Protestos de 2 março e ideias alternativas
Não vou discutir quantas pessoas estiveram ontem na rua a manifestar-se contra o governo de Passos Coelho, vou mesmo aceitar o valor mais elevado de um milhão e meio em todo País lançado pelos organizadores, mesmo esquecendo os que matematicamente dizem que nem de perto cabem tantas pessoas quanto as referidas para o Terreiro do Paço e os Aliados.
Há de facto uma coisa que me une certamente a algumas daquelas pessoas que estavam a manifestar-se: a desilusão pela falta de reformas e a opção de se insistir quase em exclusivo na aplicação de medidas de austeridade no atual governo.
Mas é estranho que no meio de tanta gente não vi imagens com cartazes e slogans de ideias alternativas para Portugal, apenas deitar fora as imposições da troika, quem até assegura a curto-prazo muitos dos pagamentos do Estado Social e vencimentos. Não havia cartazes vindos do povo a ordenar como fazia a reforma no Estado de uma forma sustentável e justa.
Por enquanto não sei se os outros oito milhões e meio de portugueses que não foram à rua estão à espera que o Governo seja capaz de reformar de forma justa e eficaz o Estado como alternativa à austeridade e aumento de impostos. Eu pelo menos ainda desejo isso, mesmo sabendo que essas reformas possam também não ser aceites por todos os que vociferam com alguma razão contra tanta austeridade e os impostos.