"Freeride" e "downhill" em grande estilo num pequeno filme "made in" Portugal
A televisão por cabo e a Internet, enquanto plataformas de comunicação de massas ou de nichos, estão cada vez melhores e com mais qualidade. No fundo, está a verificar-se uma adaptação aos novos paradigmas do mercado, em que se começam a delinear estratégias de comunicação e de marketing com o objectivo de direccionar determinados “produtos” para determinados públicos.
Esta segmentação de “produto” e de público é a principal virtude da “cabo” e dos vários canais na Internet. Aquilo que cada um quer ver é aquilo que cada um vê. É verdade que há plataformas com mais e menos qualidade, mas é inegável que a oferta é variada e contínua.
Para quem é entusiasta de desportos “extreme”, como é o caso do autor destas linhas, tem hoje à sua disposição uma variedade de canais e plataformas on line internacionais, nas quais encontrará todo o tipo de vídeos e filmes profissionais, abordando modalidades como BTT (cross country, enduro, downhill), BMX, surf, skate, snowboard, entre muitas outras. É todo um mundo que faz as delícias de quem gosta de praticar e ver modalidades que vão para além dos desportos “mainstream”.
Infelizmente, neste campo, a produção nacional ainda é escassa, quando comparada com aquilo que se faz nos Estados Unidos e nalguns países europeus. É assim de salutar a estreia de Frederico Ramalho, um “rider” de “freeride” e de “downhill”, nas lides da realização de filmes dedicados àquelas modalidades “extreme”. Trata-se de um pequeno vídeo, filmado quase todo na Serra de Sintra, que tem como protagonista um outro “rider”, Francisco Rocha, e que já apresenta uma qualidade muito interessante.
Frederico Ramalho, estudante de marketing e publicidade no IADE, desde há algum tempo que se tem dedicado ao aprofundamento da técnica de filmagem e realização, concretizando agora esse processo, dando o primeiro passo numa área que tem margem para crescer em Portugal, até porque começam a surgir algumas plataformas nacionais a necessitarem de conteúdos mais “extreme”.
Texto publicado originalmente no PiaR.