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Forte Apache

«o politico mais obscuro, de formação mais discutível e de carácter mais duvidoso»

jfd, 16.03.12

Vinha eu de pad na mão a ler o editorial do Sol e dei comigo a concordar (!) com tudo o que lia escrito pelas mãos de José António Saraiva. No seu espaço Política a Sério aborda o assunto prefácio e caracteriza Sócrates com uma sobriedade que me espantou. Preto no branco, está lá quem foi e quem é o ex Primeiro-Ministro.

«Não sei qual será o desfecho de todos os processos judiciais que envolvem José Sócrates. Mas sei que é o político mais obscuro, de formação mais discutível e de carácter mais duvidoso que passou pelo Palácio de S. Bento. E isto mostra uma coisa inquietante: a democracia está muito exposta a oportunistas, a vendedores de banha da cobra, a pessoa determinadas e bem-falantes mas sem grandes princípios. Que continuam a ser chorados, mesmo depois de estar à vista de todos a sua natureza

Até concordo com a crítica ao Governo. Este senhor acertou esta semana. Bullseye!

Papandreou Não Passa de Um Sócrates

Ricardo Vicente, 04.11.11

Simplificando um bocado, Papandreou é um Sócrates, id est, um socialista troca-tintas. Os gregos que façam o favor a eles mesmos e a todos nós europeus e encontrem lá depressa pelo menos um Passos Coelho. A demissão de Papandreou é tão necessária como foi por cá a de Sócrates.

 

Já não há paciência nenhuma para socialistas, nem aqui, nem na Espanha, nem na Grécia, nem em lado nenhum.

Equidade Fiscal

Ricardo Vicente, 20.10.11

Se o objectivo do Governo fosse reduzir a despesa observando a equidade fiscal, o correcto seria despedir funcionários públicos obsoletos, desnecessários e/ou pouco produtivos ao mesmo tempo que se mantinha o subsídio de Natal. Equidade significa pagar salários e benefícios a quem é produtivo, o que é diferente de reduzir os rendimentos drasticamente a toda a gente só para salvaguardar os interesses daqueles que mantêm o emprego apenas por favor do Estado e eleitoralismo dos sucessivos governos.

 

Significa também ajustar os rendimentos da função pública ao sector privado de modo a limitar a injusta redistribuição de riqueza do privado para o público. Por último, o corte de cinco por cento é pouco mais do que a anulação do populismo de Sócrates, que tinha aumentado os salários da função pública em 2009, precisamente a meio da crise e, ainda por cima, ano em que se registava inflação negativa, tornando aquele aumento ainda mais injustificado.

 

A redução activa do número de funcionários públicos, isto é, que não seja o resultado da mera passagem do tempo e causas naturais é a política mais difícil de tomar e aceitar seja por que partido for. Ainda veremos Cuba tornar-se uma democracia capitalista antes de testemunharmos em Portugal um governo que activamente reduza os números da função pública - e é preciso aqui um grande "se". E por muito que Pedro Passos Coelho seja apodado de neo-liberal e outras etiquetas igualmente ignorantes, nada sugere minimamente que será este o governo a encetar tal política.

 

O amedrontamento de todos os governos, partidos e políticos perante a função pública é o sintoma mais inconfundível da perversão de valores e objectivos do Estado social português, em que o colosso administrativo existe para se engordar a si mesmo, para isso exigindo o esforço de todos e sendo ainda recompensado pelos regulares populismos eleitoralistas. No meio de tal perversidade, só colateralmente é que o interesse público é servido e isto em quantidade e qualidade miseráveis.

A Tristeza de Ter Acertado em Todas as Previsões

Ricardo Vicente, 18.10.11

Ao longo dos quinze meses em que escrevi no Blogue de Direita da Sábado (de Setembro de 2009 a Janeiro de 2011), o tema que mais me ocupou foi de longe o dos "amigalhaços da construção civil", isto é, os negócios entre os socialistas do PS e do Sócrates e os socialistas da Mota-Engil e do Jorge Coelho (por exemplo aqui). Abordei esse tópico várias vezes também no Albergue Espanhol.

 

Escrevi vezes sem conta que os tê gê vês e as novas auto-estradas e as novas pontes e os novos aeroportos tinham rentabilidades negativas para o Estado e que, portanto, só gerariam maior probreza (tal como, de resto, estava descrito nos estudos económicos e pareceres encomendados, bastava ir, por exemplo, ao site da RAVE). Tais obras públicas agravariam o endividamento português, contribuindo para acelerar o rumo em direcção à bancarrota. E previ que, à medida que se avançava nesse caminho, os políticos, para evitarem in extremis a falência do país, acabariam primeiro por cortar nas despesas sociais e nos apoios aos mais pobres em vez de cortar nos investimentos com rentabilidade negativa.

Escrevi também que políticas de obras públicas ruinosas não poderiam ser o resultado de uma ideologia (nem socialismo, nem keynesianismo, nem coisa nenhuma) nem poderiam ser causadas pela ignorância económica, pura incompetência ou a mais supina estupidez. A causa era esta: desonestidade. Desonestidade pura: dinheiro dos contribuintes oferecido de mão-beijada pelos socialistas do PS aos amigalhaços da contrução civil. Desonestidade que, muito possivelmente, foi praticada dentro da legalidade, observando todos os trâmites legais, mas desrespeitando do modo mais baixo a essência da lei: a vontade e o interesse geral.

Com as notícias recentes sobre Paulo Campos, Ascendi, Estradas de Portugal, aeroporto de Beja, PPPs, SCUTs, Parque Escolar (a minha antiga secundária parece um centro comercial de Tóquio, até plasmas tem por todo o lado) e tantas outras e observando o agravar da pobreza em Portugal - é mais do que evidente que acertei em todas as minhas previsões. E isso, desta vez, é muito triste.

Primeiro post do resto da nossa vida.

João Gomes de Almeida, 06.09.11

 

Somos o espelho do nosso país: tentamos esquecer o passado e seguir em frente, com novas políticas, novos protagonistas e novos objectivos. A diferença, substancial por certo, é que nós acreditamos que é possível.

Sabemos que o caminho não é fácil, aliás nunca o foi, mas temos o ónus de cedo termos alertado para o facto de que um fraco líder faria fraca a forte gente. O velho líder fugiu para Paris e nós aqui ficámos, a defender a forte gente - aliás, nunca negámos  sermos o lado negro e sofredor da pátria. A diferença, por certo, é sermos verdadeiramente patriotas.

 

Obrigado por aqui estar e um abraço a todos os amigos. Aos Abrantes deixo um recado: vocês sabem que eu sei que nós sabemos que vocês sabem que o povo não se esquece que foram vocês que colocaram o país no charco. O povo é livre, não se esqueçam.