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Forte Apache

Troika avulsa

Judite França, 03.09.12

1. O défice de 6,9% da UTAO não serve para discutir a derrapagem orçamental (são dados do primeiro semestre, que não levam em linha de conta, por exemplo, a poupança com subsídio de natal que funcionários públicos e pensionistas não vão receber). O valor estará próximo dos 6%; resta saber o que precisará o Governo de fazer para chegar aos «aliviados» 5,3%.

 

2. Ouvir a CGTP pedir à troika para revogar o código de Trabalho obriga-me a dizer duas coisas: ou Arménio Carlos está a ser irónico, ou não sabe que em Portugal a troika ainda não aprova ou revoga leis nacionais.

3. PS e PSD deveriam repetir as respetivas rentrées depois do dia 10 de setembro. Antes disso, os discursos do PM e líder de oposição têm necessariamente pouco interesse.

O que a troika nos dirá?

Francisco Castelo Branco, 03.09.12

Depois dos discursos de reentré de ontem, todos aguardamos o que a troika tem para nos dizer após a 5ª avaliação do programa de assistência financeira. O défice de 6,9% deu uma pequena vitória a António José Seguro. É por isso de esperar que Pedro Passos Coelho esteja a fazer figas,   esperando boas notícias. Quem ri por último ri melhor.....

Fecho de mercado blogosférico

Filipe Miranda Ferreira, 03.09.12

 

 

...e assim começa mais uma aventura blogosférica.

Ao aceitar o convite para escrever neste blogue não posso deixar de agradecer a um "velho" amigo, companheiro de muitas lutas: Rodrigo Saraiva. Espero não te desiludir...

Acompanho este blogue desde o seu início e é verdadeiramente uma honra fazer parte desta equipa de verdadeiros "indios". A partir de agora... ao ataque!

Um dia não são dias...

Fernando Moreira de Sá, 03.09.12
 

 

Domingo, 13 horas, Ribeira do Porto, Setembro de 2012.

As ruas, as esplanadas e os restaurantes cheios de turistas. Eram franceses (muitos), ingleses (alguns) e espanhóis (vários). Um dia de sol fantástico que convida a um passeio por todo este Património da Humanidade e que nos enche de orgulho e satisfação ao ver semelhante mar de turistas.

 

Manda a prudência evitar almoços de domingo em zonas turísticas na época alta. Eu sei. Não resisti. Fomos ao Chez Lapin, mesmo no olho do furacão turístico. A longa espera, fruto de um serviço fraquinho, permitiu assistir à invasão de um grupo de franceses, logo seguido de um grupo de italianos reformados. Fico positivamente surpreendido ao verificar que o restaurante tinha empregados que dominavam o francês e o italiano – o facto de a sopa que nos serviram ter regressado ao ponto de partida por estar azeda não me tirou a boa disposição. São coisas que acontecem...

 

Com afinco, os empregados procuravam impingir o bacalhau. Alguns italianos resistiram. Entretanto chegaram os nossos pedidos. Só não seguiram o caminho da sopa por verdadeira desistência. Em bom português, uma merda. Os meus filetes de polvo com arroz de feijão resultaram nuns filetes muito maus e quanto ao arroz, ainda espero sentado. As carnes em “vinha de alhos” dos restantes comensais (três) vieram acompanhadas de quatro meias batatas assadas. Quanto ao sabor e qualidade da carne nem vale a pena perder tempo a explicar.

 

Ao meu lado, os italianos sofriam. Desde confusão na entrega dos pedidos, reclamação pacífica sobre os mesmos – imaginem o que lhes entregaram: o bacalhau que não queriam. A água fresca solicitada resultou em natural. Quando os empregados não estavam por perto e dada a proximidade entre as mesas não foi difícil perceber os seus comentários. No início só elogios à cidade, a meio abundavam as críticas à qualidade dos produtos servidos.

 

Finalmente, as sobremesas. O meu bolo de chocolate deve ter sido bom e fresco três dias antes. Desisti. Pedi a conta e fui-me embora. Para nunca mais. Nem fiquei triste ou mal disposto por mim e pelos que me acompanharam. O meu desalento é outro.

 

Estamos todos a fazer um enorme esforço para manter o Porto no mapa de destinos turísticos de excelência. Todos. Entidades públicas da Região, privados, operadores, etc. Excelentes hotéis, fantásticos hostels, restaurantes cada vez melhores, mais formação e muito mais informação. Só que alguns ainda não aprenderam e querem ganhar tudo de uma vez só a curto prazo. Quando assim é, todos ficamos a perder.

 

Escrevo estas linhas por um pormenor que é pormaior: estes franceses e italianos não escolheram o Chez Lapin como eu. Aterraram nele levados por guias contratados (e devidamente identificados como tal). Eu escolhi o restaurante e por isso o erro foi meu. A estes turistas foi impingido. Logo, foram duplamente enganados.

 

Um dia não são dias. Espero que tenha sido só um dia menos bom.

 

"submundo" - Don DeLillo

Carlos Faria, 02.09.12

 

O prólogo do livro é a coincidência de a data de 3 de outubro de 1951 corresponder ao primeiro teste com uma bomba nuclear na União Soviética e uma das tacadas mais famosas da história do basebol, eventos causadores fortes emoções em muitos norteamericanos, incluindo no coração da Bronx de Nova Iorque.
Acabada a guerra fria, um conjunto de personagens norteamericanas, mais ou menos relacionadas com a Bronx, é o fruto desse passado de dois sistemas em confronto.
O romance relata episódios, por vezes soltos, que vão recuando no tempo, e abordam medos, aspirações e disfunções sociais com mistura de cidadãos históricos ou não e factos reais ou ficcionados, unidos pela Bronx e a guerra fria.
Uma obra grandiosa que forma um puzzle do que foi a vida nos Estados Unidos durante 40 anos e onde a bola da tacada, a Bronx, a guerra fria, a arte e o lixo formam o cimento que une estas peças e justifica o comportamento das suas muitas personagens nos anos 90.
Um livro pós-moderno de grande qualidade, nem sempre de fácil leitura, por vezes deprimente, outras irónico ou introspetivo e com uma linguagem realista que pontualmente toca no calão, mas provavelmente tornar-se-á numa referência da história da literatura dos Estados Unidos.