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Forte Apache

Mais uma greve à portuguesa

Maurício Barra, 28.06.13

Estes dias são sempre uma espécie de “talvez” para a minoria não democrática que, com o argumento das difíceis condições económicas em que vivemos, o que realmente quer é ver o Governo cair na rua com uma grande manifestação das “massas”, à boa moda marxista da revolução popular.

Não há maneira de aprenderem.

Este país velho de 900 anos, se alguma coisa sabe, é que já viu de tudo e, revoluções a sério, só contra quem nos invadiu ou pôs em causa a nossa sobrevivência enquanto Nação, porque, entre nós, passadas as pauladas, os sopapos e as caneladas, só deu para os mortos não ficarem vivos e os vivos não ficarem mortos.

Quiseram matar o rei e levaram-nos a Salazar, quiseram aproveitar-se do golpe de Estado em 25 de Abril para fazer uma revolução e perderam logo as primeiras eleições. E as segundas, as terceiras, as quartas, enfim, todas até hoje.

Por isso, hoje, uma greve geral em Portugal é sempre a mesma coisa. Uma grevezinha sem gravidade por aí além ( tal como a de há alguns dias dos professores aos exames : 76% dos alunos fizeram os exames na mesma ). Uma grevezinha quase exclusivamente do sector público, sobretudo transportes e serviços ( saúde, educação ), os tais serviços que são o Estado Social,  acolitados pelos guichets de atendimento das Ministério das Finanças. E os deputados do PC e do BE.

Com os transportes privados a trabalhar e as empresas privadas a laborar.

Ou seja, greve à portuguesa é uma greve de mais ou menos metade de 700.000 pessoas, enquanto seguramente 90% das outras 3.700.000 continuam a trabalhar. E é uma greve que tem uma curiosidade. É uma greve em que o país que esteve a trabalhar lê, nas primeiras páginas dos jornais do dia seguinte, que afinal não esteve a trabalhar.

 

Obs : esta greve teve a curiosidade de ver o novo secretário geral da UGT a ultrapassar pela esquerda a CGTP. Primeiro defendendo a ilegalidade dos piquetes de greve terem o direito de impedir de trabalhar quem quer trabalhar, depois a caucionar a agressão e a semi-destruição do carro de um cidadão que se insurgiu publicamente contra os piquetes de greve.

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