2+2=5
Do cardápio de medidas ontem anunciadas, a do aumento do imposto sobre o tabaco recolhe, segundo percebi, grande consenso: parece que a receita do imposto, que tem vindo a cair, vai crescer, apesar da previsão de nova diminuição do consumo. Para já não falar da melhoria do estado geral da saúde da população e da qualidade do ar - só benefícios.
O meu soi-disant representante, o vaselínico patrão da CIP, é que teve a luminosa ideia, acolhida pelo Governo com fervor e pela opinião pública com apauso.
De contrabando não ouvi falar: há pouco disso, e os contrabandistas, como é geralmente sabido, não estão ao corrente dos esforços do Governo para lhes subsidiar a actividade.
Os viciados irrecuperáveis, uma malta de todo o modo desprezível, terão que passar a fumar mais, para garantirem a receita; e por isso não terão o privilégio de morrer de fome com as pensões de reforma que não vai haver, visto que este exagero de consumo lhes vai previsivelmente encurtar a vida.
Ave anser, morituri te salutant.