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Forte Apache

A boa, velha e vigilante esquerda

Rui C Pinto, 16.09.11

Nascido a meio dos 80, e adulto já no inicio do novo século, aprendi a distinguir esquerda e direita com Guterres e Rebelo de Sousa. Aquilo, está bom de ver, era diferença nenhuma. Era uma discussão entre dois herdeiros para decidir como se havia de gastar o guito europeu. Valeram-me pais, avós e o PCP para perceber o antagonismo dos discursos antigos entre esquerda e direita. O meu avô diz que os de esquerda lhe queriam fanar os burros e o motor de rega para a Cooperativa, a minha avó diz que os de direita levavam os seminaristas para Felgueiras a trabalhar Sol a Sol nas fábricas de têxteis por pão e água. É isto.

 

Mas volta e meia, lá vem um dos antigos, aqueles indivíduos cujos discursos soam a cânticos de claque. É o caso de António Arnaut, um indivíduo que deu muito ao país e à minha geração. Diz ele que espera que o Presidente da República esteja atento "para advertir o Governo para que não cometa qualquer atentado contra o SNS" porque promover cortes orçamentais atingindo "os 800 mil ou mesmo os mil milhões de euros (...) serão para destruir o SNS" a favor dos "grandes grupos económicos, que esperam por isso como abutres". A sonoridade é outra. Disto já não se faz por estes dias. Cavaco, põe-te fino!, os grandes grupos económicos andem aí e os gaiatos que estão no governo são uns ultra-neo-coiso-liberais que querem é desmantelar aquela treta toda. 

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