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Forte Apache

Olímpicos (12)

Pedro Correia, 12.08.12

 

O Brasil tem de ir à bruxa: ainda não foi desta que conseguiu sacudir a maldição olímpica em matéria de futebol. Hulk ainda marcou um golo, na final contra o México. Mas não chegou para impedir a derrota brasileira (1-2) contra uma selecção onde brilhou Oribe Peralta, goleador já a sonhar com a Europa.

"É muito triste", lamentou Neymar. Tudo dito em três palavras.

Os lamentos brasileiros não se confinam ao futebol. Também na final de voleibol masculino de nada valeu a vantagem inicial: a Rússia acabou por se impor, conquistando o ouro. A fazer lembrar antigas proezas soviéticas noutras Olimpíadas, em tempo de Guerra Fria.

Podem gabar-se os brasileiros ao menos do primeiro lugar no pódio obtido pela sua selecção feminina de voleibol, que revalidou o ouro olímpico. Já os espanhóis contentam-se com pouco. Bastou-lhes a prata na final de basquetebol (masculino) contra os Estados Unidos, há um par de horas, para desencadear torrentes de hipérboles na imprensa do país vizinho. "Uma prata para a eternidade", dispara o El País. "Medalha de prata, selecção de ouro", sintetiza a Marca, apesar de tudo mais comedida.

Leio estes títulos, bem ao estilo espanhol, e interrogo-me: o que sucederia se o país vizinho tivesse derrotado nesta final as estrelas da NBA?

Com menos hipérboles mas melhores resultados, os norte-americanos garantiam o 14º título em 18 Jogos Olímpicos em basquetebol. E podem gabar-se de ter sido o país mais medalhado em Londres - mais 17 medalhas que a China, no segundo posto.

Portugal só vem com uma. Mas traz uma consolação: foram dois a conquistá-la.