Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Forte Apache

A Porta fica Aberta:

Fernando Moreira de Sá, 23.12.12

 

 

Ontem e esta madrugada, terminou a Capital Europeia da Juventude:Braga 2012. A fotografia diz tudo. Impressionante.

 

Obviamente, a esmagadora maioria das pessoas recordará Braga 2012 pela "Noite Branca" (que ficará para a história de Braga pelos vários recordes que se bateram de afluência de público), pela festa de arranque e por esta, a de encerramento. Contudo, Braga 2012 foi muito, mesmo muito, mais. Foram centenas de voluntários que trabalharam dia e noite; foram milhares, sim, milhares de horas de programação (workshops, cimeiras internacionais, música, teatro, dança, artes performativas, promoção do empreendedorismo jovem, debates sobre políticas de juventude, recuperação e dinamização do centro histórico da cidade, criação de postos de trabalho, dinamização do turismo e do comércio local e, cereja no topo do bolo, o envolvimento directo de dezenas e dezenas de associações juvenis). Foram centenas, desculpem, milhares de pessoas envolvidas durante um ano e a todos cabe o seu quinhão no êxito daquela que já é considerada, pelos responsáveis europeus, como a melhor Capital Europeia da Juventude realizada até hoje.

 

No primeiro trimestre de 2013 vão ser conhecidos os números e, por aqueles que já conheço, referentes à "comunicação", muito boa gente vai ficar surpreendida, positivamente surpreendida. Tudo num evento com um orçamento, quando comparado com outros, substancialmente menor - um orçamento total de quase 6 milhões de euros, dos quais mais de quatro milhões vindos directamente da Europa, via QREN (embora Braga 2012 ainda só recebeu, destes, pouco mais de 700 mil euros...).

 

São muitos aqueles a quem se terá de dar os parabéns. As Associações Juvenis, os Voluntários, os Comerciantes de Braga, várias Instituições da Região e, igualmente, os fornecedores da CEJ que acreditaram na boa fé da organização e ainda não receberam, fruto dos atrasos do QREN mas, nem por isso, deixaram de cumprir a sua parte nos contratos. Está, claro, de parabéns a organização da CEJ e, permitam-me pessoalizar, o Hugo Pires, Presidente de Braga 2012. Fez em Abril um ano que "aterrei" em Braga e na sua Capital. Na altura, poucos acreditavam na possibilidade de sucesso de um evento destes com tão poucos meios. Na altura, ouvi muitos explicarem-me que a "malta jovem" de Braga prefere ir aos eventos do Porto ou de Vigo do que aos de Braga. E ouvi, também, o Hugo Pires afirmar o contrário de tudo isto, que o sucesso era possível e que acreditava piamente na adesão da juventude e de toda a população de Braga às principais iniciativas da CEJ. Ele tinha razão. O sonho cumpriu-se. A Juventude de Braga disse presente sempre que foi preciso. A população de Braga, do Minho, da Região Norte e até da Galiza fez questão de se juntar aos jovens. O Hugo Pires soube perceber a realidade.

 

Pelo caminho, fiz as pazes com Braga e hoje adoro esta cidade verdadeiramente mágica. Foi um prazer participar na CEJ Braga 2012. Quem não participou, nem sabe o que perdeu. O que vale é que "A Porta fica Aberta". Aproveitem e entrem, Braga recebe de braços abertos!

Uma grande noite!

Fernando Moreira de Sá, 09.09.12

 

Foi assim em Braga esta noite. A organização (Braga 2012 CEJ) esperava umas 20 a 30 mil pessoas. Eram os concertos (Buraka, The Gift e Mafalda Arnauth), eram oito zonas temáticas e era o terceiro momento do Festival do Norte (do TPNP) com teatro de rua. Para surpresa de todos, mesmo, foram mais de 80 mil pessoas e a Protecção Civil diz que este número é muito, mesmo muito conservador.

 

O comércio esteve aberto toda a noite e madrugada. Diversos estabelecimentos de hotelaria, situados um pouco por todo o centro histórico, tiveram de encerrar mais cedo pois tinham esgotado as refeições e o mesmo aconteceu com muitos bares e pontos de venda de bebidas com stoks esgotados. A afluência de público superou, largamente, a que se regista na noite de S. João, na Semana Santa ou mesmo na Braga Romana (e ainda por cima a chuva fez a sua tradicional aparição). Foram oito espaços temáticos envolvendo teatro, dança, música (fado, reggae, clássica, rock, pop, electrónica), multimédia e os 20 espectáculos de teatro, música e projecção multimédia do "Cidades Invisíveis" no âmbito do Festival do Norte. Foi assim, absolutamente arrasadora a Noite Branca da Capital Europeia da Juventude.

 

Uma nota final que diz muito sobre um tema que continua na agenda. Este evento único do Norte, por sinal o que mais gente juntou nas ruas, tirando o S. João do Porto, em 2012 (por agora) não contou com a presença da RTP que, segundo a mesma, não tinha ninguém na redação para fazer a cobertura. As privadas: SIC, TVI e Porto Canal, com menos de metade dos meios humanos e técnicos, estiveram presentes (já nem vou falar sobre a imprensa escrita ou as rádios, em força). Ou seja, com menos os privados fazem mais. A RTP, para não variar, com mais faz menos. Depois admiram-se com a privatização...  

É a pronúncia do Norte

Fernando Moreira de Sá, 15.01.12

 

Ontem, pouco passava das oito da manhã e estava nas instalações da RTP Porto à conversa com o Presidente de Braga 2012 e um colaborador da RTP a discutir a velha questão do Norte e os media nacionais. Obviamente, a questão da privatização da RTP e, sobretudo, o futuro da RTP Porto eram tema de acalorado debate matinal entre cigarros consumidos no exterior do edifício.

 

Hoje, numa das páginas de facebook mais seguidas e activas do Norte (ESTA) um seguidor da mesma escreveu: O Jornal de Notícias foi o único jornal de expressão nacional a levar para a sua capa a abertura da Capital Europeia da Juventude em Braga. Os outros jornais optaram pelas habituais notícias de desgraça, intriga e futebol nas suas já tradicionais capas. Será que um evento que pretende ser um dinamizador de economia local, regional e até nacional não merece maior valorização, apoio e mediatismo por parte de quem pode e deve fazê-lo? (Miguel Oliveira).

 

Em 2012, Braga é Capital Europeia da Juventude e Guimarães Capital Europeia da Cultura. Dois grandes momentos, ambos no Minho e Norte de Portugal. No primeiro caso, é a primeira vez que uma cidade portuguesa é escolhida. No segundo caso, é a terceira vez. No primeiro caso, Braga é única Capital Europeia da Juventude em 2012 e Guimarães divide com Maribor. O que interessa saber, ao contrário do justo desabafo do Miguel Oliveira, é se o Norte e o Minho aproveitam os respectivos eventos para perceber a importância de uma comunicação regional forte. Não é por acaso que o JN deu o devido e merecido destaque de capa ao evento. Não é por acaso que o Porto Canal deu o devido destaque e hoje, pelas 19h, repete a transmissão do espectáculo da cerimónia de abertura. Não é por acaso que o JN reforçou a sua equipa no Minho. E não é por acaso que o Porto Canal fez o mesmo, abrindo uma delegação em Braga em 2012. Como não é por acaso que em Braga existem dois jornais diários muito fortes, o Correio do Minho e o Diário do Minho, assim como rádios locais igualmente fortes (RUM e Antena Minho).

 

O caminho é esse. Como para os canais ditos nacionais, Vila Franca de Xira já é Norte longínquo e só serve para pequenos apontamentos estilo "favor que se faz aos provincianos" e se se olhar, por exemplo, para o Expresso tal realidade se torne ainda mais nítida, o caminho é fazermos nós pela vida. Não quero ser injusto: a TVI esteve ontem em Braga (uma excelente reportagem), a SIC também e fez uma bela reportagem e a RTP até transmitiu um dos seus programas da tarde em directo de Braga (e todas estiveram na cerimónia de abertura). Assim como as principais rádios e jornais nacionais. Eu sei, se sei, que estiveram. Eu sei o esforço que os seus jornalistas do Norte fazem, todos os dias, lutando para conseguirem meter as suas peças e sei, ui se sei, o que lhes acontece, as injustiças profissionais de que são alvo, o desinvestimento que diariamente sentem na pele por parte das suas chefias sentadas nas poltronas em plena capital do império. Em Guimarães também vão estar, até para não parecer mal e, quem sabe, fruto desta prosa, até o vão fazer com mais cuidado. Eu sei. Por o saber muito bem, continuo a lutar para que as gentes do Norte também saibam e possam, de uma vez por todas, abrir os olhos.

 

E abrir os olhos é apostarem nos seus órgãos de comunicação social, no seu Porto Canal, na sua RTP Porto, no seu JN, no seu Correio e Diário do Minho, no seu Grupo Santiago, no seu Notícias de Vila Real, Diário de Aveiro, Diário de Viseu e assim sucessivamente. Só quando o fizerem, só quando neles investirem, serão respeitados pelos outros. É uma forma de criar riqueza, de ter verdadeiro acesso à informação. Reparem, a culpa não é de Lisboa. A Capital faz o seu trabalho. Nós não. Quando temos um diário, como o Público, criado por um grupo empresarial do Norte, que vende mais em Lisboa que no Norte todo, estamos à espera de quê? A culpa é de Lisboa? Não, é nossa - mesmo que o Público se coloque a jeito e sempre tenha menosprezado a sua região.

 

Quando vejo e sinto na pele a dificuldade do Porto Canal em obter apoios, quando no Norte me dizem, "é um canal do Porto", em vez de perceberem que é um canal do Norte que começou, naturalmente, no Porto (como o JN começou no Porto e depois alargou a toda a região) e que se está a expandir por toda a região e é o único, repito, único espaço diário de informação do que se passa em Chaves, em Viana do Castelo, em Braga, em Guimarães, em Bragança, em Vila Real ou, resumindo, no Douro/Trás-os-Montes/Minho/Douro Litoral e no eixo Aveiro-Coimbra-Viseu, ter o nome "Porto" é apenas e tão só o do local onde nasceu e não daquele onde vive. Hoje, o Porto Canal, tal como o JN, já ultrapassou as fronteiras da Circunvalação e nós, homens e mulheres do Norte, se queremos ter acesso à informação do que se passa na nossa terra, temos de apoiar estes OCS que são nossos em vez de andar sempre a lamentar que a RTP/SIC/TVI/Expresso/CM/Público não nos ligam nenhuma e depois, ver o Correio da Manhã disponível de borla nos cafés de partes significativas do Norte ou ver nos mesmos cafés e restaurantes as televisões sintonizadas nesses mesmos meios de comunicação que tanto gostamos de criticar por não nos ligarem nenhum. Olhem para os nossos vizinhos galegos, que são menos que nós em quantidade mas alimentam a sua TVG, as suas rádios e os seus diários como A Voz da Galiza ou o Faro de Vigo. É esse o exemplo a seguir. A lamúria não nos leva a lado nenhum.

 

Por exemplo, a nossa batalha no que toca à RTP Porto não passa pela sua manutenção como pública ou pela sua privatização. Não. O caminho é outro. É conseguir que os seus profissionais, os seus meios técnicos, as suas instalações, que também são nossas, fiquem connosco e ao serviço da nossa região. Se no público ou no privado? Tanto se me dá. Olhem, por mim, o Porto Canal e a FCP Media podiam candidatar-se a ficar com a RTP Porto. A solo ou em parceria com o Estado? Repito, tanto se me dá. Assim como não percebo o porquê de o Estado não permitir que o Porto Canal esteja na TDT.

 

Por isso, caro Miguel Oliveira, o importante não é os outros ignorarem. O importante é nós não ignorarmos os nossos, é sublinhar que o JN fez o seu trabalho e por isso merece o nosso apoio. É apostarmos no que é nosso em vez de nos andarmos a "picar" porque o nosso canal se chama Porto e não Braga ou Vila Real. O Porto é e será sempre o coração da região mas nunca deverá ser a sua "capital". Nenhum coração sobrevive sozinho, precisa do cérebro, dos pulmões e de todos os restantes órgãos que fazem este corpo, a nossa Região Norte. Nenhuma Região, nestes tempos, sobrevive sem uma comunicação social regional forte (olhem para a vizinha Espanha e para a sua comunicação regional) e esta só será forte se nós a fizermos forte, apoiando-a, investindo nela, gerando massa crítica para a alimentar. 

 

É isso que Braga está a fazer e é por isso que se está a tornar um exemplo a seguir em toda a região. É a verdadeira alma da Pronúncia do Norte que não é contra ninguém mas, isso sim, a favor de algo muito simples: o que é nosso.


Convite: Abertura Oficial de Braga 2012

Fernando Moreira de Sá, 11.01.12

A cerimónia de abertura de Braga 2012:Capital Europeia da Juventude é no próximo Sábado, 14 de Janeiro, pelas 19h, no centro histórico da cidade, Espectáculo Inaugural com os Drumatical Theatre:

 

 

Durante todo o dia, a partir das 9h, toda a cidade vai ser animada com música, dança e inúmeras actividades de rua produzidas por diversas associações juvenis.

 

Estão todos convidados!

Porto Canal e Júlio Magalhães

Fernando Moreira de Sá, 10.01.12

 

Foi hoje apresentado o novo Director-geral do Porto Canal, o jornalista Júlio Magalhães, antigo Director da TVI.

O Forte Apache foi um dos primeiros blogs a avançar com essa possibilidade que agora se concretizou. Mesmo assim, o Júlio Magalhães vai continuar a "conversar" com Marcelo Rebelo de Sousa, ao Domingo, na TVI até ao final do contrato de Marcelo Rebelo de Sousa (Maio) e, quem sabe, ""as conversas" continuarão, depois, no Porto Canal. Quem sabe...

Neste primeiro dia do Júlio Magalhães no Porto Canal destaco duas frases: "é um sonho estar aqui" e, meio a sério, meio a brincar, "estou sentado na minha cadeira de sonho". Quando se dirigiu aos seus novos colegas, fiquei positivamente surpreendido quando afirmou, "não venho ensinar nada a ninguém, venho trabalhar com excelentes profissionais". Um gesto de modéstia que só lhe ficou bem e que diz muito sobre quem é Júlio Magalhães.

Desde que o F.C. Porto chegou ao canal, as audiências dobraram e o prime-time da cabo no Grande Porto passou a ser disputado taco a taco. A liderança já não é uma miragem. Conquistado o Grande Porto, é hora de avançar para toda a Região Norte. Por isso mesmo, não foi por acaso que Jorge Nuno Pinto da Costa aproveitou para anunciar a nova delegação do Porto Canal em Braga. Uma aposta forte do canal que, também ele, acreditou na força de Braga 2012:Capital Europeia da Juventude e em Braga enquanto motor do Minho.

Braga 2012:

Fernando Moreira de Sá, 19.12.11

Não posso deixar de partilhar com todos o vídeo de lançamento da Capital Europeia da Juventude Braga 2012. Um trabalho pensado, realizado e produzido em 72 horas por jovens e para todos. Uma demonstração do orgulho das gentes de Braga e estas responderam participando.

 

Um orgulho: