Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Forte Apache

Genial

Pedro Correia, 24.01.13

«O problema [em Portugal] são as camadas mais ricas. Impostos sobre o património: são pequenos. Imposto sobre sucessões: acabou em Portugal, ninguém propõe que seja retomado e devia ser. Impostos sobre bens e consumos de luxo: já os viu subir? Sobre aviões particulares, carros de alta cilindrada, motos de alta cilindrada, barcos, uísques caríssimos nas discotecas de sexta e sábado à noite. Daí podia-se ir buscar muito dinheiro. Se se fizesse isso não era preciso cortar nem um milhão de euros na despesa.»

Freitas do Amaral, hoje

o país já está na última linha...

Rui C Pinto, 24.10.12

Miguel Relvas diz hoje que só "em última linha" haverá despedimentos na Lusa. Ora, dito isto no mesmo dia em que é noticiado o hipotético corte de 10% no valor mínimo do subsídio de desemprego, dá-nos mesmo que pensar... 

 

É chegado o momento de debater, na sociedade portuguesa, o que é, de facto, prioritário no que toca às despesas do Estado. É moralmente inaceitável que se corte 1 cêntimo no subsídio de desemprego de quem vive no limiar de pobreza, por cada 100 euros que não se cortem na RTP, Lusa, Carris, Metro, CP, etc., etc., etc. 

O sonho da austeridade

Dita Dura, 06.10.12

Odeio números. Ao contrário de muita gente, acredito que o mundo da ciência, da cultura e da política não se estabelecem segundo sistemas rígidos e vivências concretas. Mas como sou profundamente masoquista, resolvi formar-me em números e trabalhar durante anos fechado num cubículo de dois metros quadrados. O problema é que aquilo que somos não se pode fechar num pequeno escritório, porque de repente tudo vagueia e os números começam a ganhar asas, o “3” espreguiça-se, o “7” começa a voar, o “6” zanga-se com o “9”, o “1” deixa de estar sozinho e o “4” fica feito num “8”.

 

Volto à terra e à política nacional. O noticiário repete sempre os mesmos números, com interpretações ignorantes de jornalistas e conclusões abusivas de políticos. Os números podem ser chatos, irritantes, reincidentes, incessantes, mas não mentem. E a verdade dos números é a verdade dos factos:

 

1) a dívida pública aumentou 93% durante o reinado do Zé que agora anda a viver à grande e à francesa; tudo o que o Governo tem feito é condicionado exteriormente porque temos de pagar os disparates que se fizeram.

 

2) não se pode combater esta dívida monstruosa com a ideia abstracta de “crescimento e emprego” de que falam os mesmos arquitectos da desgraça; não se pode curar a doença com as mesmas políticas facilitistas que nos levaram ao pesadelo.

 

3) não basta cortar na despesa; se por hipótese despedaçarmos a despesa, é verdade que acabaremos com as gorduras, mas também mataremos de vez o corpo. Porque mais de 70% do que se gasta é na na Saúde, na Educação e na Segurança Social.

 

De repente salta um “9” da dívida pública e começa e procurar o “6”, o “3” do PIB abre a boca de sono e o “1” sai do alinhamento para ir à procura do “7”. Encosto-me e deixo os números à solta, penso sobretudo que a alma de um povo não é matemática, que a melhor forma de prevermos o futuro é olharmos para o passado. E o passado português é feito de conquistas, de coragem e superação, de combate aos oportunistas e de vitória perante os que nos quiseram explorar e oprimir. Quando a paciência se esgotar, o futuro vai voltar a ser nosso.

Importa-se de repetir? (X)

Sérgio Azevedo, 04.08.12

António José Seguro afirmou hoje, a propósito da possível privatização da TAP, que "a TAP não é do Governo, a TAP é do país". O que me leva a perguntar:

 

De quem eram os 454 milhões de euros atribuídos, entre 2008 e 2010, à Fundação para as Comunicações Móveis?

De quem eram os 16.800 milhões de euros de divída do sector dos transportes?

De quem eram os milhares de euros gastos em inaugurações de troços de estradas negociadas sob a forma de PPP que depois deram no que deram?

 

Do Governo ou do país?