ainda a propósito do CDS

Miguel Félix António, 04.04.12

EM QUEM VOTOU UM CONSERVADOR LIBERAL?

 

Em quem deveria/poderia ter votado nas últimas eleições legislativas, um Conservador Liberal?

 

Um Conservador Liberal que assenta o seu pensamento em valores sólidos, que se opõe ao relativismo, que não tem medo de proclamar a distinção entre o bem e o mal.

 

Um Conservador Liberal, portanto, que não aprecia corruptos, nem de suspeitos de corrupção que não esclarecem de forma cabal e definitiva as dúvidas que sobre eles pairam, por muitos méritos e competências que detenham, designadamente capacidades de comunicação e de persuasão.

 

Um Conservador Liberal que defende a vida e a sua qualidade, como pressuposto fulcral da sociedade, e que, independentemente das legítimas opções individuais de cada um e que deverão ser respeitadas, sustente a perenidade da família.

 

Um Conservador Liberal que, naturalmente é pelo casamento tal como o conhecemos há muitos, muitos anos, entre um homem e uma mulher e não com qualquer outro formato, sem recear, por isso defender, ser acusado de retrógrado ou reaccionário.

 

Um Conservador Liberal que é por uma alteração profunda da actual Constituição, na qual não se garantam direitos aos cidadãos que o Estado sabe antecipadamente não poder providenciar.

 

Um Conservador Liberal que defende um estado regulador, e interventor só quanto baste, que estimule a iniciativa e que reconheça o esforço dos indivíduos, e que não induza uma mentalidade assistencialista.

 

Um Conservador Liberal que propugne que o Estado, que é financiado com os impostos dos cidadãos que os pagam, tem que começar por definir as suas funções num modelo em que elas sejam efectivamente indispensáveis, reduzindo ao mínimo a despesa pública. E não, ao contrário, construir um arquétipo em que o Estado absorve largas fatias de recursos dos cidadãos, apenas porque sempre assim foi. 

    

Um Conservador Liberal que, em consequência, defende um Estado forte e com autoridade, mas com o mínimo de presença na sociedade e na economia.

 

Um Conservador Liberal que sustente que os detentores de cargos políticos não devam ser beneficiados nem prejudicados financeiramente por assumirem tais responsabilidades. 

 

Um Conservador Liberal que gostava que os partidos nos quais já votou inutilmente fizessem alguma coisa do que prometem nas campanhas eleitorais e não tivessem posições distintas sobre o mesmo tema, consoante estejam no Governo, ou na oposição.

  

Um Conservador Liberal que avalia muito positivamente uma efectiva e profunda reestruturação da Administração Central, Regional e Local, com todas as consequências que daí necessariamente advêm, não porque a “troika” o impõe, mas por que acredita que esse é o melhor rumo para o seu país.

 

Um Conservador Liberal que não estima como adequado que o Estado propicie de forma generalizada e gratuita serviços de saúde e de educação a todos os cidadãos, independentemente dos seus rendimentos.

 

Um Conservador Liberal que não entende qual a razão para que o Estado concorra com os privados num conjunto de áreas da actividade económica.

 

Um Conservador Liberal que não aceita que, a rendimentos do trabalho de nível médio correspondam impostos e taxas que mensalmente lhe retiram quase metade dos seus proventos.

 

Um Conservador Liberal que entende que os recursos do Estado são para serem utilizados com parcimónia e que as prestações sociais estão essencialmente destinadas aos comprovadamente carenciados.

 

Se tivesse optado pelo pragmatismo puro e duro e tivesse como objectivo principal que o PS fosse substituído na chefia do Governo, um Conservador Liberal não poderia deixar de ter votado no PSD, por muito que lhe tivesse custado “engolir” um Nobre ou outros plebeus.

 

Se, pelo contrário, um Conservador Liberal quisesse exclusivamente ser fiel aos princípios em que acredita e nos quais realmente se revê, a escolha no passado dia 5 de Junho era muitíssimo estreita, como o CDS de forma institucional reconheceu na madrugada do passado sábado…

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