Um "herói" do nosso tempo
«Um aluno universitário, escudado na 'coragem' da turba, achou-se no direito de dizer ao primeiro-ministro, de visita à sua Faculdade: "vai para casa, filho da puta!". Depois, deu entrevistas, como um herói estudantil, gabando-se da sua coragem e dizendo estar pronto a repetir. Após curta ponderação, a Faculdade deu-lhe a pena disciplinar de "advertência", a mais baixa. Já sabia dos largos critérios científicos exigidos em algumas universidades, agora fiquei elucidado sobre os seus critérios disciplinares e cívicos. Se insultar assim um primeiro-ministro apenas merece uma advertência, o que seria necessário para a pena máxima de exclusão - que ele matasse o PM e esquartejasse o cadáver em público? A Faculdade em causa, o ISCSP, veio assim juntar-se à maralha dos que, a coberto do anonimato impune da net, insultam, ofendem, inventam, mentem e difamam livremente quem quer que desempenhe funções públicas.»
Miguel Sousa Tavares, no Expresso de sábado