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Forte Apache

Manifestos...

Diogo Agostinho, 14.03.13

Ora muito bem. Aí está um Manifesto com ideias. E são bem-vindas. Os Manifestos de intenções e sonhos utópicas têm enchido páginas de jornais, e servido para muito pouco.

 

Este novo Manifesto vem acrescentar ideias.

 

Ora eu deixo mais uma. Todos os ministros de um Governo deveriam sair do Parlamento. Ou seja, legitimidade do voto popular para quem governa. 

Importa-se de repetir? (XVII)

Sérgio Azevedo, 03.11.12
António José Seguro recusa que o PS seja uma "muleta do Governo", respondendo ao apelo do Governo, em concreto do PM, à participação do PS para que se encontrem, em conjunto, soluções para reformar o papel do Estado na sociedade. Soluções, ideias. As "muletas" que o PS de Seguro rejeita fornecer. Compreende-se. Isto de ter ideias e alternativas concretas à situação actual dá muito trabalho...

A importância das palavras

Pedro Correia, 21.03.12

As batalhas políticas começam a ganhar-se ou a perder-se no domínio das ideias. E as palavras são fundamentais neste confronto. Tomemos como exemplo a expressão "greve geral", de que tanto se tem usado e abusado por estes dias: até que ponto esta expressão consegue condicionar a realidade, procurando adaptá-la a moldes pré-concebidos?

Nada melhor que submeter as palavras ao crivo dos factos. No próximo dia 29 realiza-se uma greve geral em Espanha. E chama-se justamente greve geral por ser convocada pelas duas principais centrais sindicais do país - a UGT e as Comissões Operárias. Em Portugal, uma semana antes - já amanhã - realiza-se também uma greve. Mas devemos chamar-lhe "geral"? Não. Greve geral foi a de 24 de Novembro. Por ter sido convocada pelas duas centrais - CGTP e UGT. A de amanhã não será uma greve geral, digam os seus organizadores o que disserem. Porque a União Geral de Trabalhadores não subscreveu esta convocatória, apenas assumida pela CGTP, que perdeu 16% dos sindicalizados em quatro anos.

É matéria de facto, não de opinião. Enquanto as palavras valerem o que ainda valem.

Reflexões de um herético, adepto da revolução evitada

José Adelino Maltez, 14.02.12

 

 

O destino de um "whig" é como o de um "girondin". Os "tories" consideram-nos jacobinos e estes utilizam contra eles a guilhotina, acusando-os de "contra-revolucionários". Eles, como liberais, contra o construtivismo das revoluções, apenas querem uma revolução evitada, isto é, querem conservar o que deve ser, com metodologias reformistas e objectivos revolucionários. Apenas são velhos liberais, contra "neocons", "neolibs" e revolucionários frustrados, incluindo os que se transformaram em situacionistas. Detestam as "révolutions d'en haut", incluindo as dos déspotas esclarecidos, a partir do ministerialismo.

 

Alguns ainda vão dizer que isto é maçónico. Quando é apenas paleio do Friedrich Augustus e do Karl Raimund. Isto é, liberal e iluminista. E muito austríaco. Apesar de só a partir de Londres, o terem dissertado. Meras marcas identitárias de uma concepção do mundo e da vida. Friedrich Augustus von Hayek. Karl Raimund Popper. Ou a sociedade aberta e os seus inimigos, os do caminho para a servidão.

 

O Estado e o Mercado são irmãos-gémeos, criados a partir de Thomas Hobbes. Prefiro a libertação do indivíduo e o pluralismo, da sociedade aberta e da poliarquia. Até para evitar que, através da democracia, regresse o totalitarismo. Mesmo que seja sob a forma doce de autoritarismo de viradeira.

 

Aguentem jotas e jotinhas. Não estou a falar em Passos Coelho. Estou a falar em ideias. Logo, que me importa a outra face da mesma moeda que já virou sob a forma de José Sócrates. A má moeda faz fraca a gente forte. Também não estou a citar Cavaco Silva quando teorizou Santana Lopes no "Expresso", apoiando Jorge Sampaio. Estou apenas a dizer que todas as revoluções apenas se medem pelos efeitos pós-revolucionários e que que as melhores revoluções são as que não fingiram que eram revoluções, mas que mudaram efectivamente.

 

A história é o género literário mais próximo da ficção, pelo que as teorias da conspiração são como os prognósticos depois do apito final, são sempre confirmáveis, mas "a posteriori". Até ao epílogo, há sempre uma série de acasos, alguns deles cómicos, funcionando apenas os acasos procurados pela vontade de quem tem princípios expressos através da mistura de entusiasmo mais pensamento. Mesmo que se perca. Aliás, a razão da força raramente é derrotada pela força da razão, mas, às vezes, acontece, desde que se saiba dar força à esperança.

Consequências Intelectuais do Desenvolvimento Económico

Ricardo Vicente, 17.12.11

A propósito deste post de JFD...

Brasil, Índia, China ultrapassam ou estão em vias de ultrapassar economicamente o Reino Unido, a França, a Alemanha, a Itália, a Espanha. As antigas colónias terceiro-mundistas ou "em vias de desenvolvimento" vão além das metrópoles do velho mundo. Uma das consequências deste fenómeno é intelectual: vai se tornando cada vez mais evidente que a riqueza mundial não é um jogo em que só alguns ganham e isto para custo dos outros. Manter a ideia de que a riqueza de uns corresponde à pobreza dos outros é cada vez mais difícil, como o exemplo daqueles países comprova. No futuro será claro que é possível todos enriquecerem ao mesmo tempo. A riqueza não resulta de subtracção mas de uma multiplicação com ganhos para todos. Riqueza é produzir, o mesmo que multiplicar. Será também evidente que o desenvolvimento de um país depende em primeiro lugar de factores internos: as suas instituições (políticas, económicas, todas), as suas pessoas e, certamente mas só depois, muito depois os seus recursos naturais e localização.

A pouco e pouco, todos os mitos da esquerda politicamente correcta e economicamente analfabeta vão caindo por terra. Isso acontece a par do desenvolvimento económico e da expansão das liberdades em vários países do mundo. É verdade que o processos são lentos mas atingem todos os países, mais cedo ou mais tarde. E isso é muito bom também para a saúde intelectual da humanidade.

"O homem tem dentro de si um animal à espreita"

Pedro Correia, 25.09.11

 

Roger Scruton numa excelente entrevista à Veja.

Alguns excertos (aportuguesando um ou outro brasileirismo, com a devida vénia à comunidade luso-afro-brasileira):

 

«Por debaixo do verniz civilizacional, todo o homem tem dentro de si um animal à espreita. Infelizmente, se esse verniz for arrancado, o animal vai mostrar a cara. A promessa de concessão de direitos sem a obrigatoriedade de deveres e de recompensas sem méritos foi o que arrancou o verniz na recente eclosão de episódios de vandalismo na Inglaterra.»

«É uma ilusão, senão uma loucura, acreditar que os alemães e os gregos podem pertencer à mesma organização e adequar-se às mesmas normas financeiras. Como impor a mesma moeda, o mesmo sistema e o mesmo modo de vida ao alemão trabalhador, cumpridor das leis, respeitador da hierarquia, e ao grego fanfarrão e avesso às normas?»

«A União Europeia é um objectivo inalcançável, pois foi escolhido pela sua pureza, que exige que todas as diferenças sejam atenuadas, os conflitos superados, e no qual a humanidade deve encontrar-se como sob uma unidade metafísica que jamais pode ser questionada ou posta à prova.»

«Optimismo e utopia em excesso geralmente acabam em nada ou, pior, dão em totalitarismo.»