Entrevista de Passos Coelho após aprovação do OE2013
Num momento difícil da ação governativa, quando o Governo é dardejado como culpado dos espinhos da correção da herança de um Portugal por 25 anos a crescer mais nos gastos do que no PIB (crescimento económico suportado num consumo maior que a produção é uma falácia) e imediatamente após a aprovação de um oçamento onde as dores do tratamento atingem um novo máximo, Passos Coelho sujeitou-se a uma entrevista na TVI para explicar a sua governação.
Colhi duas ideias base:
- o tratamento é difícil mas é necessário para curar o País e implica dores, mas não há modo de escapar a estas e está determinado neste trabalho. Compreende os sofrimentos do Povo, mas espera conseguir salvar Portugal.
- 2013 corresponde ao ano onde implementará as mudanças necessárias à gestão do Estado para se reduzir nas despesas e daí poder-se passar a diminuir a carga fiscal. Planeia um debate nacional público nesta reforma.
Apesar de tudo, o caminho trilhado e a percorrer tem riscos, mas é a solução segundo Passos Coelho.
O Primeiro-ministro parecia cansado, os jornalistas praticamente não o deixavam acabar um raciocínio para o questionar, o contradizer ou o levar a comentar terceiros – uma técnica que é considerada boa em Portugal, pois quem está no poder parece que não é entrevistado para esclarecer o País, mas para se defender -, contudo, julgo que estas as ideias Passos Coelho conseguiu passar e agora todos os opositores tentarão desmontá-las para criar um cenário diferente que sirva às suas estratégias políticas.
Eu compreendo a ideia do Primeiro-ministro, mas lamento que Passos não tenha começado logo em 2011 a reformar o Estado, quando ainda os Portugueses não desconfiavam tanto deste governo e atribuíam, corretamente, ao passado as culpas da situação do País. Agora pode ser um pouco tarde e os riscos de sucesso reduziram-se drasticamente.