Volta à Europa
Um grupo de ciclistas de várias gerações, encabeçado por um antigo camisola-amarela, vem propôr-nos a solidariedade com o povo Grego porque "se sabe que a crise não é só grega mas europeia".
Também sou solidário com o povo Grego. Mas estes desportistas sabem coisas que ignoro. Porque a crise grega é grega, a nossa é nossa, e as da Finlândia ou Holanda seriam, respectivamente, finlandesa ou holandesa - se existissem.
Mas não existem. E nós, os Finlandeses, os Holandeses e os Gregos, todos somos Europeus. Logo, a crise grega só pode ser descrita como europeia porque estes senhores promoveram a ideia de que a Europa é uma bicicleta que não pode parar, mesmo quando à pedaleira faltam dentes, a cremalheira encravou e o pinhão está podre.
São, caracteristicamente, socialistas: o problema que criaram há-de ser resolvido pelos outros e a realidade não tem razão - a engenharia social e de pátrias sim.
Mas não, o problema não vai ser resolvido pelos outros, será quando muito adiado. E os apelos de velhas e novas glórias do ciclismo doméstico estão desacreditados.
Querem um atleta moderno com as ideias no lugar? Está aqui, mas não é ciclista.