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Forte Apache

O dinheiro nunca dorme

Pedro Correia, 21.12.12

 

"A equipa tem tido um desempenho ridículo"

 

"A equipa B está praticamente em primeiro lugar [na 2ª Liga] e custa um valor insignificante quando comparado com a equipa A. A equipa A custa o dobro da equipa do Sp. Braga"

 

"Há jogadores que, pelo dinheiro que ganham, não estão a fazer nada no Sporting"

 

"Não temos tido a melhor gestão desportiva"

 

"O Sporting está em situação muito difícil para entrar nos lugares de acesso à Liga dos Campeões"

 

Godinho Lopes "está a aprender"

 

Frases proferidas por algum cirurgião, psiquiatra ou ex-campeão nacional que integra a frenética oposição ao actual presidente da Direcção do Sporting? Nada disso. Quem fala assim, demolindo sem papas na língua a gestão desportiva do clube, é José Maria Ricciardi, vice-presidente do Conselho Fiscal e Disciplinar do Sporting, administrador executivo do Banco Espírito Santo e um dos mais notórios apoiantes da candidatura de Godinho Lopes em Fevereiro de 2011.

Fosse outro a fazer tais críticas e Godinho Lopes mandá-lo-ia servir refeições ou mostrar-se-ia horrorizado por ver "cem médicos todos os dias à volta de Alvalade".

O banqueiro, porém, fala com a certeza antecipada de que não será contestado. No fundo, este é mais um marco no processo de aprendizagem de Godinho Lopes, fazendo fé no que dele diz Ricciardi. Se isto fosse um filme, poderia chamar-se O Dinheiro Nunca Dorme. Já houve outro com esse nome. E, se bem me lembro, o protagonista terminou mal.

Publicado também aqui

O mundo maravilhoso do futebol

Dita Dura, 09.10.12

Ripa na ripaqueca, rola o esférico no relvado, gira a bola que nos faz ressuscitar todos os Domingos e esquecer um pouco das nossas vidas, dando entrada ao mundo maravilhoso do futebol. Como seria bom se pudéssemos ser um pouco assim, entrávamos no escritório e éramos saudados efusivamente por milhares de pessoas, sentávamo-nos na cadeira e o público gritava pelo nosso nome, havia um relator ali ao lado a seguir histericamente os nossos gestos: “coçou o nariz e pegou no telefone, uma finta, duas fintas, dribla o cliente, prepara-se para fazer o registo no computador, tem tudo para marcar...”

 

O folclore do futebol não seria o mesmo sem as fintas dos jogadores, os insultos à mãe do árbitro e as entrevistas hilariantes dos treinadores. Sobretudo sem a figura do presidente do clube, que no nosso país não é mais do que o exemplo perfeito do empresário e patrão: semi-analfabeto, contundente, possuidor de uma esperteza saloia que lhe confere a confiança de que vai sair de qualquer problema, acabando no final por fazer a maratona quando poderia muito bem ter resolvido a situação com os cem metros livres.

 

Mas os noventa minutos acabam e algures no final do Domingo aterramos na pesada realidade que o dia seguinte é Segunda-feira e o nosso trabalho é muito diferente desse mundo maravilhoso: mal-pagos, num emprego que não nos valoriza e ainda temos de aturar os berros de um patrão ou professor que é a cara do presidente do nosso clube. Mas de uma coisa temos a certeza: na próxima semana há mais.

Serviço Público

Diogo Agostinho, 19.08.12

Os 3 canais generalistas de Portugal não se chegaram à frente no que diz respeito às transmissões de futebol da primeira liga. Aí está o serviço público a funcionar. É ver os cafés e restaurantes com Sportv, completamente cheios. Depois da subida do IVA no sector da restauração, chega a medida de apoio. Os restaurantes e Joaquim Oliveira agradecem.

a paixão por um símbolo no desporto

Rodrigo Saraiva, 16.08.12

é por estas "coisas" que o espectáculo desportivo vale a pena, neste caso é mesmo o futebol. Isto é poesia! 12 anos a ser ídolo de um símbolo, sem marcar um golo. E no jogo em sua homenagem ...
sim, é possível acontecer uma invasão de campo sem problemas e tudo voltar ao normal.
vale a pena ver alguns dos vídeos que já estão no youtube, como estes:

 

 
 

 

Benfica: um entreposto comercial de jogadores

Carlos Faria, 30.07.12

A ser verdade o que diz o jornal A Bola de hoje sobre a venda de Witsel por 40 M€ ao Real Madrid e o empréstimo de Nelson Oliveira ao Coruña, o Benfica está a tornar-se cada vez mais um misto de entreposto comercial e bolsa de valores de jogadores, onde alguns especuladores ganham dinheiro, incluindo o clube, e onde o interesse  de conquistar títulos passou para segundo plano. Um comportamento terceiro mundista para um dos maiores clubes do mundo localizado na Europa.

Como benfiquista este comportamento causa-me náuseas e tristeza e aguardo o desmentido ou não concretização de nenhuma das notícias, enquanto isto, os dragões hão de já estar a esfregar as mãos de contentamento.

A mãe não percebe nada de bola

Francisca Prieto, 13.07.12
 

Um dos meus divertimentos durante grandes eventos desportivos é, quando dou com a rapaziada cá de casa vidrada defronte da televisão, passar casualmente pelo ecrã e fazer um comentário absurdo, como se não percebesse nada da modalidade.

 

Num dos primeiros jogos do Euro 2012, por alturas de uma substituição, saiu-me a observação mais idiota da história do futebol moderno: “olha, vai entrar o Hublot”. Ouviram-se vários “oh, mãe”, acompanhados de esgares de impaciência e encolheres de ombros que traduziam toda a inevitabilidade de terem de se resignar a conviver com esta progenitora exasperante.

 

O que é certo é que, ao longo das várias fases dos jogos, dei com a própria rapaziada a adoptar a história do Hublot como anedota colectiva. Se era o Nani que ia sair e alguém perguntava “quem vai entrar?”, era certinho ouvir em uníssono “o Hublot, claro”. Quando era precisa uma segunda substituição, já se sabia que havia outro irmão Hublot em pleno aquecimento.

Mas a glória chegou no dia em que, tendo determinado treinador recorrido a uma terceira substituição, oiço um dos meus filhos gritar: “Trigémios Hublot em campo, malta”.

 

Eu às vezes sou genial, caramba.