Merkel: derrota em três frentes
Angela Merkel perdeu hoje em três frentes.
Na frente externa, o seu mais fiel parceiro europeu - Nicolas Sarkozy - foi derrotado por François Hollande nas presidenciais francesas. E a Grécia sai das urnas ainda mais fragmentada e ainda mais ingovernável, com um expressivo voto de protesto que penaliza as duas maiores forças políticas pró-europeias e rejeita novas medidas de austeridade impostas por Berlim.
Na frente interna, a chanceler alemã vê a União Democrata-Cristã recuar nas eleições estaduais de Schleswig-Holstein, onde o seu parceiro de coligação se afunda. Depois das derrotas na Renânia do Norte-Vestefália, Hamburgo, Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental e Baden-Vutemberga.
São sinais reveladores. Que devem ser lidos com atenção. Em todas as capitais da União Europeia, onde as forças extremistas, nacionalistas e populistas vão ganhando terreno. Não só em Atenas, não só em Paris. Por uma espécie de lenta implosão das famílias políticas tradicionais, incapazes de escutar a voz da rua.
Sinais que devem fazer meditar seriamente os políticos com responsabilidades governativas. Para que a união não se transforme em desunião e o sonho europeu não naufrague. Só ele possibilitou a paz prolongada na Europa, de longe o continente com maiores cicatrizes de guerra. Como a História nos ensina.
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