As regras do jogo do ensino, incluindo do superior, estão totalmente viciadas pelos frustrados da educacionologia, da avaliologia e do planeamentismo. Educativamente falando, somos todos bastardos da síntese de uma vérmica “newspeak” que o colectivo de educacionólogos, ditos de Veiga Simão, lançou no concentracionismo da Cinco de outubro, semeando o capitaleirismo da “révolution d’en haut” pela paisagem da província. Por isso, ficámos entalados entre o Professor Pardal, do positivismo do século XIX, e o Professor Manitu, da falsa metafísica do pós-guerra, tudo com traduções em calão!
O caldo de cultura positivista que nos enreda, de tanto ser anticatólico, até acabou por volver-se também em antimaçónico, isto é, continuou a secar o essencial das raízes do humanismo cristão e do humanismo laico, perdendo tempo em proibir a metafísica, Deus e os deuses, em nome da falsidade das revoluções, das utopias e do sucedâneo dos esquemas construtivistas dos pós-revolucionários frustrados...
Ora, o principal aliado do positivismo é sempre o egoísmo dos que perdem a humildade do mistério, julgando que atingiram o promontório dos séculos, na ideologia, na ciência ou no bem--estar...
Acabou de sair, pela editorial Estampa, com coordenação de João Carlos Alvim, o "Reinventar Portugal", "uma viagem aprazível pelos caminhos da reinvenção de Portugal. Várias personalidades foram convidadas a reflectir sobre Portugal como um mundo essencialmente dúplice, preso por um lado nas malhas de uma pretensa e férrea necessidade, votado por a reinventar-se a caminho do seu futuro". Sou um dos colaboradores, com "Educação, entre fantasmas de direita e preconceitos de esquerda" e nos três primeiros parágrafos deixo pedaços do texto.