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Forte Apache

Jogos Olímpicos: vida de atleta olímpico português

Carlos Faria, 13.08.12

Sobre os atletas portugueses nos Jogos Olímpicos de Londres há 15 dias escrevi: ”… basta-me que deem o máximo para merecerem todo o meu apoio, mesmo que não consigam ser o mais rápido, o mais alto ou o mais forte nas suas provas.”

Agora muitos lamentam a baixa prestação dos nossos atletas: uma medalha de prata e penso que nove diplomas.

Contudo, antes que caia em esquecimento, recomendo aos órgãos de comunicação social que nos próximos dias irão começar a falar apenas do mundo do futebol e da vida dos futebolistas com muitos milhões a sustentar a modalidade, que mostrem como é a vida no dia-a-dia da maioria daqueles que representaram Portugal nos Jogos Olímpicos de Londres em 2012.

Depois, se quiserem pedir melhores resultados para o Rio de Janeiro, não se esqueçam que algo deve mudar ou então temos de ficar ao menos agradecidos pelo esforço de muitos daqueles que no meio de tantas dificuldades ainda têm forças de competir nuns jogos olímpicos.

Olímpicos (12)

Pedro Correia, 12.08.12

 

O Brasil tem de ir à bruxa: ainda não foi desta que conseguiu sacudir a maldição olímpica em matéria de futebol. Hulk ainda marcou um golo, na final contra o México. Mas não chegou para impedir a derrota brasileira (1-2) contra uma selecção onde brilhou Oribe Peralta, goleador já a sonhar com a Europa.

"É muito triste", lamentou Neymar. Tudo dito em três palavras.

Os lamentos brasileiros não se confinam ao futebol. Também na final de voleibol masculino de nada valeu a vantagem inicial: a Rússia acabou por se impor, conquistando o ouro. A fazer lembrar antigas proezas soviéticas noutras Olimpíadas, em tempo de Guerra Fria.

Podem gabar-se os brasileiros ao menos do primeiro lugar no pódio obtido pela sua selecção feminina de voleibol, que revalidou o ouro olímpico. Já os espanhóis contentam-se com pouco. Bastou-lhes a prata na final de basquetebol (masculino) contra os Estados Unidos, há um par de horas, para desencadear torrentes de hipérboles na imprensa do país vizinho. "Uma prata para a eternidade", dispara o El País. "Medalha de prata, selecção de ouro", sintetiza a Marca, apesar de tudo mais comedida.

Leio estes títulos, bem ao estilo espanhol, e interrogo-me: o que sucederia se o país vizinho tivesse derrotado nesta final as estrelas da NBA?

Com menos hipérboles mas melhores resultados, os norte-americanos garantiam o 14º título em 18 Jogos Olímpicos em basquetebol. E podem gabar-se de ter sido o país mais medalhado em Londres - mais 17 medalhas que a China, no segundo posto.

Portugal só vem com uma. Mas traz uma consolação: foram dois a conquistá-la.

Olímpicos (11)

Pedro Correia, 09.08.12

 

A poucos segundos do arranque da prova, o atleta vestido de amarelo pede silêncio às bancadas. Depois, no seu lugar, benze-se num gesto rápido. E parte imparável para a conquista de mais uma medalha olímpica. Foi assim que há poucos minutos Usain Bolt conquistou o ouro nos 200m - repetindo a marca alcançada há quatro anos, nos Jogos Olímpicos de Pequim. Nunca antes deste jamaicano de 25 anos atleta algum especializado em velocidade havia duplicado medalhas em Olimpíadas sucessivas. Bolt acaba de o fazer, numa final acompanhada por centenas de milhares de pessoas em todo o globo, disputada a uma velocidade estonteante. Três vezes medalha de ouro em Pequim (100m, 200m e 4x100m), duas já obtidas em Londres. Apenas o seu compatriota Yohan Blake procurou dar-lhe alguma réplica, embora sem sucesso. Bolt deu-se ao luxo de voltar a mandar calar alguém (certos críticos, presume-se), a poucos metros da meta, enquanto corria, como se lhe fosse indiferente o tempo efectuado: 19.32 (com o recorde do mundo em 19.19).

Depois do máximo olímpico obtido nos 100m, percorridos em 9.63 (segunda melhor marca de sempre, após o recorde estabelecido pelo próprio astro jamaicano nos mundiais de atletismo em Berlim, há três anos), Bolt arriscava-se a sair de Londres como uma das duas figuras cimeiras destas Olimpíadas - a outra, naturalmente, era o campeoníssimo Michael Phelps. Sublinhei isso mesmo aqui, com a devida antecedência. Os factos deram-me razão, comprovando que a tradição ainda é o que era. Vencer na piscina e vencer na pista, superando barreiras de velocidade, vem ao encontro do genuíno espírito olímpico, que nos interpela a ultrapassar todas as certezas antes afirmadas.

Com Phelps e Bolt, a distância entre o que era e o que passou a ser tornou-se ainda mais curta. Primeiro em Pequim, agora em Londres. Ambos entraram na lenda, podendo proclamar a plenos pulmões: Citius, altius, fortius. Imprima-se a lenda, pois.

Demita-se!

jfd, 09.08.12

Há muito que estava tentado a escrever sobre este senhor e as suas infelizes declarações.

Chegou a gota de água; as declarações sobre atletas em missão, a importação de africanos e as de oportunidade. O seu prazo expirou.

O senhor deveria dar lugar a alguém com novas ideias, nova visão e que traga resultados.

Mais não, por favor.

 

«Nunca previ medalhas. Quando os Jogos Olímpicos acabarem, teremos que analisar tudo, quem trabalhou bem e não obteve resultados, quem trabalhou mal e teve resultados e quem trabalhou bem e teve resultados. Temos de ver o que fazer e quem tem responsabilidades no futuro.»


«Se queremos 10 ou 11 medalhas, rápidas, então temos de mudar de caminho. Há muitos atletas africanos que querem vir para a Europa e as medalhas aparecem. 30 por cento dos atletas da Espanha não nasceram no território, são estrangeiros.»


«Como é que é possivel uma mulher grávida de três meses preparar-se para vir aos Jogos Olímpicos com este mar, que hoje está bom, mas não é fácil, numa classe muito exigente, é claro que ela não poderia participar.»

 

Olímpicos (10)

Pedro Correia, 08.08.12

 

Não deixa de ser tristemente irónico que a única medalha portuguesa até agora alcançada em Londres - a prata conquistada esta manhã pela dupla de canoístas Emanuel Silva-Fernando Pimenta em K2 1000m - distinga uma modalidade totalmente ignorada nas páginas da nossa imprensa desportiva. Quem é Emanuel Silva? Quem é Fernando Pimenta? Medalhados em Londres, enaltecidos nas notícias de hoje, mas dois ilustres desconhecidos da opinião pública nacional.

A imprensa desportiva, com a sua obsessão monotemática pelo futebol, tem grande responsabilidade neste divórcio entre os portugueses e alguns dos atletas que mais prestigiam as cores nacionais no palco das Olimpíadas. Como leitor atento dos jornais e adepto de diversas modalidades, gostaria que esta medalha que tanto nos orgulha pudesse contribuir para mudar mentalidades. As sociedades mais evoluídas são plurais em matéria desportiva. E desporto não é só futebol.

Olímpicos (9)

Rodrigo Saraiva, 06.08.12

A Judite deixou aqui um dos seus desejos para estes Jogos Olímpicos. E concretizou-se. Gabrielle Douglas fica na história de Londres 2012. E com a sua tenra idade tem potencial para ficar na história dos Jogos Olímpicos.

 

Mais uma jovem que correu atrás dos seus sonhos, com apoio da sua mãe e família. E neste caso teve que procurar uma segunda mãe e encontrou uma segunda família.

 

O desejo e admiração da Judite por Gabby não é isolado. E isso fica provado pelo facto de um vídeo sobre a sua história ter sido o único relacionado com os Jogos Olímpicos a entrar no Top10 semanal dos vídeos mais vistos na internet.

 

O vídeo faz parte da série Raising an Olympian da P&G (Procter & Gamble).