Gestores da Massas Falidas
“São gestores de massas falidas e eu, no fundo, tenho é pena deles “
Com esta sentença sobre o trabalho do actual Governo, o Prof. Daniel Bessa matou dois anos de análises políticas de Pacheco Pereira e António Costa na Quadratura do Círculo.
Atirar sobre tudo o que mexe está ultrapassado e estes agentes de ódios fáceis e revisões da democracia estão fora do que vai acontecer.
A quadratura de pensamento impede-os de verem rodar o círculo das circunstâncias.
E. inesperadamente, neste rodar permanente das circunstâncias, foi também uma frase premonitória que enquadra adequadamente a demissão do ontem, executada ao retardador, de Vítor Gaspar.
Nos locais do costume, já iniciaram o seu curso as análises tremendistas justificativas das mais diversas teorias de conspiração. Passarão todas, tal como nem é preciso chuva para lavar o sangue de acidentes que só os voyeurs vêem e que querem que os outros vejam. Tal coma verdade vai nua na maioria da imprensa invisual de todos os dias, agora de Vítor Gaspar farão o bode expiatório temporário da fuga à realidade económica e financeira que nos oprime e de que nos querem impedir de assumir a responsabilidade.
Pois o senhor, fugir à responsabilidade, foi coisa que nunca fez.
Foi timoneiro forçado num barco a meter água, que convinha trancar, para seguir uma rota de cartas de marear que lhe indicavam que os bons portos da Europa estavam fechados. À espera que o barco adornado, afundasse.
O barco não afundou.
Mas o timoneiro forçado esgotou-se porque não via, ou não queria ver, mais do que as cartas lhe diziam para ver.
Faltava-lhe Mundo.
O mesmo Mundo que não faltou, anos antes, a Ernâni Lopes.