Colegas
Estreia amanhã no Brasil o filme “Colegas”. Tive o privilégio de o ver em primeira mão, há um par de meses, no decorrer do Festival de Cinema de São Paulo, com direito a intervenção do realizador no final da fita.
Ganhou o Grande Prémio do Público.
Optei por não colocar aqui o trailer por me parecer que é redutor na medida em que se limita a apresentar um grupo de adolescentes com Síndrome de Down a fazerem palermices.
Marcelo Galvão, provavelmente por ser sobrinho de um portador da síndrome, conseguiu construir uma divertidíssima história com o olho e o par de ventrículos que só está acessível a quem convive de perto com estas pessoas. Chegou lá, à desarmante ironia e ao refinado sentido de humor, à pretensa ingenuidade que, por ser subestimada, raramente é tomada por inteligência pura.
Para nós, portugueses, há uma cereja inesperada a esborrachar-se no topo do bolo: o Rui Unas (actor com quem nem simpatizo particularmente) apresenta-se de forma hilariante a fazer de detective português.
Aplaudo a estreia do filme, como aplaudi de pé a sua apresentação, no meio de uma plateia de adolescentes trissómicos brasileiros, bonitos, espertos, bem arranjados e divertidos. E fico à espera que passe por cá.