Excelente jantar em casa do meu amigo N.
Se há semanas que acabam bem – e esta foi uma delas – há jantares que começam melhor – e o de ontem foi um deles. A dar início às hostilidades, ainda sem mastigáveis, como que a preparar o palato e o humor, um cava Raventos i Blanc, L'Hereu de Nit, Rosado Brut, de 2007. Um cava bom à brava, de acidez equilibrada, tez rosada e pálida, fresquíssimo, cheio de aromas silvestres. Para repetir, sem dúvida (quem souber de um espumante rosé português com este nível, deixe indicação na caixa de comentários sff).
De boquinha feita para o solomillo de salmão fumado com rúcula selvagem e alcaparras (em conserva de vinagre), marchou alegremente um Codorniu reserva Raventós, um cava com pretensões champanhezas, mas que apesar da vivacidade das bolhinhas e de um agradável travo a maçãs verdes, pecou pela excessiva simplicidade. A acompanhar a segunda entrada – um foie gras com compota de amora – bebeu-se um Aneto colheita tardia (botrytizado), um duriense saborosíssimo com toques de laranja caramelizada, alguma baunilha e excelente final.
Para acabar as entradas – gambas fritas flambeadas com Courvoisier – um branco, Vale d’Algares Selection, um vinho super-aromático (topa-se o alvarinho à distância), de grande frescura. Sem dúvida, para repetir em breve.
Depois, a empurrar a picanha gloriosa que a M. fez (o resto foi tudo responsabilidade do N.) o topo de gama da casa Ermelinda Freitas, o Leo d’Honor da colheita de 2003. Este “castelão de luxo”, que é um bom vinho – apesar de ter já perdido uma parte substancial daquilo que o fazia tão bom aí há uns 4 ou 5 anos – foi um companheiro simpático para o prato principal.
A provar que a melhor fruta que existe no Porto é mesmo a uva, rematou-se a comezaina com um Quinta do Infantado Vintage 2003, que emparelhou com uns crepes de chocolate e que se continuou a beber com entusiasmo e ritmo (sustentado). Um excelente Porto. Ao contrário do tinto de mesa bebido ontem e descrito linhas atrás, este tinto generoso está para durar, sei lá, mais uns trintó quarentanos (um bem-aventurado há de o beber nessa altura quando, finalmente, o Gaspar da época anunciar o fim da crise).
Disclaimer: Proibido o consumo de bebidas alcoólicas por menores de 18 anos. Beba com moderação. Se beber, não conduza.