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Forte Apache

Lições nacionais das eleições açorianas

Pedro Correia, 21.10.12

Considero que o resultado das eleições açorianas do passado domingo, que em cima da hora analisei aqui, foi sobretudo ditado por factores de ordem regional - designadamente a boa avaliação popular dos 16 anos de mandato de Carlos César, a renovação que o PS-Açores soube fazer em tempo útil ao designar Vasco Cordeiro como protagonista do novo ciclo político e à errática campanha da candidata social-democrata, Berta Cabral, incapaz de se apresentar como verdadeira alternativa à hegemonia dos socialistas no arquipélago.

Sugerem-me no entanto que faça uma avaliação política deste escrutínio sob uma óptica estritamente nacional. É um exercício interessante. Aqui fica, em quatro pontos.

 

1. Foi a primeira derrota eleitoral de Passos Coelho desde que chegou à liderança do partido e faz antever dificuldades adicionais nas autárquicas de 2013. Mas o PSD resistiu melhor do que muitos previam ao inevitável desgaste governativo, ganhando dois deputados e subindo quase três pontos percentuais face aos resultados obtidos nas anteriores eleições regionais açorianas, realizadas em 2008.

 

2. O CDS é, de longe, o partido mais penalizado pelo exercício da governação em Lisboa: perdeu três pontos percentuais e dois deputados neste escrutínio. Para o PSD, ainda por cima. Esfumou-se o sonho de governar em coligação com o PS em Ponta Delgada, resta a coligação com o PSD em Lisboa.

 

3. Os socialistas souberam capitalizar em votos a oposição moderada ao Governo liderado por Passos Coelho. Pode irritar alguns nostálgicos do ciclo governativo anterior, que talvez preferissem agora ver o PS de braço dado com o Bloco de Esquerda numa oposição "frentista". Mas a eleição açoriana prova que Seguro está certo.

 

4. A esquerda radical baixa na região autónoma para percentagens irrisórias. Mais o PCP, que teve agora apenas 1,9% nas urnas (recuando 1,2% e mantendo à justa o seu deputado solitário) do que o BE, que obteve 2,3% (um ponto percentual a menos e um deputado perdido para o PS). Em qualquer  dos casos, nada que legitime o constante vociferar contra a troika e a exigência de novas eleições a nível nacional: PCP e BE, somados, recolheram apenas 4,2% dos sufrágios. Se os Açores servem de amostra, ninguém perderá tanto com novas eleições como estes dois partidos.

Eleições nos Açores

Carlos Faria, 14.10.12

Os partidos do governo da república hoje não perderam uma região que já não era sua há 16 anos, mas os resultados indiciam que estão mesmo a perder o País e sem darem quaisquer esperanças de que o estão a salvar e os muitos votos brancos que hoje desdobrei são sinal de uma descrença muito perigosa.

Podem-se perder eleições na política, mas perder a esperança no futuro nenhum governo em democracia pode permitir tal situação, pois é o regime democrático que fica em risco.

Mas a quente, várias reflexões podem-se já fazer com os resultados das legislativas regionais dos Açores de 2012.

Legislativas Regionais dos Açores numa conjuntura estranha

Carlos Faria, 11.10.12

No domingo há eleições nos Açores e o PSD-Açores corre o risco de ser julgado como se tivesse sido um governo que não foi e o PS-Açores tem a possibilidade de não ser julgado pelo governo que efetivamente foi. Se ganhar o primeiro ter-se-á a certeza que o Povo Açoriano distinguiu a estrutura regional e Berta Cabral do líder nacional, se ganhar o segundo, ficará a dúvida se foi mesmo vontade do eleitorado regional em entregar os destinos da Região a Vasco Cordeiro ou pretendeu sobretudo penalizar Passos Coelho.

Diz-se que os Açorianos sabem distinguir bem o que está em causa em cada eleição, mas que nesta campanha houve quem procurou confundir as coisas: houve.

Verão quente nos Açores II

Carlos Faria, 24.07.12

Sondagens públicas sobre as legislativas regionais dos Açores não tem havido, ouve-se nos cafés e entre informados da política que as encomendadas pelos partidos por agora têm dado resultados que apontam para uma preferência por Berta Cabral em prejuízo de Vasco Cordeiro, se isso depois se refletiria na preferência de votos nos respetivos partidos, ninguém sabe.

Contudo olhando algumas intervenções dos atores dos dois maiores partidos, sente-se uma certa euforia anestesiante do lado do PSD e um nervosismo irritadiço do lado do PS. Mas a crise parece não comprometer o voluntarismo e não faltam propostas eleitorais neste período de pré-campanha, existe inclusive o blogue Prometório que vai listando todas as promessas dos vários políticos e os números já são extensos a fazer recordar o período das vacas gordas.

O PSD procura aproveitar o menor carisma do adversário e esforça-se por culpar a gestão do PS-Açores pelos reflexos da crise que se sentem aceleradamente nos Açores, com destaque para o maior crescimento da taxa de desemprego aqui que no resto do País, as enormes reduções da ocupação hoteleira em S Miguel, as incertezas do setor primário, a dimensão das dívidas na saúde e das SCUT e os custos dos transportes para os residentes.

O PS faz um ataque mais cerrado ao carisma de Berta Cabral, culpa Passos Coelho de todos os males que estão a ocorrer nos Açores, assume-se como o defensor da autonomia e após anos de aumento exponencial na admissão de funcionários públicos regionais que teve de parar, agora esforça-se por disfarçar o desemprego real implementando programas de integração de desempregados na sua administração por períodos de cerca de um ano, criando uma potencial bomba relógio a estourar a seguir às eleições.

O resultado em votos deste jogo de acusações, defesa e capacidade do poder em camuflar os problemas reais que minam a economia dos Açores só será conhecido no próximo outono após este verão quente.

Tarde e a más horas

Francisco Castelo Branco, 25.04.12

Newt Gingrich vai abandonar a nomeação republicana à Casa Branca. Sem hipótese de contrariar Mitt Romney, o ex-speaker anunciará o seu apoio ao mais forte de todos os candidatos. Gingrich prometeu muito com a vitória na Carolina do Sul, mas cedo se percebeu que a sua candidatura não fazia sentido nenhum.

A desistência de Gingrich deveria ter acontecido antes de Santorum se ter retirado. No entanto, nunca iremos saber se com o apoio de Newt, o ex-governador da Pensilvânia poderia ter ido mais longe.

A vitória de ontem de Romney em cinco estados arrumou a questão, deixando o ex-governador do Massachussetts a 300 delegados da nomeação oficial

Game Over!

Francisco Castelo Branco, 04.04.12

Mitt Romney venceu as primárias do Wisconsin, Maryland e District of Columbia, aumentando assim a vantagem para Rick Santorum. A cada eleição que passa, o ex-governador do Massachussetts confirma que é o candidato melhor posicionado para enfrentar Obama em Novembro. No entanto, não é caso para Santorum se sentir envergonhado com a sua campanha, até porque o ex-governador da Pensilvânia ainda acredita que uma vitória em sua casa lhe dará esperança. Mesmo assim, será dificil alcançar Romney, quanto mais ultrapassá-lo.

Daqui para a frente será apenas uma questão de saber qual será o Estado que confirmará a nomeação.

Rescaldo da Super Terça

Francisco Castelo Branco, 08.03.12

Mitt Romney foi o grande vencedor da Super Terça-Feira com a conquista de seis Estados: Idaho, Vermont, Virginia, Alaska, Massachussetts e o mais importante da noite Ohio. Rick Santorum conquistou três mas conseguiu lutar taco a taco com Romney no Ohio. No entanto, as vitórias no North Dakota, Tennesse e Oklahoma deixam-no a mais de 239 delegados de Romney, que já ultrapassou a barreira dos 400.

A decisão destas eleições esteve no Estado do Ohio. O futuro de Santorum nesta corrida jogou-se muito ali.

Com a derrota no Ohio, Santorum tem agora uma missão dificil pela frente enquanto Romney encarará as restantes eleições com um enorme à-vontade, pois sabe que tem tudo a seu favor.

As eleições desde o início têm sido pautadas por este entusiasmo à volta de Santorum depois das suas vitórias no Minnesota, Colorado e Missouri, tendo sido nessa altura que muitos pensaram que a corrida republicana ia ser equilibrada, só que Mitt Romney mostrou que é melhor, tem mais meios e é sobejamente mais conhecido e experiente.

Santorum afirmou que tem feito coisas extraordinárias com poucos recursos. Concordo em parte, embora a sua campanha esteja a ser muito fraca. Agora resta-lhe conseguir uma boa votação para Romney o escolher para candidato a vice-presidente.

Super Tuesday

Francisco Castelo Branco, 06.03.12

E eis que após três meses de eleições chega o dia mais importante para as eleições norte-americanas. Na tradicional Super Tuesday de hoje estão em jogo dez Estados. A saber : Alaska, Georgia, Idaho, Massachussets, North Dakota, Ohio, Oklahoma, Tennesse, Vermont e Virginia.

Não que hoje se decida muita coisa mas é sempre emocionante para quem gosta de noites eleitorais.

Com uma vantagem confortável, Mitt Romney irá ser provavelmente o grande vencedor da noite mesmo que não consiga os 437 delegados que estão em jogo.

O Estado do Ohio é o mais importante de hoje, sendo que neste caso a luta entre Romney e Rick Santorum vai ser até ao fim.

Em relação aos outros dois candidatos pouco há a dizer. Newt Gingrich prometeu muito mas hoje só deverá vencer o Estado da Georgia e Ron Paul continuará a ser o elo mais fraco desta corrida. 

No fim da noite Paul e Gingrich deverão colocar um ponto final na campanha. Se apoiam ou não Santorum, depende do resultado de Rick. Há quem afirme que já hoje Mitt Romney deverá ter a nomeação "quase" garantida.