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Forte Apache

Haja paciência

José Meireles Graça, 09.06.12

Creio que foi Freitas do Amaral, ou outro alguém, que disse um dia que um general é um sargento com muitos anos de serviço. Pela mesma ordem de ideias, um bispo é um padre à beira da reforma. D. Januário Torgal, major-general do Exército, será portanto o dois em um.


Disse coisas superficiais e acaloradas sobre um discurso anódino de Passos Coelho no qual este gabava a "paciência" dos Portugueses.


A blogosfera e o comentário nacional ferveram; Pacheco Pereira desenvolveu uma tese profunda e definitiva sobre o tema, tão profunda que só com exercícios de apneia se consegue chegar a lê-la completamente; e a Situação e a Oposição digladiaram-se devidamente.


Os Portugueses que aguentam o desemprego, e a quebra de rendimento e de consumo, e que estão mais ou menos azabumbados com a sucessão de notícias em que por alturas do telejornal vêem o mundo a desabar, tornaram-se filósofos.


Filósofos não fazem revoluções, quando muito inspiram-nas. Mas como a parte mais aguerrida do País ou ainda tem emprego ou já emigrou; e como uma parte dos desempregados que ficaram vai arredondando os fins-de-mês com expedientes, porque, além da economia exportadora, também cresce a paralela, resta que no que sobra só haveria massa crítica para grandes convulsões se uma parte considerável achasse que, depois da bebedeira socialista, não fosse preciso curá-la.


Isto digo eu, que não sou bispo, nem general, nem sequer sargento, menos ainda filósofo, mas vejo o que está debaixo do nariz.

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