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Forte Apache

Prendas de Natal. Para me darem, ou aos outros #4

João Gomes de Almeida, 30.11.11

 

A Viarco é a única fábrica nacional de lápis, localizada no Norte, em São João da Madeira, a minha terra natal. Para quem pensa que se trata de uma indústria atrasada e presa ao passado, fiquem sabendo que não se trata nada disso. Neste momento, encontra-se em obras de reconstrução do edifício e em conjunto com vários institutos culturais, promove imensos eventos ligados às artes plásticas.

Tem um Facebook e um site, onde se podem fazer compras on-line. A minha escolha pessoal recai para estes lápis "Soft Carbon", ideais para escrevinhar umas ideias ou desenhar uns bonecos - esta última opção só para quem tem jeito, claro. O preço é de 19,9€. Elegantes, não?

Para os mais entusiastas, que vivam ou visitem brevemente o Porto, podem saber mais aqui sobre a exposição "Um século, dez lápis, cem desenhos". Vamos lá consumir o que é nosso e faz parte da nossa história.

É tão bom, tão bom que até dói...

Fernando Moreira de Sá, 30.11.11

...ouvir One na voz de Damien Rice, Zoo Station pelos Nine Inch Nails ou Love is Blindness via Jack White e todos, todos os outros a celebrar os 20 anos de um dos mais fantásticos álbuns da história do rock, Achtung Baby, daquela que é a maior e melhor banda de todos os tempos, os U2.

 

Alinhamento: Nine Inch Nails – Zoo Station; Jacques Lu Cont Mix/U2 – Even Better Than The Real Thing;  Damien Rice – One; Patti Smith – Until The End Of The World; Garbage – Who's Gonna Ride Your Wild Horses; Depeche Mode – So Cruel; Snow Patrol – Mysterious Ways; The Fray – Trying To Throw Your Arms Around The World; Gavin Friday – The Fly; The Killers – Ultraviolet (Light My Way); Glasvegas – Acrobat; Jack White – Love Is Blindness.

 

Arroz de Tomate

João Gomes de Almeida, 29.11.11

"Não há-de deixar de haver arroz nem tomate e, portanto, haverá sempre arroz de tomate a acompanhar qualquer coisa. Nem as vinhas desaparecerão e, logo, teremos sempre um copo de vinho para o qual será depois fácil arranjar um motivo qualquer a que brindar. Não deixará de haver mulheres nem homens nem tudo o que vivem juntos e de que ninguém tem de saber. Não deixará de haver lenha e pão, não deixará de haver livros nem discos nem filmes, nem que tenhamos de reler e reouvir e rever continuamente aqueles que coleccionámos já na estante. Não deixará de haver paz, desde que saibamos onde a procurar."


Alexandre Borges, no Sinusite Crónica, provavelmente o blogue onde se escreve melhor em Portugal.

Prendas de Natal. Para me darem, ou aos outros #3

João Gomes de Almeida, 29.11.11

 

Os "Capitão Fausto" são das melhores coisinhas que a nossa indústria discográfica lançou nos últimos anos - uma autêntica pedrada no charco no pop-rock português. Conheci-os por mero acaso, numa noite em que fui arrastado até ao Music Box, depois de um jantar de verão no Sr. Albino. Bendita noite e bendito bife com molhenga. 

 

Lançados pela editora Chifre, foram durante algum tempo ilustres desconhecidos. Depois de lançarem o primeiro álbum, "Gazela", o sucesso apareceu naturalmente, primeiro em rádios de vanguarda como a Radar, a novinha Vodafone FM e a velhinha Antena 3, depois através no famigerado YouTube e por consequência no Facebook. Agora já começam a ter páginas inteiras na imprensa.

 

Admiro jovens que sabem fazer música, mas acima de tudo admiro jovens que têm a coragem de se dedicarem à arte, numa altura tão complicada como esta. É nosso dever, como portugueses, apoiarmos este esforço e comprarmos o que é nosso - são só 10€ e é a prenda ideal para qualquer pessoa com bom gosto.

em nome dos adeptos e do desporto

Rodrigo Saraiva, 29.11.11

Sou há muitos anos um defensor das claques desportivas. Há países onde estas não existem enquanto dinâmica organizada, outros há onde sim. Em Portugal a maioria dos casos é enquanto um grupo organizado de adeptos.

 

Ser defensor de claques não significa ser protector de todos os actos perpetuados por estes grupos e indivíduos que neles se inserem. Mas custa ver que muito do bom que estes adeptos mais fiéis fazem não tenha também o mesmo destaque dado aos momentos negativos. Tentemos resumir. Se em Portugal não existissem pessoas que se juntam nos estádios (e pavilhões) enquanto claque, a maioria dos jogos teria um ambiente similar a um velório. E um espectáculo desportivo quer-se vivo, divertido, dentro e fora das quatro linhas.

 

Há certamente muitas razões que justifiquem os comportamentos negativos que, infelizmente, se assistem. E quem os pratica devia ser penalizado duramente.

 

Mas se há algo que desde há muitos anos me tira do sério é ver o adepto, em especial o que gosta de apoiar em grupo, sim o das claques, a ser o mexilhão. Que não haja dúvidas que muito do que se passa seria evitável se os Dirigentes desportivos tivessem outro comportamento.

 

Em 2004, aquando da preparação do Euro2004 foi lançada legislação que previa mais penalização. Infelizmente, e mais uma vez, focava sobretudo os adeptos. Chegou a hora de ter uma verdadeira legislação para mais segurança nos espectáculos desportivos. E que não se fique apenas pelas medidas punitivas. Há muito para fazer na prevenção, começando bem cedo na promoção do fair-play junto dos mais novos. E na vertente da punição que haja coragem e se castiguem verdadeiramente todos os intervenientes, em especial os Dirigentes que há muitos anos incitam  as emoções negativas que depois acabam em momentos de distúrbios e vandalismo.

A Economia Não Chega Para uma União Política

Ricardo Vicente, 29.11.11

A integração política da zona euro ou da União Europeia, se for forçada (como alguns prevêem, por exemplo aqui no Forte, e outros parecem desejar) tem de deixar de fora países que são "monetariamente sustentáveis", isto é, que não contribuem para a desestabilização da zona, antes pelo contrário. Isto porque uma economia partilhada não é suficiente para uma união polítca. Aliás, tirando a questão da moeda comum, a união económica não precisa de união política e até pede menos união, menos bruxelas, menos regulamentos, menos PAC, menos burocracia e menos Estado supra-estadual. A economia não é pois condição suficiente para uma união política e esta, por sua vez, não é condição necessária para aquela (como também se afirma amiúde). Declarando o óbvio: também há a política. Vamos a um exemplo: a Polónia.

A Polónia pode ser uma economia extremamente robusta e promissora e a chancelerina teutónica pode andar em pulgas para que aquele país adira ao euro, assim facilitando ainda mais as exportações alemãs. Mas enquanto a França e a Alemanha venderem armamento e treino militar à Rússia, a Polónia nunca aceitará uma união política que inclua aqueles dois países e, ainda por cima, tendo-os à cabeça. Nunca. Por muito economicamente desejável que possa ser a inclusão da Polónia numa nova zona euro mais restrita. E o mesmo vale para uma República Checa ou uma Estónia.

Forçar uma união política coincidente com uma zona euro mais reestrita levará ao estalar de fracturas profundas da geografia política europeia. E essas fracturas têm consequências económicas: se a Polónia fica de fora da união política liderada pela França e pela Alemanha, também ficará de fora da nova e mais restritiva zona euro. E se fica de fora desta, quanto tempo restará dentro da união económica? É por isso que, a bem da continuidade e abrangência da zona euro e da própria União Europeia, eu defendo que não se deve avançar para nenhuma união política. Caso contrário, vamos ter quatro ou cinco blocos políticos na Europa que estarão também separados economicamente. A fragmentação económica na Europa equivale à destruição daquilo que manteve a Europa em paz: uma economia comum. Não é preciso dizer mais nada.

Por tudo isto, alguns conselhos: não avançar com nenhuma união política; implementar as medidas institucionais necessárias e só as necessárias para que o euro seja um projecto credível; não deixar cair para fora da zona euro nenhum dos actuais membros, o que implica reestruturar as dívidas da Grécia, Irlanda e Portugal o mais rápidamente possível, o que por sua vez recomenda a utilização de eurobonds mas apenas com o objectivo da reestruturação ordenada e nunca com o propósito federalista.