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Forte Apache

Belem Watch

Filipe Miranda Ferreira, 08.02.13

 

Existem pequenos detalhes que dizem tudo.

Ao ouvir declarações do actual Presidente da Comissão Europeia, o "nosso" Durão Barroso, não pude deixar de sorrir. Ao falar sobre Portugal utilizou por diversas vezes a expressão "nosso país" e "nós". Quanta diferença em relação a um passado recente...

Será que as notícias sobre a existência de sondagens que dão Marcelo Rebelo de Sousa como favorito para as próximas presidenciais tem alguma coisa a ver com isto?

 

 

Da alface para o divã de Barroso

Judite França, 04.05.12

Lá está: a fome que dá em fartura - e dois posts de seguida (prometo longo jejum para não vos andar sempre a incomodar).

 

A alface e o Observatório dos legumes já me tinha irritado pela manhã; coisa atenuada pelos Sinais do Fernando Alves - que irritado com a câmara do Porto libertou alguma da minha irritação - e com os cromos do Markl (quando não conheço alguma coisa que o Markl leva à antena da Rádio Comercial sinto-me um pouco mais nova). E quando tudo estaria a melhorar, eis senão quando Durão Barroso analisa o comportamento dos portugueses, qual sessão de psicanálise no divã.

Ao estilo snob de quem mora lá fora, em locais mais arejados do que este cantinho, Durão Barroso discorreu sobre o facto de seremos «discretos, modestos» e com «pouca auto-estima». Também somos «individualistas». Não querendo, com certeza, que, com esta análise, os portugueses ficassem também «deprimidos», o presidente da CE lembrou-nos que somos melhores nos grandes desafios do que nos pequenos. E pronto: como agora estamos perante um «grande desafio», está tudo bem.

A não ser que haja uma carreira académica paralela, e desconhecida de Barroso, que meta aulas de psicologia, psicanálise, psiquiatria comportamental ou cognitiva, pergunto-me se, em vez de pedir para sermos como Mourinho ou Ronaldo, repletos de auto-estima, mais valia que o ter falado só sobre a diáspora, porque é esse o tema da conferência da Cotec. E poupava-nos ao resto que, com tudo o temos passado, bem merecemos.

O tempo bão

José Meireles Graça, 28.02.12

"Todos compreendemos agora que a união monetária e a união orçamental são duas faces da mesma moeda e a última foi esquecida quando a nossa moeda foi lançada."


Zé Manel, tu não tá a ver bem a coisa, garoto: tu já se esqueceu dos sete referendo que deram uma nega lá a essa coisa de tu, a Europa e assim. E tu quer fingir que o povão não vai topar a arola dos teus compincha?


Acabado lá os mandato, tu pega na indenização e dá o fora, o tempo aqui está bão. Se tu não pode passar sem política, os discurso e essas mordomia, vai lá pró Portugal pra ser Presidente. Eles é gente que gosta de ser engrupida, tu leva chance.


Mas não se esquece: o tempo aqui está bão.

A compreensão selectiva

José Meireles Graça, 24.02.12

Daniel Hannan lê os autores certos: aproveitando as oportunas considerações que teci sobre a iniciativa Durão para resolver o problema do desemprego dos jovens em Portugal, fez uma declaração no PE sobre os poderes demiúrgicos dos parlamentares para criarem empregos.


Já que estou com a mão na massa: Porquê os jovens? Com que direito se isola uma determinada camada etária para ser objecto de desvelo? Que têm os jovens que os torna mais dignos de atenção do que, por exemplo, pais e mães com família a cargo que perderam o emprego e o subsídio de desemprego, sem reunirem os requisitos para a reforma?

 

Têm sangue na guelra, é isso? Estão mais disponíveis para engrossar manifestações de indignados? Pois lembro que o desespero pode ser, e é, muito mais vezes silencioso do que estridente.

 

O placebo burocrático

José Meireles Graça, 23.02.12

O problema: Portugal apresenta uma taxa de desemprego jovem de 31,5 por cento, sendo, no grupo dos Estados-membros abrangidos pelas equipas de acção, o terceiro pior, depois da Espanha (49,6) e Grécia (46,6 por cento).


Os recursos para resolver o problema: 14 por cento dos fundos atribuídos no quadro orçamental 2007-2013, que estão por atribuir e podem ser utilizados para ajudar as pequenas e médias empresas, responsáveis por 80 por cento dos postos de trabalho na União Europeia.


Os abrangidos: Eslováquia, Espanha, Itália, Irlanda, Grécia, Letónia, Lituânia e Portugal.


As soluções:  A promoção de estágios profissionais em áreas "relevantes para o mercado de trabalho", o apoio ao auto-emprego, o desenvolvimento de estratégias para reduzir o abandono escolar precoce ou a reforma da legislação laboral.


Os promotores: O projecto das equipas de acção foi apresentado, a 30 de Janeiro, pelo presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, aos líderes da UE, durante um Conselho Europeu informal.


Os beneficiários políticos: Durão e Relvas, que se "preocupam", tentam "soluções" e, com o cenho franzido e o coração a sangrar, acham "dramática" a situação dos jovens sem emprego.


Os beneficiários: Os funcionários dos "grupos de trabalho" que vão enquadrar a burocracia que vai administrar a trapalhada; as agências e indivíduos que vão escabichar regulamentos, aprender truques e alçapões e cultivar relações para apresentar "candidaturas"; os cidadãos e empresas que virem as suas candidaturas aprovadas.


Os prejudicados: Os cidadãos e empresas que, por ignorância ou falta de meios, não apresentarem candidaturas; os que as apresentarem sem sucesso; as empresas que vão ser objecto de concorrência desleal por parte das que se movimentarem melhor nos corredores do Poder; o contribuinte europeu e português, objecto de extorsões para financiar fantasias.


A solução que não se vai seguir? Devolver o dinheiro aos Estados, na proporção do que contribuíram, para estes abaterem ao endividamento.


Mas isso não sustentaria burocracias inúteis, não ficaria bem nos discursos nem desarmaria manifestações.

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Ricardo Vicente, 23.11.11

Portugal: Pedro Passos Coelho: Reestruturar a dívida já.

Grécia: Lucas Papademos: Reestruturar a dívida já.

Irlanda: Enda Kenny: Reestruturar a dívida já.

 

Ou ainda vão continuar à espera que o Sarkozy e a Merkel vão a eleições? Já chega de tanto esperar! E aqueles dois miseráveis nem sequer as vão ganhar!

Durão Barroso tem razão: é preciso eurobonds. MAS só como instrumento da reestruturação e NÃO para altos vôos federalistas que não têm suporte democrático nem desejabilidade eleitoral nem realismo político.

 

P.S.: Ler mais nos seguintes linques: default/reestruturação, default "no" Forte, default "no" Albergue, to default or not to default.