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Forte Apache

No creo en brujas, pero.....

Fernando Moreira de Sá, 03.06.12

 

A edição de ontem do Expresso é digna de figurar no Guinness.


Menciona 83 - oitenta e três vezes - o nome de Miguel Relvas em 17 páginas directa ou indirectamente relacionadas com o chamado 'caso Relvas/secretas' no primeiro caderno, economia e revista. Um autêntico recorde. Editorial, cartoon do António, Madrinha, João Garcia, Daniel Oliveira, Luís Marques, cartas ao director (incluindo carta da semana), comendador Marques de Correia, seta para baixo no suplemento economia. Só falta acusarem-no do massacre na Síria. E darem-lhe bola preta na crítica de cinema.

 

A minha dúvida agora é outra. Será que o Expresso está apostado em fazer de Miguel Relvas um Cristo? Eu não quero alinhar em intrigas. Contudo, o Expresso a continuar assim vai fazer mais pela imagem de Miguel Relvas que qualquer campanha encomendada a uma boa empresa de comunicação. Com tanta página dedicada, com tanta "porradinha" no ministro, a malta já começa a considerar que algo de muito estranho se passa. Ainda ontem, numa animada tertúlia, um bom amigo de esquerda afirmava que isto é uma campanha a favor de Miguel Relvas. Independentemente da qualidade do tinto duriense que circulava, começo a ficar tentado a acreditar - aliás, foi ele que se deu ao trabalho de contar as vezes que o Expresso, só nesta edição, se referiu ao ministro.

 

Como dizia o outro: "No creo en brujas, pero que las hay, las hay"...

Má exibição, péssimo resultado

Pedro Correia, 02.06.12

 

Não sucedia desde 1955: a selecção portuguesa perdeu hoje contra a da Turquia, no estádio da Luz, por 1-3. Confirmando alguns dos piores augúrios para o jogo do próximo sábado contra a Alemanha, na Ucrânia, já em plena fase final do Campeonato da Europa. Depois do medíocre jogo em Leiria contra a Macedónia, que pelo menos terminou em empate, esta derrota faz antever uma campanha europeia muito complicada para a selecção lusa.

A exibição foi má, o resultado foi péssimo. E algumas lacunas preocupantes ficaram bem patentes esta noite no relvado da Luz.

 

1. Equipa sem automatismos. Foram frequentes, e graves, os desentendimentos entre os jogadores. Tanto nas linhas mais recuadas como no meio-campo e até na zona mais avançada. O primeiro golo turco nasce precisamente da falta de sintonia entre o guarda-redes e alguns defesas, repetindo-se esta falha no autogolo de Pepe. Também entre os avançados foram flagrantes as deficiências de sincronia em momentos cruciais.

 

2. Falta de comando. No meio-campo português é cada vez mais flagrante a falta de um comandante com boa leitura de jogo, autor de passes certeiros em profundidade potenciando a desmarcação dos companheiros e capacidade de mobilização geral da equipa. Alguém como Luís Figo, Deco ou Rui Costa noutros tempos.

 

3. Promessas goradas. Miguel Lopes, em estreia absoluta na selecção, prometeu mais do que cumpriu. Conseguiu um penálti graças a uma inesperada ofensiva na grande-área turca. Mas o primeiro golo nasce de um erro da faixa lateral direita, que ele devia cobrir com eficácia. Custódio e Nélson Oliveira também jogaram, sem dar nas vistas.

 

4. Quem marca golos? Ao minuto 72, Hugo Almeida isolou-se perante o guarda-redes turco, Volkan. Faltou-lhe o instinto de matador que caracteriza os bons pontas-de-lança: preferiu passar a bola a Coentrão, que não a esperava e tinha pior ângulo de remate. O golo gorou-se. Foi um símbolo perfeito da falta de capacidade dos rematadores portugueses. Helder Postiga, repetindo o fracasso de Leiria, não conseguiu melhor.

 

5. Cristiano não chega para tudo. Depois de uma época muito desgastante em que se sagrou campeão de Espanha pelo Real Madrid, Cristiano Ronaldo ainda não se reeencontrou com a selecção. Falhou um penálti, atirando de forma quase displicente à baliza adversária. Toda a equipa parece dependente dele. Mas, por melhor que seja, nenhum homem sozinho consegue colmatar as deficiências de uma equipa.

 

Gostei mais. Do golo do sempre inconformado Nani, para mim o melhor português neste jogo (espero, para bem da selecção, que recupere do traumatismo do pé). E também da irreverência de Raul Meireles.

Gostei menos. Do coro de assobios que os espectadores da Luz dirigiram à selecção nacional desde muito cedo: assim é quase preferível jogar no terreno do adversário. Daqui vai a minha vaia para esses assobios.

Publicado também aqui

"SMS" *

Pedro M Froufe, 02.06.12

Tão difícil como escrever mensagens em forma de “sms”, é escrever, esta semana, sobre eles próprios, os ditos “sms”. E essa dificuldade resulta, desde logo, do risco de cairmos em vacuidades ou em meras efabulações. Porém, em termos de atualidade política, eles (“sms”), têm sido incontornáveis.

 

Navegações

Luís Naves, 02.06.12

Rentes de Carvalho escreve aqui sobre Dalton Trevisan, o vencedor do Prémio Camões. Um excelente post, de um grande escritor português que mantém um blogue que leio com regularidade, Tempo Contado. A Quetzal publicou recentemente o romance de Rentes de Carvalho O Rebate, a reedição de um livro escrito em 1971 e que na altura passou estupidamente desapercebido. O livro tem tudo: ritmo alucinante, personagens desenhadas em poucos traços, arrasando os mitos do bucolismo campestre. Pelo contrário, é um mundo impiedoso, triste e pobre, povoado por figuras mesquinhas e brutas. Gostei deste livro também por me fazer lembrar um episódio da minha infância e uma história da minha família.

 

Eduardo Pitta escreve em Da Literatura sobre suplementos literários para jovens, anunciando uma iniciativa da Ler, mas destaco este texto sobretudo pelas referências ao DN Jovem, onde nunca escrevi, mas que li durante anos e vi fazer, também durante anos. Pena o DN ter acabado, primeiro com o suplemento, depois com a página, depois ainda com a plataforma digital. As maiores felicidades para o 15/25, que segundo revela o post será conduzido por José Mário Silva, autor do Bibliotecário de Babel. Está bem entregue.

 

Fica aqui também a ligação ao Pedro Rolo Duarte e à Bomba Inteligente de Carla Quevedo. Dois blogues com apurado bom gosto.

 

És mesmo assim...

jfd, 01.06.12

Já te chamei um nome, uma e segunda vez.

Tu não aprendeste. Continuas na mesma.

Li numa capa qualquer coisa sobre ti e alguém atirado ao rio Tejo.

Agora leio que foste snob para com teu público, ao contrário dos teus colegas.

Deus dá talento. Ao homem cabe humildemente aceitar e desempenhar.

Mas tu não vais lá.

És mesmo assim...