O regresso do padrinho
Dois grandes jornalistas já disseram tudo em termos políticos sobre a entrevista a Sócrates que teve lugar ontem. Pedro Correia no post abaixo em Regresso ao Passado, e Miguel Gaspar em O regresso do Engenheiro de Superfícies no Público.
O que me impressiona é o contexto moral e ético da entrevista. A personagem que mentia aos portugueses sobre a situação económica do país, que ocultava ou não registava as dívidas que ia acumulando num paradoxismo cleptocrata demencial, que perseguia a diferença de opinião de uma forma patológica, que provocou dolo ao bem público em benefício de entidades privadas "amigas" , que construiu uma "narrativa" desde 2008 até 2011 para justificar o seu autismo político, regressa e continua igual, como se ter lançado o país na bancarrota que agora os portugueses estão a sofrer no bolso e no desemprego fosse coisa de somenos importância.
Lembrei-me do Apocalipse Now, do estertor demencial que reduz tudo à destruição, ao grau zero de civilidade, a arrogância do líder absoluto que anula tudo em redor.
O "regresso" de Sócrates é isso mesmo: é o exercício do ódio, ódio puro e simples.