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Forte Apache

Navegações

Luís Naves, 02.08.12

João Gonçalves cita frequentemente Gore Vidal e escreve aqui sobre o escritor americano, que faleceu anteontem. Um texto com toque pessoal.

Não sou grande conhecedor da obra de Vidal, de quem li uma colecção de ensaios e dois romances, Império (julgo que menos interessante) e Juliano (que achei excelente). Por coincidência estou a ler uma curiosidade, um policial Death Before Bedtime, que o escritor assinou com o pseudónimo Edgar Box. A história é um bocado parva, mas os diálogos cinematográficos são uma pequena maravilha. 

Outro texto sobre Gore Vidal, por Eduardo Pitta, em Da Literatura.

Em A Terceira Noite, o falecido escritor de Império também merece uma pequena referência, mas não é por isso que deixo o link. A visita ao blogue de Rui Bebiano justifica-se em qualquer situação. Já o referi antes, é um dos melhores blogues portugueses, certamente um dos mais cultos e com mais para ler.

 

Por falar em cultura, habituei-me a ler regularmente Meditação na Pastelaria, de Ana Cristina Leonardo. Não partilho muitas das indignações da autora, mas é sempre uma excelente leitura. Fica aqui o protesto pela recente paragem deste blogue e uma nota de satisfação pelo recomeço dos posts regulares.

A história dos ursinhos de peluche, contada pelo Pedro Correia em Delito de Opinião é inacreditável. E também não dá para acreditar que haja admiradores portugueses do pobrezinho do ditador.

Por fim, um link para algo totalmente diferente. 

 

 

Medalha de ouro nos tiros nos pés

José Meireles Graça, 02.08.12

 

 

Já não conto as excepções aos cortes aplicados aos vencimentos dos trabalhadores do Estado.


Entendamo-nos: se não houvesse excepção nenhuma, nem por isso as contas do Estado ficariam significativamente melhores - estamos a falar, em relação à dimensão do problema das contas públicas, de peanuts; em alguns casos haverá gestores que poderiam ser tentados a pegar nas malas e passar-se para a concorrência ou sair da função pública. E até pode ser que a concorrência queira um ou outro, e que a saída deste ou daquele causasse um dano de valor muito superior ao da poupança; há, já agora, quem tenha recusado funções públicas por não aceitar o que o Estado paga, e isto ainda antes das reduções.

 

Mas: i) Suspeita-se que as empresas públicas (e as privadas, quando vivam em conúbio com o Estado) estão inçadas de gestores e consultores de aviário, e tais suspeitas são legítimas face aos casos que se conhecem e ao peso absurdo que o Estado tem na vida económica; ii) Os brilhantes gestores pagos a peso de ouro no banco público (nos privados também, mas isso só é da nossa conta porque somos chamados a empréstimos e garantias forçadas a que os restantes sectores da economia não têm acesso) deram com os burros na água de uma forma de tal modo gritante que conceder-lhes qualquer benefício da dúvida já é muito; iii) A política é a arte do possível, e não é possível esperar compreensão de quem sofreu reduções e assiste pávido às excepções de que são objecto alguns ungidos cujo principal mérito é terem passado e números de telefone. Para já não falar do Banco de Portugal, que, parece, vive em regime de extraterritorialidade para efeitos de nos vir ao bolso.

 

O passado, em muitos casos, não se recomenda; e fora melhor que toda esta gente se limitasse a ter os números de telefone de fornecedores e clientes.

 

Deve haver quem no Governo ache que ganha com isto; e que zangar-se com quem conhece é muito pior do que zangar-se com quem não conhece. Faz mal: quem conhece são meia dúzia de gatos de fatos às riscas e com egos do tamanho da estupidez; e quem não conhece é o resto. São milhões. E nem a paciência é tão grande como se imagina, nem a memória tão curta como se supõe.

Caricatura e Inovação

Diogo Agostinho, 02.08.12

 

A EGP, no Porto, ajuda os jovens licenciados a encontrarem o primeiro emprego. Fica a reportagem e a forma diferente de apresentar os alunos. É uma forma de diferenciar esses mesmos alunos. E se as empresas levarem a mal, se calhar não são empresas certos para estes jovens. 

 

O talento, a inovação, a escala global. É um bom exemplo. 

50 anos

Diogo Agostinho, 02.08.12

 

Se está a ler este post, neste dia, é provável que as tenha nos pés. Ou no cantinho à espera do fim do dia. Ou vai utilizar neste mês. 

 

É verdade. As havaianas fizeram 50 anos e estão aí em força. De todas as cores e feitios. Estima-se que já foram produzidos mais de 3 mil milhões de pares. É muita fruta, de facto. De origem japonesa (quem diria), estão pelo mundo todo. Simples e confortáveis. Design adaptado ao pé. É a prova de que por vezes não é preciso inventar muito para lá do óbvio. 

 

Parabéns pelos 50 anos de vida. 

Tão simples...

Alexandre Guerra, 01.08.12

Na última edição da revista Fortune lê-se, num artigo assinado por Pankaj Ghemawat (um dos gurus da “moda” na área da estratégia empresarial) e por Stijn Vanormelingen, que a “produtividade laboral espanhola (produção real por trabalhador) aumentou apenas 15 por cento entre 1990 e 2010”.

Dirá o leitor: “Nem é um número propriamente mau”. Talvez não seja se não continuar a ler o resto do texto.

Veja-se então o seguinte: No mesmo período de vinte anos, nos países do Norte da Europa essa mesma produtividade por trabalhador aumentou 25 por cento. Mas há mais. “Ao mesmo tempo, os custos espanhóis por trabalhador aumentaram 120 por cento.” No Norte da Europa, o aumento ficou-se pelos 60 por cento.

Perante estes indicadores, Pankaj Ghemawat e Stijn Vanormelingen concluem que “os custos laborais por unidade produzida em Espanha aumentaram três vezes mais rápido do que no Norte da Europa”.

sugestão gastronómica

Rodrigo Saraiva, 01.08.12

Há coisas que não mudam com o tempo nem com crises. Chega Agosto e muitos mudam-se, temporariamente, para o Algarve. Mas há coisas que mudam. Todos os anos há mais quem vá descobrindo que o Algarve não é apenas sol e praia.

 

Por isso aconselho vivamente a que tirem umas horinhas, seja para almoço ou jantar (embora eu prefira o jantar) e se desloquem a S. Bartolomeu de Messines e na serra (sim, há serra no Algarve) irão encontrar um fantástico restaurante e umas saborosas iguarias do Chef David Coelho.

 

Acreditem que vale a pena ir ao Mussiene.

Como imagem a acompanhar este post decidi deixar apenas o logótipo do restaurante. Desculpem, mas não consegui decidir qual das fotos colocar aqui. É a mesma dificuldade que tenho em escolher o que comer, seja entradas, pratos ou sobremesas, quando lá vou.

 

A puta da realidade

José Meireles Graça, 01.08.12

O Código das Sociedades Comerciais ainda regula as sociedades em nome colectivo: os votos são por cabeça, qualquer que seja o tamanho do quinhão, e a responsabilidade é solidária e ilimitada. É mais ou menos isto, com ressalva da caracterização insuficiente que algum jurista leitor me venha por aí assacar.

 

Conheci bem uma sociedade dessas, fundada em 1915. Deve ter sido uma das últimas a mudar para sociedade por quotas, e ignoro se ainda existem muitas com aquele estatuto de outras eras.

 

A realidade impôs-se - a puta da realidade impõe-se sempre. Cada sócio defende a sua quota e ela responde por ele. Não responde pelas outras quotas, e a interpretação que o sócio faz do bem da sociedade nem tem que coincidir com a dos outros sócios nem tem mais ou menos importância do que o peso relativo de cada qual.

 

Este senhor Jens Weidmann, Presidente do Bundesbank, não diz outra coisa quando diz isto: "Wir sind die größte und wichtigste Notenbank im Eurosystem und haben auch einen weitergehenden Anspruch als manch andere Notenbank im Eurosystem. Daraus ergibt sich für uns eine andere Rolle." O meu amigo feicebuquiano Jorge Costa, pela mão do qual acedi ao artigo, traduz assim: "Somos o maior e mais importante banco central do Eurossistema e temos uma palavra a dizer mais importante do que qualquer outro banco central. Temos, por isso, um outro papel".

 

Uns dirão: Tudo bem, mas paga senão vê-se que o rei vai nu; e outros - Lá está o boche imperialista.

 

Já eu digo o que o título diz.

O estigma de ter familiares políticos e gestores públicos

Carlos Faria, 01.08.12

Já sei que na gestão privada de longa data, à exceção dos envolvidos nas empresas, mais ninguém tem nada a ver com quem é admitido para trabalhar nem com os respetivos laços familiares com a hierarquia administrativa.

Agora ainda não percebi qual o distanciamento familiar nas novas admissões no setor público e nas empresas recém-privatizadas para não ferir suscetibilidade.

Hoje já sei que o estigma numa empresa recém-privatizada maioritariamente vai pelo menos até ao sobrinho-neto, alguém me diz qual o limite para não gerar "inconveniências" no politicamente correto?