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Forte Apache

Uma ligação

Luís Naves, 28.07.13

Por vezes, lembramos pedaços de romances que lemos no passado. Essas memórias podem ser caprichosas e levar-nos por associações impensáveis. É o tema do texto que podem ler aqui...

Revelação - o princípio do fim

Dita Dura, 26.07.13

Entrei na rede social Twitter há mais de três anos com o nome Dita Dura. Em pouco tempo comecei a ter algum sucesso e passados alguns meses já era uma das contas portuguesas com mais seguidores. Falando de tudo e de nada, misturando assuntos sérios com piadas sem sentido, desenvolvi um personagem assente num humor extremamente cáustico e assertivo. Tentei também provar que é possível ser crítico e concludente, sem fazer ataques pessoais ou insultos gratuitos. Penso que deixei a minha marca ao longo deste tempo e esta convicção deixa-me com o sentimento cumprido de ter divertido, entretido e suscitado reflexões.

 

Amanhã irei revelar a minha identidade, colocando no perfil o meu nome verdadeiro e fotografia. Sei que é um risco, porque acredito que grande parte do sucesso vem deste mistério, mas a verdade é que é um ciclo que se fecha. É uma marca que se foi esvaziando ao longo dos tempos e que não pode ser eterna. Até agora, nunca geri esta situação com planos elaborados e decisões pensadas, mas sim de forma intuitiva e rápida.

 

O meu objetivo foi sempre apenas o de provocar o riso, desviar a atenção dos problemas e sofrimentos da vida, parar um pouco para pensar de forma leve e espontânea. Durante esta viagem pude contar com a gentileza e simpatia dos elogios de uma quantidade infinita de pessoas, que foram a razão desta caminhada ter sido tão longa. A estrada não termina aqui, não conto mudar muita coisa, mas é muito provavelmente o princípio do fim.

Álvaro Santos Pereira e o elogio póstumo dos portugueses

Carlos Faria, 25.07.13

Desde o início das suas funções de Ministro da Economia que muitos se aproveitaram do seu estilo diferente para o achincalhar e até alguns dos seus críticos abstratamente defendiam o seu modo de ser político: não influênciável, humilde, independente, simpático e com formação reconhecida.

Certo que era evidente que em parte se desabituara ao discurso político que se faz em Portugal, mas bastou ser substituído e imediatamente foi tratado como vítima, reconhecido o seu trabalho e até elogiado por alguns dos seus detratores...

Só tenho pena de me ter sentido tão só quando o defendia no tempo em que ele ainda era ministro e percebia a sua linguagem, deve ser da minha naturalidade Canadiana, mas nunca preferi os elogios póstumos a quem os merecia receber no seu tempo...

Mas é assim Portugal...

 

Os actores não-convidados

José Meireles Graça, 25.07.13

Sentença pr'àqui, sentença pr'à li, mas link é que nicles - só ficamos a saber que tem 180 páginas, mais do que alguns êxitos editoriais.

 

E eu tinha curiosidade de ler a coisa, nem que fosse em diagonal, a ver se percebo como pode justificar-se que um juiz se ache competente para suspender uma decisão política sob pretexto de que

 

"com a transferência para a Estefânia os utentes ficariam pior servidos, uma vez que os blocos operatórios e cuidados intensivos neonatais neste hospital, mesmo com obras, apresentam lacunas técnicas e de espaço. 'A reiterada expressão - divulgada nos meios de comunicação social - de que a MAC não cabe no HDE, refutada pelas requeridas, deixou de ser mera frase, pois o que se apura é que a transferência da MAC implica a redução de prestação de serviços, de que modo e em que circunstâncias, não se sabe', diz a sentença".

 

Vamos admitir que é assim, que há uma efectiva redução de serviços. Ainda que mal pergunte, o Governo não pode reduzir a prestação de serviços públicos, de Saúde ou outros, quando entenda que essa redução é necessária para assegurar a realização de outros bens - equilíbrio de contas públicas, afectação de recursos a outros fins que, erradamente embora, se estimem preferenciais, gestão mais criteriosa de meios e de espaços...nada? Se, por exemplo, o Ministério da Justiça entender amanhã que o tribunal xis deve mudar para instalações menos cómodas, ou mais longínquas, ou menos eficientes, os juízes não saem porque a oferta de Justiça, a que os cidadãos têm direito, pode piorar?

 

Não é isto uma mera decisão política? E, se é, precisamos da AR e do PR para quê? E do voto, e da opinião pública? Bastar-nos-iam os juízes, que não elegemos, para, em havendo interesses públicos ofendidos, segundo a opinião de alguns queixosos, decidirem quem está e não está no torto.

 

Entendamo-nos: eu acho que o cidadão precisa de quem o defenda do Estado e dos poderes de facto. E a única verdadeira garantia dessa defesa é a independência e irresponsabilidade dos juízes. O cidadão, não a colectividade. Que a vida desta é regulada pelo Poder Legislativo e Executivo, segundo regras que resultam de um complicado jogo de interesses, opiniões contraditórias sobre o que é o Bem Público, poderes e contra-poderes - chamamos a isso Política.

 

Que os juízes não deviam fazer.