Cenas de um casamento
A alteração da actual Lei Eleitoral Autárquica ficou pelo caminho. Infelizmente. As Assembleias Municipais continuarão a ser uma espécie de fiscal sem meios para fiscalizar. O CDS defendeu os seus interesses partidários. Tendo apenas uma câmara (Ponte de Lima) e vereadores em várias coligações (algumas dezenas deles), temeu a perda de boa parte com a proposta apresentada – o que diz muito da confiança nas qualidades de cada um dos seus candidatos.
O processo de privatização da RTP arrisca o mesmo triste fim. Uma vez mais, o CDS. O CDS entende que os portugueses, os contribuintes, devem continuar a subsidiar com os seus impostos uma empresa de comunicação social. São opções.
Até posso entender a manutenção da RTP2 que passaria a ser o espaço em sinal aberto para o tal serviço público (esperando que se elabore um verdadeiro e vinculativo manual que defina o que é serviço público) e que serviria de base à RTP Internacional assim como a existência de uma RDP Internacional. O resto, por muito que me esforce, não consigo perceber para quê e muito menos com o dinheiro dos nossos impostos.
Depois temos os submarinos e o próximo(a) Procurador(a) Geral da República. Realmente, esta história dos submarinos já cheira mal. O processo assemelha-se a um carro velho que hesita entre o arrancar e o parar. Ou seja, anda aos soluços. A exemplo de muita coisa na nossa justiça. Tal como no caso Freeport, o caso dos submarinos apenas tem servido para agitar as águas políticas. Uma espécie de novela sem fim à vista. Que apenas serve para queimar sem matar. Da mesma forma que sempre me custou (e custa) acreditar que José Sócrates se fosse envolver em semelhante e depois arriscar ser Primeiro-ministro, o mesmo raciocínio adopto no caso de Paulo Portas – ainda por cima sendo este um dos políticos mais inteligentes da nossa praça.
Só espero que a escolha do próximo(a) PGR não sirva para mais zangas. Caso contrário, o estado de espírito do CDS começa a assemelhar-se, imenso, com o do Cristiano Ronaldo...