A bicicleta
Redescobri um blogueiro, que costumava ler com proveito e que perdi de vista - não sabia que tinha um novo blogue. Activei aquela coisa do RSS Feed, e pimba: o primeiro post que recebo é este.
Quer-se dizer: aqueles de nós que têm emprego procuram empurrar para a parte profunda do cérebro a ideia de ficar sem ele; os que são patrões têm medo de deixarem de o ser, mesmo que as coisas para alguns não estejam a correr mal; todos os que pagam impostos olham à esquerda e à direita a ver se há maneira de fintar o Estado, ao menos numa parte - a maior possível mas se for poucochinho migalhas são pão; o Governo não chega ao fim da legislatura, nem o Orçamento ao fim do ano, e a UE parece cada vez mais um gigante com pés de barro; a dívida pública cresce, a incerteza já não - quase todos sabem que assim não pode ser, embora ninguém saiba ainda como pode ser.
E Luciano Amaral vem dizer que o pior desta crise é capaz de estar aqui ao lado, em Espanha. E não, não é de economia que está a falar.
A UE, o Euro, eram passos necessários para o enterrar definitivo da ideia obsoleta da nacionalidade. E a famosa bicicleta do aprofundamento não podia parar, porque é da natureza das bicicletas caírem em parando.
Porém, do velocípede em questão já ninguém cura da velocidade: está feito num oito.