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Galge a 7ª avenida meia dúzia de quarteirões para cima de Times Square e, em chegando ao nº 854, aterre no Carnegie Deli.
Fundado em 1937, o Carnegie está para um nova-iorquino como o Pinóquio estará para um Lisboeta. E se no Pinóquio nos deleitamos com um belo pica-pau, no Carnegie estão asseguradas as melhores sandwiches de pastrami da América.
Convém levar companhia porque, à boa maneira americana, as doses são a real encarnação da hipérbole. O truque é pedir uma só sandwiche (que consiste em duas fatias de pão que albergam uns vinte centímetros de pastrami) e “extra bread”, para depois desconstruir a sandwiche e refazê-la em três ou quatro unidades mais maneirinhas.
Alerta vital também para as sobremesas. Nunca incorrer no erro de pedir mais do que uma por par, já que as fatias de tarte parecem saídas de um menu para ataques cardíacos e fazem-se generosamente acompanhar por uma quantidade de gelado equivalente a uma embalagem de Haagen Daz.
O staff é a despachar, com todas as pitadas de má criação características dos nova-iorquinos. Convém perceber à primeira “What´s it gonna be m’am?”, responder com prontidão e nunca, nunca, nunca deixar uma gorjeta inferior a 15% do valor da conta, sob pena de nos poderem vir a ser infligidos danos corporais.
Mas, meu Deus, que o raio das sandwiches são de arromba, isso posso garantir.