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Forte Apache

Manta Rota

José Meireles Graça, 03.08.12

Com perdão da snobeira, não me passaria pela cabeça passar férias na Manta Rota. Nem aliás em nenhum outro sítio onde seja preciso disputar cinco metros quadrados para estender uma tolha para nela frigir em grande desconforto, com sérios riscos de aumentar as probabilidades de cancro da pele, e com prováveis infiltrações de areia nas partes pudibundas. Isto enquanto as crianças gritam, os banhistas espadanam água alacremente e não se dá dez passos sem ter que evitar a inevitável bola dos inevitáveis desportistas.

 

Mas isto sou eu. Passos Coelho sempre foi, parece, para a Manta Rota em gozo de férias, pelo que presumo gosta. E pelos vistos gosta o suficiente para acrescentar ao incómodo que eu teria e ele não tem a curiosidade pública, os guarda-costas, as fotografias e filmagens indiscretas, e as reportagens tolas.

 

Numa destas reportagens, na Sic-N, uma popular insurgia-se contra a guarda policial, dizendo irada: Quem julga ele que é? Não é mais ca nós!

 

Olha, ó minha concidadã regateira: o teu "nós", pela aragem, deve ser o "nós" do BE ou do PCP. Porque confundes o teu direito de voto, que é como deve ser igual ao de Passos e ao meu ou qualquer outro, com o tratamento igual de situações desiguais: ninguém te quer agredir, ou insultar, ou atacar, ao contrário do que acontece ao PM.

 

Ignoro se Passos quis marcar um ponto político, dizendo ao eleitor comum: não sou diferente de ti. Ou insistir no seu direito a não alterar os hábitos por causa da sua nova condição.

 

Espero que não seja o primeiro caso, ainda que tivesse a minha admiração pelo sacrifício; no segundo tê-la-ia pela teimosia.

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