Da esquerdalha
"Parlamento manda cortar nos carros do Estado. Aprovado com os votos favoráveis do PSD e CDS-PP e a abstenção do PS, PCP, BE e PEV".
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"Parlamento manda cortar nos carros do Estado. Aprovado com os votos favoráveis do PSD e CDS-PP e a abstenção do PS, PCP, BE e PEV".
Miguel Relvas diz hoje que só "em última linha" haverá despedimentos na Lusa. Ora, dito isto no mesmo dia em que é noticiado o hipotético corte de 10% no valor mínimo do subsídio de desemprego, dá-nos mesmo que pensar...
É chegado o momento de debater, na sociedade portuguesa, o que é, de facto, prioritário no que toca às despesas do Estado. É moralmente inaceitável que se corte 1 cêntimo no subsídio de desemprego de quem vive no limiar de pobreza, por cada 100 euros que não se cortem na RTP, Lusa, Carris, Metro, CP, etc., etc., etc.
Já não conto as excepções aos cortes aplicados aos vencimentos dos trabalhadores do Estado.
Entendamo-nos: se não houvesse excepção nenhuma, nem por isso as contas do Estado ficariam significativamente melhores - estamos a falar, em relação à dimensão do problema das contas públicas, de peanuts; em alguns casos haverá gestores que poderiam ser tentados a pegar nas malas e passar-se para a concorrência ou sair da função pública. E até pode ser que a concorrência queira um ou outro, e que a saída deste ou daquele causasse um dano de valor muito superior ao da poupança; há, já agora, quem tenha recusado funções públicas por não aceitar o que o Estado paga, e isto ainda antes das reduções.
Mas: i) Suspeita-se que as empresas públicas (e as privadas, quando vivam em conúbio com o Estado) estão inçadas de gestores e consultores de aviário, e tais suspeitas são legítimas face aos casos que se conhecem e ao peso absurdo que o Estado tem na vida económica; ii) Os brilhantes gestores pagos a peso de ouro no banco público (nos privados também, mas isso só é da nossa conta porque somos chamados a empréstimos e garantias forçadas a que os restantes sectores da economia não têm acesso) deram com os burros na água de uma forma de tal modo gritante que conceder-lhes qualquer benefício da dúvida já é muito; iii) A política é a arte do possível, e não é possível esperar compreensão de quem sofreu reduções e assiste pávido às excepções de que são objecto alguns ungidos cujo principal mérito é terem passado e números de telefone. Para já não falar do Banco de Portugal, que, parece, vive em regime de extraterritorialidade para efeitos de nos vir ao bolso.
O passado, em muitos casos, não se recomenda; e fora melhor que toda esta gente se limitasse a ter os números de telefone de fornecedores e clientes.
Deve haver quem no Governo ache que ganha com isto; e que zangar-se com quem conhece é muito pior do que zangar-se com quem não conhece. Faz mal: quem conhece são meia dúzia de gatos de fatos às riscas e com egos do tamanho da estupidez; e quem não conhece é o resto. São milhões. E nem a paciência é tão grande como se imagina, nem a memória tão curta como se supõe.
editado por Pedro Correia às 15:18
Algumas almas querem sempre aparecer a dar as boas notícias. As mesmas que se fingem de mortas na hora das más...
Mesmo quando essas notícias nem são boas, nem más, nem novas. O rídiculo é nem conseguirem disfarçar. E darem palpites como se não fosse nada com eles...
Situação inicial |
Situação Final |
Variação global |
|||
Dirigentes Superiores |
Dirigentes Intermédios |
Dirigentes Superiores |
Dirigentes Intermédios |
Dirigentes Superiores |
Dirigentes Intermédios |
715 |
5571 |
441 |
4133 |
-274 |
-1438 |
6286 |
4574 |
-1712 |
|||
-38% |
-26% |
||||
-27% |
O Compromisso Eficiência no domínio do sector público assumido por este Governo, terá continuidade em outras acções concretas, a desenvolver no curto/médio prazo, com referência especial para:
Olha, olha, o João Galamba – que lidera a lista dos citados pelo corporações logo seguido, de perto, pelos “bloggers do passismo” – começou com a velha estratégia da medição de tamanhos.
Afinal, o anterior governo é que cortou “forte e feio” na Administração Pública e coisa e tal. Uns ingratos, os portugueses, que nem repararam nesta suposta proeza de Sócrates. Uma maldade sem perdão. Os portugueses não notaram esse esforço hercúleo dos amigos do João em reduzir as gorduras do Estado e premiaram o PS com uma derrota copiosa nas últimas legislativas. Uma injustiça.
Agora, anunciados os cortes, surgem as comparações. “O meu corte é maior do que o teu”, afirma o blogger preferido do corporações. Tragam as réguas que a temporada ainda agora começou…
editado por Pedro Correia às 17:26
O primeiro-ministro anunciou hoje os primeiros cortes: 1712 lugares de dirigentes e 137 entidades públicas extintas.
É um primeiro passo, significativo. Uma medida fundamental.
O corte nos lugares dirigentes significam 27% do total - o compromisso do Governo (PREMAC) apontava para os 15% de redução das estruturas orgânicas de cada ministério e de cargos dirigentes. O Governo decidiu ir mais longe. É um sinal importante. Não se pode continuar a exigir sacrifícios aos portugueses, às empresas, sem o Estado dar o devido exemplo. Este é o caminho.
editado por Pedro Correia às 23:01