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Forte Apache

Regresso ao Futuro

João Villalobos, 06.05.13

 

A reflexão por parte de Pedro Santana Lopes sobre o modelo mais adequado de regime político para Portugal não é de hoje, e vários foram os espaços de intervenção onde nos últimos anos os conteúdos essenciais deste "Pecado Original" - amanhã apresentado publicamente - surgiram explicitados, embora com menor detalhe.

O ponto fulcral em que assenta a reflexão do autor é este: "Qual o equilíbrio desejável de poder fáctico entre um Governo, o Presidente da República e a Assembleia? Colocada por outro político com um passado similar de altas responsabilidades de Estado, a questão já seria em si mesma interessante. Mas a circunstância de ser Santana Lopes torna a leitura duplamente mais estimulante.

Em primeiro lugar, porque o autor vivenciou como muito poucos o que significa liderar um Executivo tendo o próprio PR como activo antagonista, terminando Jorge Sampaio - como bem sabemos - por demiti-lo num acto inédito no período constitucional. Esta é, digamos, a face de Janus que encara o passado. Mas, em segundo lugar, também porque é impossível retirar o nome de Santana Lopes da lista de possíveis candidatos nas próximas eleições presidenciais, temos a face do mesmo Janus que olha para o futuro. Não sou, aliás, o primeiro a prever que a disputa entre PSL e António Costa que ocorreu nas últimas autárquicas em Lisboa pode replicar-se nessas mesmas eleições.

Entender Santana Lopes como político ambicioso tout court é não o entender de todo. O que o move não é o poder pelo poder, mas o poder pela capacidade de fazer. E nesse aspecto, a análise que faz sobre a capacidade interventiva do PR é um trabalho operativo, não especulativo. 

PSL aprendeu a ser mais paciente, a deixar o tempo correr a seu favor, a permitir aos adversários políticos - os internos e os externos - que ocupem o palco que sabe hoje ser fugaz, porque montado e desmontado de acordo com a lógica do espectáculo. Este não é um livro sobre a relação institucional entre Cavaco Silva e Pedro Passos Coelho, embora seja mediaticamente oportuno o timing da sua publicação. É um manual de procedimentos para o exercício do poder e não um repositório de teorias de ciência política. É, em suma, uma explanação de reflexões pragmáticas. O futuro comprovará para que serviram.       

O Mundo gira ao contrário

catarinabaptista, 29.05.12

A silly-season costuma ser em agosto. O mês em que as portuguesas e os portugueses, em grande maioria, vão a banhos ou à terra. E Lisboa, como Coimbra, fica deserta. O mesmo se passa nas redações. Vale a Lusa e os estagiários para se alimentar os jornais. 

Pelos vistos, este ano o verão chegou mais cedo às redações. Hoje, por exemplo, o Jornal de Negócios vibrou com a ida de Santana Lopes a Moçambique. O motivo "noticioso" foi a sua estadia no Polama. A sério. Fiquei sem saber qual o problema da Sojogo, o motivo da viagem. Porém, o Jornal de Negócios preferiu outra abordagem: o preço da suite do Polana. Não foi a Evasões ou a Volta ao Mundo. Foi o Jornal de Negócios.

A partir de agora, todo o cão e gato que se desloque a Moçambique já fica a saber que a suite do Polana é coisinha para 600 euros de diária e que o melhor é ficarem hospedados num Ibis ou coisa que o valha, caso contrário, é notícia pela certa no Jornal de Negócios. Santana Lopes é presidente de uma instituição não pública que paga 73% dos seus proveitos em impostos (segundo o Rui Calafate). Aguardo, serenamente, próximas "notícias" sobre a viagem de Ricardo Espírito Santo Salgado, Paulo Azevedo, Luís Filipe Vieira e outros responsáveis de grandes instituições nacionais a Moçambique. Santana, já se sabe, fez como o homem da UGT e ficou no Polana. Pode ser que estes, para evitar a silly-season, prefiram coisa diferente, talvez esta modesta unidade hoteleira.

Para o Jornal de Negócios não ficar sozinho nesta batalha pela antecipação da silly-season, o conselho de redação do Público demite-se e a directora do jornal lança mais uma "arma de diversão massiva".

 

Minhas amigas: É Verão.

o túnel é que fazia falta

Rodrigo Saraiva, 05.04.12
 

Foi hoje finalmente aberto à circulação o troço  que liga o túnel do Marquês à Avenida António Augusto de Aguiar. Com esta abertura serão mais carros que deixam de passar pelo Marquês de Pombal e fica assim terminada esta obra que ajudou a agilizar o trânsito nesta zona de Lisboa, poupando “dores de cabeça” e sendo um ingrediente na “limpeza” da zona da Avenida da Liberdade, considerada uma das mais poluídas da Europa.

 

E neste dia há coisas que devem ser lembradas e registadas.

 

Para começar deve ser lembrado o homem que lançou a ideia e a obra, Pedro Santana Lopes. Depois o homem que não deixou o tema cair, quando a polémica foi alta, sempre lutando pela sua conclusão, António Carmona Rodrigues.

 

E deve ser registado, com grande apreço, o gesto, e as palavras, de António Costa ao ter convidado estes dois seus antecessores na presidência da Câmara Municipal de Lisboa para a cerimónia.

 

E não pode ser esquecido o homem que fez com que a obra fosse quase de Santa Engrácia e causasse o aumento de custos e de incómodos inerentes a uma obra desta dimensão, José Sá Fernandes.