PREC 2012 ou o Processo de Reforma em Curso
“Maioria da população reclama um novo Governo”, diz Mário Soares. Com esta cereja compõe-se o bolo que a oposição não democrática montou nos últimos meses para derrubar o governo.
O “road map” é ( era ) simples : a aplicação das medidas de austeridade incluídas no acordo celebrado com os nossos credores internacionais atingiria o seu clímax este Verão : então o culminar da agitação e propaganda também teria de acompanhar o mesmo “comboio”. E tentar isolar o governo que aplica a solução negociada pelos três partidos democráticos.
Os meios estão aí à nossa frente : greve geral orquestrada por uma CGTP com nova direcção submetida directamente ao comité central do PC, greves sectoriais que dão capa política a reivindicações corporativas, a táctica do salame aplicado ao suposto elo mais fraco do governo de Passos Coelho, a campanha da ultra minoritária ala esquerdista do PS tentando “desviar” Seguro do acordo que o seu partido assinou, a utilização sistemática dos “canais amigos” na imprensa que já foi de referência, o uso das eleições da Grécia e da França para criar o clima de que “ agora é que vão ser elas”, e a perseguição ad hominem que o PC agora faz a todos os membros do Governo nas suas deslocações pelo país ( aqui ajudados pela agenda fornecida diariamente pelos contactos que têm nas redacções de alguns jornais ).
Mas a realidade é “reaccionária”.
Em breve o governo e a troika vão levantar o pé da austeridade e vão começar a ser ainda mais visíveis e indiscutíveis os benefícios da solução em curso.
E, sondado (*) , o povo português continua a avalizar o Processo de Reforma Em Curso, o PREC democrático de 2012, o processo que vem finalmente corrigir os últimos resquícios do processo revolucionário que destruiu a nossa economia em 1975, que se manteve "vigilante" na defesa dos "direitos adquiridos" ao longo dos últimos trinta e cinco anos, e que quase nos levou ideológicamente à bancarrota no ano passado.
(*) é incrível a distorção que o Expresso faz da leitura da última sondagem que publicou: Direita desce, Esquerda sobe. Além do facto de o PSD, assim como o PS e o BE, terem subidas marginais, o editor chama esquerda ao conjunto do PS, PC e BE, como se fosse possível constituir-se algum dia uma alternativa de poder entre o democrático PS e os anti- democráticos PC e BE. Eu sei que o “frentismo” neo-realista ainda é popular nalgumas cabecinhas pensadoras dos esquerdistas do PS e dos socialistas revolucionários do BE ( com o PC de braços cruzados à espera do que venha daí ), mas a sua consistência é idêntica à frase serôdia e ridícula com que iniciei este post.