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Forte Apache

Isto é Portugal

Maurício Barra, 22.05.13

Ora vejamos . . . 

. . .“equilíbrio entre disciplina financeira, solidariedade e estímulo à actividade económica" foi uma aparente decisão sensata do Conselho de Estado

 

O Presidente da Republica quer.

O Governo agora também quer, mas até ontem o Vítor Gaspar só queria disciplina financeira.

O PS não quer disciplina financeira à custa da solidariedade, e o estímulo económico que quer é só o público, o tal que só cria mais dívida pública.

O PC quer uma solidariedade social soviética e nacionalizar a actividade económica.

O BE quer ver se dá a volta ao PS para Portugal sair do Euro, afastando o país da Europa e das suas regras.

 

Enquanto uns querem procurar soluções e resolver os problemas estruturais da nossa economia, outros querem continuar a fazer de conta que, se não estamos em bancarrota, é porque os nossos credores nos estão a financiar, e, se não sairmos da bancarrota, é porque, apesar de ajudados, queremos continuar a gastar o que não temos em vez de reformarmos os custos sobre-dimensionados do Estado.

Fazer o que se faz em qualquer outro pais europeu ( como recentemente a Itália ), sentarem-se à volta de uma mesa , analisarem o que podem acordar em comum e colocarem os interesses nacionais acima dos interesses do seu grupo, isso não. 

 

Isto é Portugal. À custa uns dos outros, uns vão bem outros mal.

Ordens de Trabalho

Maurício Barra, 20.05.13

Ordem de Trabalhos do Conselho de Estado

 

1. o risco da política de ajustamento seguida por este Governo não prosseguir no próximo.  

2.  fomentar o crescimento económico e a criação de emprego.

3. preparar a renegociação do período pós-troika.

 

Ordem de Trabalhos do PS

 

“ O país não deveria discutir o além” José Sócrates

“ Crise de regime no horizonte de Portugal “ A.J Seguro

E depois uma ditadurazinha ?

Maurício Barra, 08.05.13

Dois dias antes de Portugal dar um passo de gigante no regressos aos mercados internacionais, João Ferreira do Amaral, um economista próximo da área socialista, deu uma entrevista ao Expresso, no qual continuou a defender que Portugal nunca deveria ter entrado no Euro, e a solução para os nossos problemas é, agora, sair da moeda única europeia.

Argumenta que “ um país fraco não pode ter uma moeda forte”. Não lhe passa pela cabeça que o país não é fraco por causa da moeda, mas sim pelo desperdício acumulado de quinze anos, nos quais Portugal recebeu a maior apoio financeiro alguma vez recebido nos últimos dois séculos, da Europa e em Euros, a maior parte a fundo perdido, e em vez de o transformar em crescimento e emprego, como o fizeram a maior dos países que receberam idênticos Quadros de Apoio, colocou-o quase todo em cimento armado e a engordar o Estado a caminho do socialismo, com uma gestão de tal forma incompetente que, em vez de enriquecer o país, criaram uma “bolha” interna de crédito fácil, geraram défices orçamentais anuais permanentes e aumentaram o rácio da dívida portuguesa para números estratosféricos.

Mas pela boca morre o peixe !

Via João Navarro de Andrade, no Delito de Opinião”, tive acesso ao conteúdo da entrevista que o dito economista deu a Clara Ferreira Alves. Leiamos um excerpto.

 

« A receita para tão suave milagre anda JFA a bradá-la há anos neste deserto: sair do €. Limpo, cirúrgico e indolor, ou pelo menos sem austeridade exageradas como a que hoje penamos – certo?

Vai daí e Clara, senhora de grande astúcia, pergunta pelas consequências de tão elegante e airosa magicação segregada pelo auspicioso cérbero de JFA:

Como seria pagar a dívida externa nesse cenário de saída ordeira?

Seria o cenário argentino. Teríamos dois anos infernais e depois resolvia-se. O pior seriam os dois anos, do ponto de vista democrático. A violência, a bandidagem… a dívida externa, a pública só me preocupa na media em que é externa, é brutal.”

Persiste Clara:

“Mas as prestações sociais teriam sempre de aumentar, o que aumenta o risco de hiperinflação.

E aí, o que me preocupa mais são os medicamentos, que são quase todos importados. Teria de ser feito um programa especial para isso. A despesa também não seria por aí além.”

Ou ainda:

“As pessoas fazem perguntas concretas sobre a vida delas. Se tiverem uma dívida ao banco de uma casa, como é que essa dívida vai ser paga? Em euros? Em escudos?

Acho que o Estado se deve substituir ao devedor na proporção que resulta da desvalorização cambial. Pode fazer um empréstimo junto do banco de Portugal. A outra hipótese é a bonificação da taxa de juro. Ou se reduz o capital ou se reduz a taxa de juro.” »

 

Ou seja, o douto senhor, que teoriza sobre a saída do euro, diz-nos que o “day after” é um  caos tão indiscritível que não é mensurável. Ou seja, propõe sair de uma situação onde há falta de crescimento e desemprego para uma nova situação onde haverá muito mais desemprego e uma acentuada regressão económica.

Na qual a ordem pública terá de ser controlada. E os contestatários, a vadiagem, bem amordaçados..

E depois uma ditadurazinha, não é ? 

Compreender, compreendem, mas . . .

Maurício Barra, 22.04.13

“Com as contas externas equilibradas, o país não precisa de mais austeridade. O Estado, sim, continua com défices demasiado elevados, necessitando austeridade.”

Daniel Bessa in Expresso

 

Como diz o professor, o caminho das pedras para a segunda parte desta legislatura é óbvia e incontornável: por um lado reduzir o défice de Estado, por outro lado criar medidas para reactivar a economia que diminuam o desemprego.

Os portugueses já perceberam.

O Governo parece que está compreender.

O PS ainda não. Ou melhor, compreender, compreendeu, mas os seus militantes da “frente marxista” e os “amigos de Sócrates” não os querem deixar compreender.

O Velho do Restelo

Maurício Barra, 19.04.13

Todas as eras, todas as gerações e todos os regimes têm os seus Velhos do Restelo.

Muitos ainda nos lembramos de, pouco tempo antes de 25 de Abril de 1974, os generais, que ficariam conhecidos pela brigada do reumático, fazerem preito de fidelidade à ditadura que iria acabar dai a poucos dias. E do velho deputado Cazal Ribeiro, na Assembleia Nacional de então, a vociferar contra a ala liberal, onde pontificara Sá Carneiro, por estes não aceitaram a verdade única que o regime de Salazar impôs e que Marcello Caetano “evoluiu na continuidade”.

O regime em que actualmente vivemos também tem um notório Velho do Restelo : Mário Soares.

É confrangedor constatar que, sendo Mário Soares um dos mais ilustres políticos que em 1975 lutou contra a tentativa de controlo do poder por parte do PC, se afunde na incongruência e desonestidade intelectual (estava no Governo na bancarrota de 1982 e o PSD ajudou-o a sair dela), e se remeta hoje à figura patética de esmolar ao mesmo PC (e BE) apoio político, confessando que “anda a falar com toda a gente para derrubar este governo”. Um Governo eleito, sublinhe-se.

O que Mário Soares já percebeu foi que a credibilidade do regime de que se intitula “pai fundador”, o tal regime a “caminho do socialismo” que em 39 anos provocou três bancarrotas e levou à penúria os cidadãos portugueses, é um regime cuja validade caducou e que nunca mais vai poder esbanjar dinheiro para o financiar. Os portugueses já estão fartos de serem sempre esportulados para pagarem os erros da gestão pública e a Europa, a tal Europa que lhe andava sempre na ponta da língua, também já não financia países mal geridos que, de mão estendida, querem manter projectos de poder ineficientes e injustos, sobredimensionados à medida das nomenklaturas que neles se foram revezando.

Daí o ódio. O ódio, a acrimónia, o ressentimento que todos os velhos do Restelo têm. O ódio de quem prefere o caos em vez de apoiar os que lutam para solucionar os graves problemas económicos e financeiros que Portugal actualmente sofre. Porque ele sabe que, ultrapassados os sacrifícios, virá também o fim do regime esbanjador que protegia o seu poder, o poder de quem usa ideologicamente o Estado ao abrigo de uma Constituição que aceita o nepotismo e a irresponsabilidade, porque não respeita nem protege os mais elementares direitos individuais dos cidadãos portugueses.

Cheque Mate

Maurício Barra, 08.04.13

Do Governo.

Assistido pelo Presidente da República.

Ao PS.

Se o PS quer continuar uma política de avestruz suicida para fugir da realidade, querendo manter um Estado sobre dimensionado à custa de mais impostos, chegou o momento de cortar o mal pela raiz e atacar de frente o problema estrutural da economia portuguesa, ou seja, o Estado clientelista e mal gerido que os socialistas construíram e nos legaram, com déficits permanentes escondidos pela mão estendida aos credores internacionais, até ao momento que se perdeu a credibilidade que nos levou à bancarrota.

Assumir definitivamente que o que o Governo propõe é um Estado mais eficaz pago com menos impostos. Integrados na Europa e no Euro. Para os próximos anos.  E deixar para o PS a estratégia irresponsável do PC e do BE : sair do Euro para, em vez de mais Estado, não haver Estado nenhum.

...

Maurício Barra, 01.04.13

 

 

A notícia de destaque da capa de Expresso é todo um programa político. A esquerda que dentro do PS não suporta perder o Estado sobredimensionado e disfuncional, nem o poder discricionário que o mesmo lhe oferecia para decidir a seu bel-prazer sem regras e, como se verificou com Sócrates, mesmo com dolo do bem público desde que “ajudasse” as empresas “amigas “, não pode aceitar a nova Europa e, à outrance, em breve o euro, porque essa participação exige regras.

Simples regras.

Tais como eliminação de défices públicos acima de três por cento e o controlo, em margem percentual aceitável, do total da dívida em relação ao PIB.

Que, em Portugal, significa gestão eficaz do Estado. E , consequentemente, também significa a médio prazo libertar os portugueses da asfixia tributária que estão a sofrer.

Por isso estes projectos de poder representados na referida notícia, seja o projecto de poder pessoal de Sócrates, seja o projecto ideológico da esquerda do PS,  aliaram-se com   este " regresso organizado de Sócrates".

E vão tentar destruir qualquer hipótese do PS maioritário de Seguro, com o PSD e CDS, estabeleçam um acordo de denominador comum que permita a Portugal ser um Estado viável. E integrado na Europa.

O regresso do padrinho

Maurício Barra, 28.03.13

Dois grandes jornalistas já disseram tudo em termos políticos sobre a entrevista a Sócrates que teve lugar ontem. Pedro Correia no post abaixo em Regresso ao Passado, e Miguel Gaspar em O regresso do Engenheiro de Superfícies no Público.

 

O que me impressiona é o contexto moral e ético da entrevista. A personagem que mentia aos portugueses sobre a situação económica do país, que ocultava ou não registava as dívidas que ia acumulando num paradoxismo cleptocrata demencial, que perseguia a diferença de opinião de uma forma patológica, que provocou dolo ao bem público em benefício de entidades privadas "amigas" , que construiu uma "narrativa" desde 2008 até 2011 para justificar o seu autismo político, regressa e continua igual, como se ter lançado o país na bancarrota que agora os portugueses estão a sofrer no bolso e no desemprego fosse coisa de somenos importância.

Lembrei-me do Apocalipse Now, do estertor demencial que reduz tudo à destruição, ao grau  zero de civilidade, a arrogância do líder  absoluto que anula tudo em redor.

O "regresso" de Sócrates é isso mesmo: é o exercício do ódio, ódio puro e simples.

Sócrates ?

Maurício Barra, 25.03.13

Não vou contribuir com mais um juízo de valor sobre a decisão da RTP. Tanto mais que contratar um dos tipos mais odiados no país é matéria de oportunismo. Ou antes, de dois oportunismos: a RTP que quer fazer um brilharete audiométrico e o próprio que, presumido como é, pensa que vai dar “volta ao texto” indrominando os portugueses com explicações a tentar justificar o injustificável.

Consequências políticas do acto ?

Sim, e, afectarão tanto o PS como o Governo.

Temos de lembrar que Sócrates liderou um projecto de poder que controlou o PS para tomar conta do país. Um projecto de poder onde a falta de ética, o nepotismo, o controlo patológico da “diferença” de opinião e o uso dos instrumentos do Estado com dolo em benefício de entidades privadas, foi o pão nosso de cada dia. Todos, seja no PS ou na oposição, que se atravessaram no seu caminho, eram tratados como inimigos, alguns com consequências pessoais nefastas. Em breve verificaremos que o ódio vai voltar de dedinho espetado e a reactivação da contra-informação aparecerá assestada sobre quem o contrariar. É a vendetta do padrinho do grupo parlamentar socialistana Assembleia da República, apoiado pelos bobby’s e pelas tarecas que nunca o abandonaram. 

No PS, Sócrates vai tornar ainda mais insegura a liderança de Seguro. Claro que vai jurar a pés afastados (pensavam que ia dizer a pés juntos, não? ) respeito pelo actual secretário - mas só no primeiros programas - , porque depois vai começar a condicioná-lo. E o António José percebeu isso: já anda nervoso a dizer que decide pela sua própria cabeça. Isto num partido que já tem várias cabeças posicionadas para o rescaldo de uma promitente derrota do Governo em 2015. ( a juntar a estas duas, há de Costa, que vê agora baralhadas as peças do tabuleiro que tão afanosamente tem vindo a manobrar para lhe permitir agir com rédea solta a médio prazo ; e ainda há o joker Jorge Coelho, que já anunciou que está “com desejos” de voltar à política )

No Governo vão arrepender-se por terem gasto dois anos a serem os meros “fixers” da bancarrota que herdaram, poupando politicamente quem a causou. Os ataques vão ser permanentes (vai repetir até à exaustão que ele faria desta ou daquela forma seja o que for para evitar aos portugueses tão grandes sacrifícios), e a imprensa que nunca deixou de o “acolher com amizade” vai ser o megafone semanal das suas intervenções. Num momento em que é estratégico liderar e preparar com paciência e sentido de dever nacional um acordo dos três grandes partidos democráticos para a inadiável reforma da dimensão do Estado, sem a qual continuaremos a ser um país estruturalmente inviável, Sócrates vai ser o agente provocador que todas as semanas estará contra seja o que for, desde que isso interfira no seu projecto de poder.

 

Post Scriptum : Sócrates ? se quiserem reduzir Sócrates ao que ele efectivamente é, bastaria a RTP contratar o Rui Rio para lhe fazer o contraditório. Ganhava-lhe todos os dias por dez a zero.

Perdócio

Maurício Barra, 19.03.13

O termo usado por Belmiro de Azevedo para se referir ao “seu” jornal Público, traçando o fim do caminho do diário para 2015 se não houver inversão da actual situação, vem confirmar que, infelizmente, o jornal vive da caridade da Sonae.

O Público, com esta fraquíssima direcção, deixou de ser “o” jornal de referência. Hostilizando o seu público-alvo construído ao longo de vinte anos, transformou-se num jornal onde o BE “dirige a opinião” sobre o Governo, o PSD e o CDS, os títulos das notícias “eram e ainda continuam a ser” torcidos sempre à esquerda, as políticas fracturantes sempre permanentes, grande parte dos cronistas que não eram de esquerda eliminados ( resistem dois ou três, mas a esses não tem força para correr com eles, assim como um par de grandes jornalistas ).

O descalabro económico não surpreende. Em vez de produzirem um jornal para o país, "confeccionam"  um jornal para a sua pequena tertúlia de jornalistas e para o eixo Bairro Alto / Lux. Quando Belmiro diz que dar a independência a esta direcção e redacção assassinou o jornal, o mundozinho dos activistas que pensam que ser jornalista é cumprir uma missão de esquerda ofende-se com a perda de direitos adquiridos imaginários e não consegue confrontar-se com a sua própria irresponsabilidade. Como se fazer um jornal fosse a mesma coisa que uma manifestação permanente de que “os ricos que paguem a crise “.

Hoje o Público só é referência por um facto : um exemplo de como a formatação ideológica da informação destrói a sua própria subsistência.