...sob pressão...
... os anteriores erros e insuficiências, bem como a actual crise, têm de ser tidos em conta numa futura revisão dos tratados mas isso não significa que seja boa ideia revê-los agora e sob pressão. Sarkozy e Merkel não decidem sozinhos, é certo, mas a actual preponderância de que gozam (eles é que pagam) e a fragilidade dos países falidos colocam estes últimos numa situação de défice de "liberdade contratual" ou assim. Para além de todos os défices democráticos na história da construção europeia, é possível que venhamos a ter agora a aprovação de tratados por países, digamos, sob chantagem. O triste disto tudo é que se o objectivo é responder à crise das dívidas soberanas então a solução tem de ser mais rápida (alterar tratados é coisa para meses ou anos) e, por outro lado, não tem de passar, neste momento, por alterações institucionais de fundo: o que urge pôr em prática é uma versão não politizada de eurobonds que facilite defaults parciais e inteligentes que atinjam um óptimo entre minimização dos riscos de contágio e maximização da sustentabilidade dinâmica das contas públicas após o default...