Saltar para: Post [1], Comentar [2], Pesquisa e Arquivos [3]

Forte Apache

Gente Independente de Halldór Laxness

Carlos Faria, 14.11.12

 

Há livros cuja dimensão da sua estória e mensagem se tornam o cerne de uma obra prima literária que forma espíritos e por isto devem ser lidos.
"Gente Independente", de Halldór Laxness, já tem 77 anos e o seu protagonista, em vez de ser um islandês, poderia ser o povo português do século XX e a revolta contra o sistema poderia ter sido escrita hoje 14 de novembro em Portugal.
"O homem não é criminoso o bastante para saber viver dentro deste sistema social."
É uma frase forte, mas muito bem demonstrada pela resistência e lição de vida, roçando a obstinação e por vezes cruel, de Bjartur para se tornar num homem livre.
Um romance duro, cruel, terno, irónico, doloroso, romântico, comovente e revoltante que - apesar de uma escrita densa, alguns parágrafos muito extensos, com nomes de personagens impronunciáveis e por vezes demasiado semelhantes que obrigam a um certo esforço - deveria ser lido por todos.
Provavelmente será o romance que maiores marcas me deixará em 2012 e só por si justifica o Nobel que o seu autor recebeu, sem dúvida alguns não concordarão com tudo o que Halldór pretendia dizer, aliás o autor evoluiu no pensamento político e inclusive sentiu-se defraudado com muitos comportamentos dos sistemas que defendeu, mas também dá perceber muita da revolta que gente honesta hoje em Portugal sente sem nunca ter partilhado ideais políticos de esquerda.

Comentar:

Mais

Comentar via SAPO Blogs

Se preenchido, o e-mail é usado apenas para notificação de respostas.

Este blog tem comentários moderados.