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Forte Apache

Da necessidade da inquietação

jfd, 10.06.12

Fico incomodado com a forma como se está subtilmente a querer fazer parecer que há uma revolta no lume, de um cozinhado que não passando das mãos de chefs de franjas agarradas ao passado não têm nem reflexo nas massas nem olhos naquilo que é presente nem futuro.

O pior é que esta gente, a bem ou mal, vai tendo espaço de antena para os seus pratos. Haja liberdade de expressão, dizem eles. Muito bem, concordo eu. Mas e que tal aquela liberdade da maioria de pessoas que se estão cagando para apelos velados de revolta e que querem apenas que o que agora sofremos valha de algo e passe depressa?

 

Nos jugulares é com os brandos costumes.

No cinco dias são surrealismos.

No arrastão, e aproveitando a legitimidade de outros que se dizem apartidários, apela-se à retirada do conforto ao Governo...

A curva de Laffer

José Meireles Graça, 22.04.12

Há uma eternidade que me habituei a ouvir o Dr. Carvalho da Silva a preopinar, com superioridade e sapiência, sobre a gestão do capitalismo em geral, e das empresas privadas em particular.


O fenómeno sempre me pareceu incongruente: não se ensina a melhorar o sistema que se quer destruir; e como nunca nenhuma PME foi à falência, na opinião do gestor Carvalho, por outras razões que não a notória falta de formação dos patrões portugueses, a sua criminosa rapacidade e o característico desprezo pelo bem-estar e interesses dos trabalhadores - então a única explicação para quererem passar da condição de exploradores à de falidos é, na fase moribunda, um violento e inexplicável ataque de masoquismo.


Em tempos, quando tinha tempo para passear nas caixas de comentários do Arrastão, dei de conselho a um assanhado sindicalista que a CGTP salvasse, para exemplo, umas quantas PMEs à beira do precipício, pelo expediente de as recapitalizar (a maior parte dos trabalhadores não estão sindicalizados e é por isso fácil aumentar as receitas, conquistando novas adesões) e contratando gestores devidamente formados, que as Universidades despejam no mercado às dúzias.


O conselho caiu em saco roto - um facho diz coisas de facho, nada que preste.


Bons tempos; que o novo líder putativo da classe operária nem parece intelectual, nem diz coisas profundas, e é bem comunistazinho, previsivelzinho e chatinho - o Arménio do nosso bocejo.


Mas a Vida não pára, benza-a Deus. E agora, por aqueles lados (os do Arrastão, entenda-se) acha-se que, ultrapassado um certo nível de taxas de impostos, a cobrança, em vez de aumentar, diminui. Ou seja, para diminuir o endividamento do Estado, é preciso cortar na despesa.


Pelo menos foi isso o que percebi. E isto é o mundo às avessas - ... e o universo/Reconstruiu-se-me sem ideal nem esperança, e o dono da Tabacaria sorriu.