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Forte Apache

Última hora

jfd, 22.03.12

Grevistas decidem não abdicar de um dia de trabalho!

 

O secretário-geral da CGTP reconheceu dificuldades na mobilização de trabalhadores para a greve geral desta quinta-feira, uma vez que nem todos podem abdicar de um dia de trabalho ...

 

CGTP pondera voltar às greves às sextas-feiras mobilizando excursões para piqueniques no Parque Eduardo VII e passeios à residência oficial do Primeiro-Ministro. Está neste momento no mercado procurando novo patrocinador tendo fechado conta com o Partido Comunista Português.

Tabacaria

José Meireles Graça, 13.02.12

Quando Carvalho da Silva largou os comandos da CGTP senti o mesmo alívio que se diz terem sentido alguns comunistas ortodoxos, por se ter ido embora o discurso falsamente moderno, contemporizador e civilizado, de um comunista travestido de social-democrata radical, a benefício da velha e testada cartilha revolucionária leninista.

Venha o artigo genuíno, pensei, que os sucedâneos sempre enganam algum desprevenido.

Tinha razão: cá está ele, o clássico e tranquilizador comunista, General Custer da selva citadina moderna - bora lá partir montras e cabeças, incendiar automóveis, gritar "morte ao patronato e a quem o apoiar", "abaixo o imperialismo", que a guerra é outra mas o inimigo sempre o mesmo.


... e o universo

Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o Dono da Tabacaria sorriu.

O homem duplicado

Pedro Correia, 30.01.12

 

Há oito anos, escrevi no Diário de Notícias que Arménio Carlos seria o sucessor de Manuel Carvalho da Silva na CGTP. Lembro-me de que na altura não foi fácil encontrar fotografia do obscuro coordenador da União dos Sindicatos de Lisboa, então totalmente desconhecido da opinião pública. Sabia-se, isso sim, que a cúpula comunista estava irritada com as contínuas fugas à ortodoxia de Carvalho da Silva e pretendia substituí-lo por um homem aparentemente mais duro mas afinal muito mais dócil no cumprimento das directivas partidárias. Por um motivo fácil de explicar: a CGTP é o mais poderoso instrumento de acção estratégica do Partido Comunista, que após ter perdido os seus bastiões operários e autárquicos recuou com a tenacidade de sempre -- um passo atrás, dois passos à frente, recomendava Lenine -- para o seu derradeiro reduto, o do sindicalismo nas áreas da administração pública e das empresas públicas, designadamente na área dos transportes. Quanto mais Estado, tanto mais a CGTP se robustece. E quem diz CGTP diz PCP. Não faz qualquer sentido a actual correlação de forças -- firmada durante os anos do "processo revolucionário" -- na cúpula da central sindical onde os comunistas estão em larga maioria, remetendo independentes, socialistas, católicos e bloquistas para posições minoritárias. Algo sem paralelo na sociedade portuguesa.

Essa foi talvez a cacha mais fácil da minha carreira jornalística, à semelhança de outra -- que escrevi com meses de antecedência -- em que garantia, também no DN, que Jerónimo de Sousa seria o sucessor de Carlos Carvalhas como secretário-geral dos comunistas. Porque não há nada mais previsível do que o ritmo "lento" e "vertical" -- sem qualquer traço revolucionário -- em que ocorre o processo de tomada de decisão no PCP. E se a ascensão de Arménio Carlos acabou por ficar quase uma década no congelador isso deveu-se apenas à fortíssima popularidade de Carvalho da Silva na sociedade portuguesa, alcançada não por causa da sua ligação enquanto militante de base aos comunistas mas apesar dela.

 

Virada a página, reforça-se a ligação orgânica da central ao partido com a promoção a dirigente máximo de um membro (desde 1988) do Comité Central do PCP, vinculado às rígidas normas de disciplina interna impostas pelo "centralismo democrático". Esta subordinação -- que Carvalho da Silva nunca aceitou na integridade -- torna agora mais nítido o controlo comunista da CGTP, onde o direito de tendência é rigorosamente interdito e as "minorias" (largamente maioritárias na sociedade) servem apenas para conferir um vago verniz pluralista a uma organização que o PCP passa a tutelar de forma ainda mais inflexível.

Era isto que eu gostaria de ter visto dissecado e debatido nos dias que precederam a entronização de Arménio Carlos, o homem que se prepara para duplicar sem deslizes o discurso sindical de Jerónimo de Sousa em todos os telejornais, tal como o PEV duplica a retórica comunista na frente parlamentar. Mas isso seria talvez exigir demasiado de um certo jornalismo e de uma certa "opinião" que se esgotam na poeira do instantâneo sem repararem no essencial.

Publicado também aqui

Arménio Carlos - o sindicalista ao serviço do partido.

João Gomes de Almeida, 28.01.12

 

Carvalho da Silva esteve 25 anos à frente da CGTP. Durante todo esse tempo nunca esconderam a militância comunista, embora tenha dado ocasionalmente umas fugidas rápidas com o PS e o BE - dizem que eram acções de charme para preparar uma hipotética candidatura a Belém. Eu sou daqueles que acredito que será mesmo candidato e que poderá ter um resultado surpreendente. Infelizmente.

 

Arménio Carlos foi "eleito" esta madrugada líder da CGTP. Dizem que é um militante comunista ortodoxo - facto que levou a tendência socialista e a tendência católica da central sindical a absterem-se da votação. É triste pensar como o partido comunista ainda se aproveita dos sindicatos, comissões de utentes, associações de estudantes e outros movimentos que deviam pertencer à sociedade civil, paras os canibalizar e poder trazer para a rua a discussão partidária.

 

Vejam este e este exemplos dados pelo Rodrigo Moita de Deus. É nojento. E digo mais, equanto o PCP controlar estas estruturas, nenhum governo deveria negociar com estes sindicatos, visto que não representam os trabalhadores, mas sim o comité central de um partido.