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Forte Apache

Guiné-Bissau: tempo de viragem

Sónia Ferreira, 19.03.12

 

Decorreram ontem as eleições presidenciais na Guiné-Bissau, que de acordo com relatórios dos observadores decorreram com normalidade e sem incidentes dignos de registo, apesar de o antigo chefe dos serviços secretos ter sido assassinado já depois da realização do escrutínio, aparentemente num crime sem qualquer relação com o acto eleitoral.

Estavam no terreno mais de 150 observadores nacionais e estrangeiros. Espera-se agora o apuramento dos resultados.

Já as duas semanas de campanha eleitoral tinham decorrido de forma pacífica. Dada a instabilidade social em que o pais está mergulhado e os sucessivos golpes de Estado ocorridos nos últimos anos, havia o receio de que se registassem distúrbios, o que felizmente não se confirmou.

Este relativo apaziguamento na Guiné-Bissau pode significar a vontade do povo e das elites de que o país vire a página da sua história mais recente e que enverede pelo caminho que alguns países  africanos tomaram, tentando ultrapassar a instabilidade e construir um país mais democrático.

Não nos devemos esquecer que a democracia não é um bem adquirido. Temos sempre de  lutar pela sua permanência e manutenção.

Estas eleições colocaram nove candidatos na corrida para a presidência, entre eles Carlos Gomes Júnior, candidato do PAIGC, Henrique Rosa, independente, Serifo Nhamadjo, presidente interino da Assembleia Nacional, e Baciro Djá, Ministro da Defesa, ambos membros do PAIGC mas concorrendo como independentes, e Kumba Ialá, ex-presidente.  

Ao que tudo indica, Carlos Gomes Júnior vai à frente na contagem dos votos. Foi Primeiro-Ministro da Guiné-Bissau e caracterizou-se por ser um adepto da estabilidade e do desenvolvimento.

O próximo Presidente terá pela frente um caminho difícil, cheio de desafios, mas com muitas oportunidades de trazer a Guiné-Bissau para o grupo dos países que lutam pela democracia. Urge agora uma reforma do sector da defesa nacional: os militares são ali um dos maiores problemas, logo a seguir ao narcotráfico.

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