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Forte Apache

Erro cognitivo devidamente planeado.

Maurício Barra, 30.07.13

O sistema de contra-informação que Sócrates deixou instalado na imprensa portuguesa continua no seu melhor. Transformou o dolo público das swaps aprovados durante o seu consulado em. . . . .culpa de actual Ministra das Finanças, precisamente a responsável pela sua denúncia e negociação determinada da sua solução.

De uma penada, a Ministra arranjou um pacote de três inimigos: o propriamente dito, que quer reescrever a história, os bancos “benevolentes “, que pensaram que  “mamar o Estado” era a coisa mais natural do mundo e a imprensa “amiga” , hoje já tão previsível que se conhece com antecedência o road-map ( órgãos de informação e autores ) da cadência das campanhas de “ deformação “.

Então ? Doeu muito ?

Maurício Barra, 19.07.13

Doeu muito fazer um acordo de compromisso que garante, seja a quem for que ganhe as eleições, que terá uma plataforma de objectivos de política económica em banda larga que não impedem a expressão própria das opções políticas de cada partido ?

Doeu muito colocarem os interesses do bem comum dos portugueses à frente de obsessões destrutivas ?

Doeu muito optarem por assegurar que Portugal seja um país com os dois pés dentro da Europa e do Euro?

Doeu muito aumentarem a capacidade negociadora de Portugal nas difíceis circunstâncias económicas e financeiras que actualmente vivemos ?

Doeu muito fazerem o que 80% dos portugueses queriam que fizessem ?

 

Claro que não doeu.

A pergunta, que em todo o Portugal de faz, é porque isto não foi feito há mais tempo.

Ter-nos-ia salvo da bancarrota.

 

Mas vou dizer-lhes a quem doeu.

Doeu ao PC e ao BE, que viram em duas semanas quebrar-se o controlo ideológico que sempre pretenderam exercer sobre o PS, através de “benevolentes” companheiros de estrada.

Doeu aqueles que defendem a tese da extrema-esquerda marxista de que “esquerda” é a esquerda que não aceita a democracia representativa, a integração na Europa, a integração no Euro e a participação na NATO.

Doeu a Sócrates e aos seus bobby’s, que, para justificar o seu governo, tem de estar contra tudo o que signifique a solução dos sarilhos em que nos deixou metidos.

Doeu a Mário Soares e Manuel Alegre, que em 2013 querem reviver a irresponsabilidade instável da Iª Republica.

Doeu àqueles comentadores que, na imprensa e televisões, têm como objectivo ser porta-vozes de uma agenda política minoritária, e doeu a uns tantos outros responsáveis editoriais e jornalistas, artistas da manipulação da informação e da pequena política, que viram as suas narrativas ultrapassadas pela realidade.

 

E sei a quem não deve doer.

Não deve doer aos portugueses mais do que tem doído. Com a bancarrota e com o remédio que tivemos de engolir para a resolver.

Se aquele pequeno Portugal rancoroso e mesquinho que mata um vizinho por causa de um rego de água, o mesmo que cercou José António Seguro durante toda esta semana, impedir este acordo que a grande maioria dos portugueses desejam, podemos esperar que a com a dor que vão infligir aos portugueses virá o ódio, um ódio profundo a quem os devia representar mas não os representa.

Se isso acontecer, podemos começar a escrever o epitáfio do regime desta IIIª República.

Uma questão de Carácter

Maurício Barra, 04.07.13

 

 

A soberba dos proprietários e do Comandante do Titanic encontrou um parceiro à sua dimensão, muitos anos depois, na irresponsabilidade de outro comandante, o do Costa Concordia.

Ambos naufragaram os seus navios. Quando o poderiam ter evitado. Foram ( são ) homens que não estão à altura das suas responsabilidades e, no momento em que não podiam falhar, revelaram as piores características do seu carácter. A soberba infalível de um, o diletantismo irresponsável no outro.

Paulo Portas juntou os dois defeitos num só acto.

Depois da esquerda de Sócrates deixar-nos no primeiro resgate, Paulo Portas não se importa de levar-nos à beira do segundo. O tacticismo dos seus interesses ( que hoje passaram de reais a imaginários, porque nunca mais ninguém aceitará um CDS dirigido por Paulo Portas como parceiro), são, para a personagem, superiores às suas obrigações nacionais. É um homem que põe os seus quereres conjunturais acima dos seus deveres e da sua palavra, um homem que prefere destruir caminhos se sente que a pose que construiu para si próprio não está devidamente ilustrada no momento que passa.

Politicamente será mais uma figura especialista em golpes de rins, com sucessivos cinco minutos de fama no mundo dos espertos, mas autodestrutiva, sem credibilidade, sem grandiosidade e sem lastro histórico, uma figura igual a tantas outras, tão típicas da desastrada Iª Republica, cujos efeitos os nossos avós sofreram na pele.

Do resto a pequena história tratará.

Porque, homens brilhantes sem carácter, que no jogo das aparências escondem a falta de pundonor e a ausência de dignidade, com birras e inconstâncias pintadas de enfant terrible, sempre foram e serão actores menores, reconhecíveis nas personagens que Eça de Queiroz com ironia nos brindou, fogos-fátuos de um Portugal que querem permanentemente transformar num Portugalzinho reduzido à dimensão das suas ambições.

Tal como quer reduzir o seu partido, o que já foi de Adelino Amaro da Costa, a um grupo de indefectíveis que não têm existência para além da sua figura de dandy da política portuguesa.

Mais uma greve à portuguesa

Maurício Barra, 28.06.13

Estes dias são sempre uma espécie de “talvez” para a minoria não democrática que, com o argumento das difíceis condições económicas em que vivemos, o que realmente quer é ver o Governo cair na rua com uma grande manifestação das “massas”, à boa moda marxista da revolução popular.

Não há maneira de aprenderem.

Este país velho de 900 anos, se alguma coisa sabe, é que já viu de tudo e, revoluções a sério, só contra quem nos invadiu ou pôs em causa a nossa sobrevivência enquanto Nação, porque, entre nós, passadas as pauladas, os sopapos e as caneladas, só deu para os mortos não ficarem vivos e os vivos não ficarem mortos.

Quiseram matar o rei e levaram-nos a Salazar, quiseram aproveitar-se do golpe de Estado em 25 de Abril para fazer uma revolução e perderam logo as primeiras eleições. E as segundas, as terceiras, as quartas, enfim, todas até hoje.

Por isso, hoje, uma greve geral em Portugal é sempre a mesma coisa. Uma grevezinha sem gravidade por aí além ( tal como a de há alguns dias dos professores aos exames : 76% dos alunos fizeram os exames na mesma ). Uma grevezinha quase exclusivamente do sector público, sobretudo transportes e serviços ( saúde, educação ), os tais serviços que são o Estado Social,  acolitados pelos guichets de atendimento das Ministério das Finanças. E os deputados do PC e do BE.

Com os transportes privados a trabalhar e as empresas privadas a laborar.

Ou seja, greve à portuguesa é uma greve de mais ou menos metade de 700.000 pessoas, enquanto seguramente 90% das outras 3.700.000 continuam a trabalhar. E é uma greve que tem uma curiosidade. É uma greve em que o país que esteve a trabalhar lê, nas primeiras páginas dos jornais do dia seguinte, que afinal não esteve a trabalhar.

 

Obs : esta greve teve a curiosidade de ver o novo secretário geral da UGT a ultrapassar pela esquerda a CGTP. Primeiro defendendo a ilegalidade dos piquetes de greve terem o direito de impedir de trabalhar quem quer trabalhar, depois a caucionar a agressão e a semi-destruição do carro de um cidadão que se insurgiu publicamente contra os piquetes de greve.

Dos professores, entre a espada e a parede, ao desprezo pelos alunos.

Maurício Barra, 17.06.13

 

 

Recorro a um artigo de Martim Avillez Figueiredo no Expresso para discorrer sobre o assunto.

(…) Davis Osborne, que promoveu a reforma da administração pública no Governo Clinton, esteve em Lisboa numa conferência em que abordou o sistema de ensino português. Mencionou que o sistema português não premeia a concorrência entre as escolas ( e, por inerência, entre os bons e os maus professores ) nem oferece liberdade de escolha aos pais dos alunos .

Simulou a nosso sistema de educação à restauração: imaginem que teríamos de comer no restaurante mais próximo de casa, e apenas nesse – apesar de todos os outros serem iguais uma vez que as ementas, os cozinheiros e empregados são distribuídos centralmente - , as portas estariam abertas apenas nove meses por ano, a ementa evoluía com a idade do comensal, as refeições eram grátis pagas pelos contribuintes e os salários do  pessoal dependiam dos anos de serviço e não do seu mérito. Finalmente os restaurantes funcionariam mesmo que os consumidores não gostassem deles. E o sistema não existe assim porque é financiado pelo Estado: na Suécia, em que todas as escolas têm financiamento público e integram o sistema público de formação, as escolas, públicas ou privadas, têm liberdade de escolha dos seus projectos educativos e de contratar os professores que melhor de adequem ao que pretendem e o Estado, no final, avalia as escolas baseado nos resultados dos exames finais, acompanhadas de inspecções frequentes para garantir que  as escolas não tenham só bons alunos.(…)

 

Em Portugal os pais não têm liberdade de escolher a escola para os seus filhos no sistema público, os manuais escolares são iguais para todos e escolhidos por uma entidade que considera as crianças pobres selvagens que devem evoluir naturalmente sem que o ensino as impeça de fazer o que lhes apetece, e até recentemente não havia exames nem chumbos em parte dos anos lectivos para todos serem iguais. Iguais aos que não estudavam.

O nosso modelo de educação pública, nos últimos trinta e nove anos, tem sido um modelo de tendência sovietóide que não deve ser muito diferente do que se pratica actualmente em Cuba. Sempre sob pressão e/ou controlo de sindicatos comunistas, que, excedendo largamente o que o seu âmbito de actuação, ou seja, defender profissionalmente os professores, têm intervindo no próprio modelo de formação e nos conteúdos formativos, obstaculizando sistematicamente a liberdade docente e curricular que permitiria escolha dos pais dos alunos baseada no mérito de formação, ferindo gravemente a qualidade do futuro dos alunos que recorrem ao ensino público, precisamente incluindo os mais desprotegidos e com menos recursos económicos.

Isto funcionou até ao momento em que este Governo tomou posse, e, com ele, o melhor e mais esclarecido Ministro de Educação que temos nesta IIIª República. Centrou a educação nos alunos e não nos direitos adquiridos dos professores, melhorou os conteúdos formativos e criou sistemas que poderão permitir aos pais escolherem as escolas dos seus filhos, transformando o ensino público em escolas que realmente ensinam e não em fábricas de horários ocupacionais de grande parte dos jovens portugueses.

A greve dos professores em dia de exames, precisamente no dia de exames, depois de o Ministro da Educação ter cedido no horários de trabalho e na mobilidade e mostrar disponibilidade para mudar a data de exames desde que o sindicato não marcasse greve para a nova data, é a instrumentalização dos professores, angustiados pela reforma em curso no sector público, por parte do PC para os utilizar como carne de canhão contra os alunos, contra os pais dos alunos e, sobretudo, contra eles próprios, obrigando-os a abdicar de um acto essencial da sua profissão de ensinar para servilmente servirem um modelo ideológico que não respeita os direitos dos alunos.

No fundo, tenho pena dos professores: estão entre a parede das circunstâncias que hoje obrigam à reforma da dimensão do Estado, e a espada da minoria comunista que durante trinta e nove anos criou as circunstâncias em que agora se encontram. 

 

Em tempo:

“depois de terem marcado a greve para dia de exames, alegando a defesa da escola pública, sindicalistas e grevistas queixam-se que se os exames não forem adiados, os alunos do privado são beneficiados porque os professores dos colégios privados não fazem greve”.

Pois é !

E também em relação aos alunos do ensino público que puderam fazer os exames.

 

Entretanto, hoje, dia de greve, às 16,00 hrs:

O MInistro da Educação, Nuno Crato, em conferência de imprensa, fez ainda um balanço desta greve, apontando dados provisórios do Júri Nacional de Exames: “mais de 70% dos alunos realizaram os seus exames e 73% das escolas com exames marcados realizaram-nos a 100%”.

Posto isto, Nuno Crato deixou uma palavra de “apreço” pela “grande responsabilidade de directores e professores que puseram acima de tudo o interesse dos seus alunos”.


E às 19,00 hrs:

O líder da Fenprof, perante o falhanço do que pretendia, garante que a greve não era contra os exames, era uma greve de professores. A sério ? Então porque a fez no dia de exames ?

Registe-se a lamentável falta de probidade profissional de parte da imprensa, com destaque para a SICn e o Público, que tomaram como suas as justificações comunistas da Fenprof.


Isto vai ser giro !

Maurício Barra, 06.06.13

« 55,3% defendem que o governo cumpra todo o mandato. Seria o primeiro a fazê-lo em coligação.Mais ou menos cambaleante, profícuo em confrontos internos, mas aparentemente resistente às pressões que também chegam da rua, da oposição e dos parceiros sociais - mais de metade dos portugueses (55,3%) querem o governo em funções até 2015, para que cumpra, assim, a totalidade do mandato. ( sondagem i/ Pitagórica, 28 de Maio )»

 

Ao contrário do pretenso clima insurreccional que grande parte da imprensa portuguesa todos os dias alimenta, ajudando a atirar areia para os olhos dos portugueses a toque de caixa da agenda política do PC, BE e amigos de Mário Soares, a maioria dos portugueses, democraticamente, incluindo aqueles que não votaram neste Governo, querem que se cumpra a legislatura até ao fim.

Assim vamos ter a oportunidade de continuar a ver, durante mais dois anos, o José Pacheco Pereira vomitar ódio todas as quintas-feiras, a insuficiente Constança Cunha e Sá tartamudear diariamente na TVI24 lógicas inconsequentes, a perfídia de Ana Lourenço exibir a agenda “gauche nouveau chic”, o Miguel Sousa Tavares a concorrer com a Clara Ferreira Alves nos comentários tremendistas, o director da SICN a convidar todas as réplicas de Mário Soares, a Maria Flor Pedroso sentar as amigas do BE à mesa para dizerem que o governo acaba sempre amanhã, o Nicolau Santos a escrever sempre sobre o mal da cura sem nunca referir o autor da doença, o autor da doença, Sócrates, falar contra o Presidente da República nas noites de domingo com uma audiência inferior à  da missa dessa manhã, Marcelo Rebelo de Sousa e Marques Mendes a competirem por "twists" e “inside information””, a Eurosondagem a fazer sondagens sempre a favor do PS, mais umas cinco ou seis greves gerais com a indiferença geral do país, o “abaixo a troika” passar a ser “ abaixo o euro” e depois  “ abaixo a Europa”, os comentadores do costume a dizerem as coisas do costume como se nós todos ainda não estivéssemos acostumados,  o Expresso a ( continuar ) recentrar a opinião política porque percebeu que a perda de leitores não é só da crise e o Público, finalmente, a deixar de mentir quando a caridade da Sonae acabar.

Isto vai ser giro !

 

O grau zero da democracia

Maurício Barra, 04.06.13

O grupo anti.troika e anti.euro ( PC, BE , esquerda marxista republicana do PS ) quer, declaradamente, corromper a democracia representativa em que vivemos, provocando a queda do Governo na rua. O que se passa neste momento em Portugal está no limite da insurgência insurreccional, incluindo arruaças permanentes atingindo a liberdade de expressão dos membros do Governo, eleitos livremente pelo povo português.

Estas acções coordenadas por grupos organizados, alguns sob a capa sindical, representando uma minoria dos portugueses, tem uma agenda diária de agitação e propaganda puramente ideológica, a qual encontra na maioria da imprensa, cujas redacções ocuparam pacientemente durante anos a fio, o megafone perfeito para as suas acções, simulando uma situação insurreccional que não corresponde à realidade ( tal como se comprovou com as  pequeníssimas “grandes” manifestações do passado fim de semana ).

A insatisfação que existe em relação ao Governo é, obviamente, e sobretudo, democrática, o que pode ser comprovado pelas sondagens que periodicamente são publicadas. E o debate permanente dos partidos democráticos sobre a situação política tem observado os princípios democráticos do debate político, com interpretações diferentes sobre o momento político, mas partilhando uma plataforma comum de pertença à União Europeia, à União Monetária do Euro e à Nato.

Mas este tipo de debate não interessa a quem não é democrático, não interessa aos perdedores do PREC que quiseram conduzir Portugal a uma nova ditadura depois de termos conquistado a liberdade em 1974.

O que vemos hoje na rua é o grau zero de democracia por parte da esquerda não democrática. O que, ao contrário das suas intenções, a irá separar definitivamente da esquerda democrática, deixando de a coagir ideologicamente (*) como o tem feito ao longo dos últimos trinta e nove anos.

 

(*) impedindo que a separação das águas seja feita entre democratas e não democratas, impondo à maioria democrática do partido socialista uma agenda  de “ esquerda” exterior ao partido, controlada ideologicamente por  uma minoria antidemocrática herdeira da “ verdadeira esquerda de Cunhal”.

O ódio jacobino

Maurício Barra, 27.05.13

O ódio jacobino pela diferença de opinião nasce do pecado original do desprezo pela democracia. O anátema que MST atribuía ao Presidente da República é um deslize exemplar de um comentador frequentemente desbocado que exprimiu o rancor que está no ADN da esquerda, hoje marxista, que desbordou do PC e BE para a ala irresponsável que habita o canto esquerdo do PS.

Os nossos bisavôs viram isto nas últimas duas décadas da Monarquia, os nossos avôs viram a sua reedição aumentada no nojo que foi a palhaçada de democracia da Iª República. A tal que criou as condições e motivou o apoio à ditadura de Salazar.

Hoje, enfrentando o resultado vergonhoso do uso capião de décadas de poder que nos levou à bancarrota, esta esquerda marxista vê-se encurralada nas circunstâncias que ela própria criou: não há nem haverá dinheiro para sustentar os projectos ideológicos que impuseram aos portugueses, e estes já não estão dispostos a continuar a pagar desperdícios estatizantes.

Assim, e antes que os portugueses assumam que não são “ o cavalo do inglês “ e reflictam seriamente sobre o modelo de regime do qual só têm sofrido as consequências, a aliança jacobina quer condicionar a democracia, impedir o seu funcionamento representativo, e, na rua, nos jornais que controlam, nas televisões de todas as noites, tentar esboroar o poder legitimo para que este não cumpra as soluções acordadas que viabilizam a nossa permanência na Europa, porque essas mesmas soluções são a consequência e a causa que inviabilizará a sua estratégia de poder.

Quando o Presidente da República garantiu que, com ele, a Constituição é para respeitar e que um Governo eleito e maioritário tem de cumprir a legislatura, o jacobinismo dos “usufrutuários da Pátria” explode, porque para eles os republicanos não são todos iguais. Uns são mais iguais do que outros.

O que, obviamente, é verdade. Pelas más razões.

Muitos deles têm uma perspectiva muito limitada da democracia.

 

Ponto de viragem na queda da economia portuguesa.

Maurício Barra, 24.05.13

Apesar da maioria da opinião publicada e comentada em Portugal, por ser controlada e formatada à esquerda (repetindo até à exaustão, todos os dias, variações das teses do PC, BE e dos amigos do Mário Soares), criar e divulgar narrativas antidemocráticas de derrube do Governo com  o objectivo de impedir o ajustamento orçamental e a reforma do Estado que lhes retirará acesso ao Estado sobredimensionado que têm ocupado ao longo desta IIIª República, a verdade é que o tempo não pára e a realidade desmente os seus desejos.

Ontem, Vítor Gaspar decretou o fim do primado da consolidação orçamental. Realizado o ajustamento externo e conquistado o regresso aos mercados, o Governo quer iniciar uma nova fase de investimento, crescimento e criação de emprego.

E como é no sector privado que está a solução para sairmos das dificuldade económicas em que estamos, para começar, a estrela do pacote de medida é um "supercrédito fiscal", um novo passo da nova fase que irá caracterizar os próximos dois anos da legislatura: relançamento do investimento e à criação de emprego, sobretudo para os jovens.

As medidas aprovadas incluem incentivos fiscais ao investimento, o Crédito Fiscal Extraordinário ao Investimento (CFEI) que poderá, no limite, reduzir a taxa efectiva de IRC para 7,5% face aos atuais 25% a que são tributadas as empresas. O ministro anunciou ainda um novo Reforço do Regime Fiscal de Apoio ao Investimento, o Alargamento dos Benefícios Fiscais ao Investimento de Natureza Contratual, Redução do Prazo de Resposta de Informações Vinculativas e a Criação do Gabinete Fiscal do Investidor Internacional, tudo medidas que faziam parte do plano apresentado há um mês por Álvaro Santos Pereira e que representam "um incentivo fiscal ao investimento sem precedentes em Portugal".

Depois de depois anos de austeridade, aproximam-se dois anos de investimento e criação de emprego, mantendo o défice controlado.

De facto, para a nossa imprensa conservadora de esquerda, a realidade é reaccionária.