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Forte Apache

O Galahad da Saúde

José Meireles Graça, 20.04.13

 

 

Detesto tanto este tipo, mas tanto, que se houver, nas próximas eleições, qualquer sugestão de que venha a fazer parte do governo, ou, por maioria de razão, se figurar em qualquer lista, vou à praia ou trabalhar no meu quintal. A menos que se mude para o PS, que era onde estaria melhor.

 

Que diz o Savonarola desta vez? Diz isto: "Fernando Leal da Costa não esconde a vontade de proibir totalmente o fumo em espaços públicos, mas reconhece que é necessário dar alguns anos, para que restaurantes e cafés que fizeram investimentos para criar espaços para fumadores possam adaptar-se a essa realidade".

 

Ó Fernando do catano, de onde te vem a legitimidade para decidires o que cada proprietário de restaurante pode estabelecer como orientação da sua casa? Já, com a alegre companhia dos teus colegas médicos, e, suponho, da maioria da população, fizeste passar a ideia de que o apartheid americano, e por imitação do resto do Mundo, entre gente pura, de um lado, e viciados, do outro, era uma boa razão para decidires investimentos compulsivos de terceiros. E agora, meu aldrabão, que se gastaram milhões para sossegar as tuas manias, e as das pessoas que não suportam o cheiro do tabaco mas cheiram elas próprias a chulé, não te chega - há que deitar fora o investimento feito, que era só para moderninho e a ASAE verem.

 

Depois, esse paleio equívoco de dizeres "público" e a seguir falares de restaurantes sabe-se ao que conduz: amanhã não são os restaurantes, são também as esplanadas, os jardins, as praias, qualquer sítio que seja público e onde o teu sensível e proeminente nariz detete algum remoto cheiro do vício indesculpável. E a seguir vêm as casas privadas, não vá haver dentro delas um fumador passivo que precise do cavaleiro andante do fascismo sanitário.

 

Sabes que mais, Leal? Se eu fosse um proibicionista e tivesse poder, ilegalizava foguetes e caras feias, por me fazerem, respectivamente, mal aos ouvidos e aos olhos. E não poderias circular, nem os meus vizinhos atroarem os ares por ocasião da festa de Santo António, na Rua da Arcela. 

 

Mas não, deixo os vizinhos em paz; e circula à vontade, que não farei mais do que mudar de passeio se te vislumbrar o focinho repelente.

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