Uma cedência ao populismo...
... ou apenas um desabafo.
Domingo, Régua, a meio da tarde. Numa descida, uma brigada da GNR (já na sexta-feira anterior os vira, estes ou outros, noutro local da Régua, pouco passava das 22h) mandava parar alguns condutores. Uma operação stop. Mais uma. Nos últimos meses passo a vida a cruzar-me com coisas destas.
Um pouco mais à frente, numa tasca da Régua de nome estranho, "Alto gabarito - João Quintela", aproveito para lanchar. A meio de um valente naco de vitela peço uma cola (eu sei, que pecado acompanhar com "tinto americano" a iguaria, eu sei, mil perdões) e recebo como resposta: "Não tenho. Sabe, fomos assaltados esta noite e levaram a máquina do tabaco, os refrigerantes e aquelas coisas da TDT. Já perdi a conta aos assaltos que temos sofrido". Os larápios conseguiram roubar as bebidas, o descodificador da TDT e, pasme-se, levar a máquina do tabaco, uma coisa assim para o grande e que mal cabe na porta da tasca. Imagino a trabalheira dos moços a carregar aquilo às costas para a viatura. E tudo na paz do Senhor.
A senhora, furiosa, atirou: "AGNR para fazer operações stop na caça à multa está sempre pronta, agora vigiar as ruas da nossa Régua para afugentar os ladrões, nada. Nem me admira, li num jornal que eles são obrigados a isso."
Não faço a mais pequena ideia se é mesmo assim ou não. Uma coisa sei: nos últimos meses, repito, passo a vida a cruzar-me com operações stop. Só numa semana foram duas na Régua, uma perto de Vila Real, outra entre Folgosa do Douro e o Pinhão e outra no Grande Porto. Coincidência, continuo a não me cruzar com polícias nas principais ruas comerciais destas cidades. Estranho, não?