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Forte Apache

O estranho comportamento do CDS-PP

Carlos Faria, 06.09.12

Penso que na coligação governamental, fora dela e sobretudo da parte dos cidadãos já todos têm plena consciência que a carga fiscal está a atingir ou atingiu o limite, pelo por questões de sobrevivência política ou pessoal ou meramente por defesa do valor do seu trabalho estão todos contra o aumento de impostos.

Todavia, nos últimos dias tem-se assistido a um intensificar de divergências públicas entre os partidos da coligação governamental, sobretudo por parte do PP, que ora mostra discordâncias de assuntos na ordem do dia na comunicação social, como foi o caso da concessão da RTP; ora apresenta por antecipação posições políticas sobre questões ainda não assumidas por parte do governo, como foi agora o aumento de impostos.

Uma coisa é comum: o PP tenta mostrar sempre uma posição política em sintonia com a opinião e desejos maioritários da população, um comportamento de quem está no poder mas não quer assumir os espinhos das decisões polémicas ou impopulares e como se estivesse em campanha para eleições a curto-prazo.

Conhecendo o facto de se estar em pré-campanha nos Açores, onde o CDS-PP aspira a aumentar a sua expressão eleitoral, não estranho que se esteja perante uma estratégia de solidariedade e de apoio político do partido nacional com os objetivos dos centristas açorianos e não de um esticar da corda dentro da coligação no Continente.

O comportamento do PP seria assim o oposto ao do líder nacional do PSD quando disse que "se lixem as eleições", primeiro está Portugal, pouco antes do início desta campanha e até hoje nenhum sinal para salvaguardar os objetivos do PSD-Açores foi mostrado do lado de Passos Coelho.

Recorde-se que na Madeira o CDS ascendeu ao segundo lugar no parlamento e tal objetivo, embora difícil de alcançar, deve ser um sonho para os centristas nos Açores. Mas esteve bem Passos Coelho em travar esta imagem de divisionismo interesseiro do CDS no Continente, pois uma coligação implica também uma corresponsabilização dos amargos da governação.

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