A Bela e o Monstro
Não é possível não gostar de Adriana, que "não acredita em partidos, nem no dinheiro - o dinheiro só gera maus sentimentos, só gera ódios". E o impulsivo abraço dela, com sorte e quando a poeira assentar, ficará como imagem de marca da manifestação do dia 15: temos sempre espaço para a ingenuidade, a juventude, os impulsos e o improviso feliz.
Infelizmente, era de dinheiro que se tratava: o que foi e não devia ter sido gasto e por quem, o que foi e não devia ter sido emprestado, quem paga, quem recebe, como se paga, se é que se paga ... dinheiro, só dinheiro.
E partidos, só partidos: pode-se criar um partido - o do interesse nacional, por exemplo - para acabar com os partidos, mas há grupos de pessoas com ideias diferentes sobre o que seja o interesse nacional e essas pessoas, se se organizarem, fazem ... partidos.
A realidade é uma detestável maçada. E pode às vezes ser grotesca: por exemplo, na manifestação podia ter participado este senhor. E não o fez porquê? Mas não se está mesmo a ver? Por decoro, diz o próprio.
Diz bem. Porque estando nós em estado de zanga permanente uns com os outros por causa do que se gastou e é preciso pagar, e sendo ele um dos tenores do "pr'á frente é que é o caminho", só poderia participar com a cara enfiada num tacho.
E isso, realmente, não teria muito decoro.