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Forte Apache

Onde é que eu já ouvi isto?

Sérgio Azevedo, 25.08.12

Hollande, essa grande esperança do socialismo, entende que a Grécia deve "provar a credibilidade" dos seus compromissos internacionais pois, segundo Hollande, "vive-se um momento em que é preciso assumir compromissos" e que a "Europa tem de ter consciência que já tudo foi feito" em prol da Grécia. Nem Sarkozy teria dito melhor...

A minha vida dava um filme do Woody Allen

Joana Nave, 25.08.12

A minha vida dava um filme do Woody Allen, uma verdadeira tragicomédia com todos os ingredientes do drama e da comédia. Sou uma grande fã do cineasta e tenho um ficheiro em excel com toda a filmografia, onde vou anotando todos os filmes que já vi, os que compro e os que me faltam ver. Gosto de todos, mas tenho os meus preferidos, aqueles que são de alguma forma mais Woody Allenescos. As dúvidas existencialistas, as peripécias do dia-a-dia, o medo da morte e as relações disfuncionais compõem os dramas mais comuns.

Muitas vezes penso que podia ser uma determinada personagem e identifico-me com a história, sofrendo ou regozijando-me com o desfecho. É tão fácil sentirmo-nos meio perdidos, meio tontos, umas vezes tristes, outras contentes, porque a vida é esta linha cheia de curvas e contracurvas que ocultam sempre o que vem a seguir. Numas alturas somos o inferno, noutras o céu, e é esta busca incessante pelo equilíbrio que nos faz acordar em cada manhã. Se tudo corresse de acordo com as nossas expectativas, se as relações humanas fossem simples, a vida não teria qualquer sentido e, de repente, os consultórios dos psicólogos encher-se-iam de pessoas terrivelmente desgostosas com a sua imensa felicidade.

O ser humano é complexo e é isso que o torna interessante. A vida é uma permanente caça ao tesouro. Atravessamos continentes, cruzamos oceanos, para um dia encontrarmos a paz e a serenidade, quase sempre e invariavelmente no leito da morte. Procura-se alcançar a tranquilidade de morrer porque se cumpriu o destino, ou simplesmente porque se aceita o que se viveu sem mágoa nem julgamentos.

Eu, uma personagem tipicamente Woddy Allenesca, gosto da complexidade da vida, interesso-me pelo estudo do comportamento humano, as contrariedades da psique e tudo o que diga respeito às relações sociais. Considero que entender quem somos é um desafio que nos manterá eternamente activos, porque ao longo de séculos de história fomos sempre surpreendidos pela evolução. O desenvolvimento é tão extenso para o mal como para o bem, e é por isso que é tão importante alcançar o ponto médio que nos equilibra e sustém no arame em que percorremos os nossos dias.

Viano do Castelo

José Meireles Graça, 25.08.12

Há tempos, assinei não sei já que petição para a não execução de uma mulher que tinha cometido adultério num desses países que vivem nas trevas islâmicas, creio que o Irão.

 

Assinei e esqueci. Mas a organização que me havia contactado não me esqueceu e agora sou diariamente bombardeado com artigos sobre cãezinhos inocentes quase quase quase a ser eutanasiados, o degelo e o destino fatal dos ursos polares, sete razões pelas quais não devemos comer carne, e mais um sem-número de causas muitíssimo modernas, muitíssimo inócuas e, pela maior parte, muitíssimo parvas.

 

Acho bem: o Mundo não precisa de ser salvo, nem sequer dos salvadores, mas há gente que precisa de bandeiras para se sentir bem e é melhor que se ocupem do menu de um restaurante do Kansas do que de assuntos sérios.

 

Hoje tropecei num artigo sobre "Viano do Castelo", com a expectável retórica dos bons sentimentos. Quem quiser, assine. Pode ser que se as câmaras municipais que declaram os municípios livres de touradas, da energia nuclear, de fumadores e do Diabo, levarem a sua avante, os eleitores, que enchem as touradas mas não enchem as manifestações, se livrem das câmaras metediças.

 

É que Deus, às vezes, escreve direito por linhas tortas.