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Forte Apache

Leituras ao sol

Sérgio Azevedo, 17.08.12

"O que vale uma medalha?", um bom artigo do Rodrigo Tavares na Visão desta semana. "(...) Se eu fosse forçado a escolher, acho que preferiria investir em políticas de desporto escolar ou de democratização efectiva da actividade física. Receberia criticas, ouviria menos vezes o hino nacional (ainda menos que hoje), mas seria uma contribuição silenciosa para a prevenção de doenças e para o aumento da qualidade de vida e da autoestima individual dos portugueses."

a paixão por um símbolo no desporto

Rodrigo Saraiva, 16.08.12

é por estas "coisas" que o espectáculo desportivo vale a pena, neste caso é mesmo o futebol. Isto é poesia! 12 anos a ser ídolo de um símbolo, sem marcar um golo. E no jogo em sua homenagem ...
sim, é possível acontecer uma invasão de campo sem problemas e tudo voltar ao normal.
vale a pena ver alguns dos vídeos que já estão no youtube, como estes:

 

 
 

 

Jogos Olímpicos: vida de atleta olímpico português

Carlos Faria, 13.08.12

Sobre os atletas portugueses nos Jogos Olímpicos de Londres há 15 dias escrevi: ”… basta-me que deem o máximo para merecerem todo o meu apoio, mesmo que não consigam ser o mais rápido, o mais alto ou o mais forte nas suas provas.”

Agora muitos lamentam a baixa prestação dos nossos atletas: uma medalha de prata e penso que nove diplomas.

Contudo, antes que caia em esquecimento, recomendo aos órgãos de comunicação social que nos próximos dias irão começar a falar apenas do mundo do futebol e da vida dos futebolistas com muitos milhões a sustentar a modalidade, que mostrem como é a vida no dia-a-dia da maioria daqueles que representaram Portugal nos Jogos Olímpicos de Londres em 2012.

Depois, se quiserem pedir melhores resultados para o Rio de Janeiro, não se esqueçam que algo deve mudar ou então temos de ficar ao menos agradecidos pelo esforço de muitos daqueles que no meio de tantas dificuldades ainda têm forças de competir nuns jogos olímpicos.

A cultura do desporto e o poder dos Estados

Alexandre Guerra, 07.08.12

Zho Lulu, atleta chinesa a bater um recorde mundial/Foto: Oficial/London2012

 

Que ninguém se iluda, em Portugal não existe uma cultura desportiva na sociedade e muito menos uma abordagem política ao desporto enquanto factor de poder de um Estado (tal como também não existe para a língua ou para a cultura).

E quando se menciona desporto convém referir que não se está a falar de passeatas de Domingo no paredão da marginal ou de algumas futeboladas entre amigos de semana a semana.

O desporto, que aqui interessa, é aquele que se insere numa lógica competitiva, que pressupõe a superação diária de dificuldades, um espírito de autossacrifício e a ambição pela perfeição e pelos resultados. O desporto, assim, glorifica os seus intervenientes e prestigia as suas bandeiras.

Muitas das vezes, os Estados tentam reflectir nos feitos desportivos (tal como noutras áreas) um certo modelo de sociedade, evoluída e sofisticada. Na verdade, um pouco à imagem do pensamento “platónico”, a integração do desporto no quotidiano dos cidadãos representa um estádio evolutivo da "cidade".

Todas as nações com ambições nas Relações Internacionais utilizam o desporto como forma de prestígio e de ascensão mundial. Muitas das vezes de forma perversa, como aconteceu na Alemanha do III Reich, no regime Soviético durante a Guerra Fria ou na China emergente no início dos anos 90. Nestes casos não se podia falar numa verdadeira cultura social pelo desporto, mas antes numa política autoritária/totalitária governamental de “produção” de campeões. Um modelo que, à semelhança do paradigma que regia as suas sociedades, era insustentável e tendia a desabar, como veio a acontecer. A própria China, em plena globalização, foi obrigada a repensar a sua política desportiva, caso quisesse integrar o “concerto” das nações "respeitadas" no sistema internacional.

Entre os países mais desenvolvidos o desporto também foi sempre visto como um factor de poder, altamente valorizado, no entanto, o seu enquadramento na sociedade foi feito de forma “democrática” e sustentável.